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O declínio da União Galaico-Portuguesa

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Mensagem  Isabel Seg Fev 14, 2011 1:00 pm

O declínio da União Galaico-Portuguesa

Segunda, 14 Fevereiro 2011 01:00

Eliseo Fernández

O segundo Congresso Galaico-Português efectuou-se em Viana do Castelo em Abril de 1902.

O facto de fazer o Congresso em terra portuguesa fez com que o operariado luso tivesse maior representação do que o galego: vinte e dois delegados portugueses representaram quarenta e nove sociedades operárias do norte de Portugal, e dezasseis galegos levaram a representação de trinta e sete sociedades operárias da Galiza.

Na directiva do Congresso participaram a partes iguais os delegados galegos e portugueses: a presidência foi ocupada pelo português Vitorino Ribeiro de Miranda e a vice-presidência pelo galego Emílio Vilar. Os secretários das sessões foram os galegos José Campos e Benigno Barros, e os portugueses Manuel Gomes da Silva e João Alves Moreira Torres. O Congresso tratou da conversão da Comissão Internacional Galaico-Portuguesa criada no Congresso de Vigo na União Operária Galaico-Portuguesa. Em consequência, algumas das decisões tomadas em Viana foram a preparação do regulamento da União Galaico-Portuguesa, a publicação de um jornal próprio e a realização de excursões de propaganda da organização pelas vilas da Galiza e Portugal. O Congresso mesmo aproveitou para fazer um apelo aos canteiros portugueses para não substituírem os canteiros de Padrom que naquela altura estavam em greve.

Neste segundo Congresso, a União tendeu a aproximar-se do socialismo, chegando a recomendar a filiação das sociedades operárias à União Geral de Trabalhadores na Galiza e à Federação de Associações de Classe em Portugal. Na linha desta aproximação está a recomendação do Congresso para as sociedades operárias evitarem a declaração de duas ou mais greves simultâneas, pois era tradicionalmente o socialismo que fazia insistência em que a declaração das greves estivesse regulamentada e não dependesse unicamente da iniciativa de cada sindicato.

Devagar, a União Galaico-Portuguesa ia consolidando-se como uma organização que ultrapassava seus objectivos iniciais para abranger outros ainda mais complexos. Mas o seu caminho estava cheio de dificuldades, muitas delas relacionadas precisamente com a existência de organizações operárias de âmbito estatal a fazerem trabalhos semelhantes. O socialismo português estava fortemente implicado na organização de uma Confederação Nacional de Associações de Classe, que foi criada no Congresso de Aveiro de Dezembro de 1902 e no secretariado desta nova organização, figuravam entre outros o Vitorino Ribeiro de Miranda, e o Manuel Gomes da Silva, quem já temos visto na directiva do II Congresso Galaico-Português.

Foi assim como se chegou em Abril de 1903 ao terceiro Congresso Galaico-Português de Braga, ao qual concorreram sete delegados galegos que representavam trinta sociedades operárias, e catorze delegados portugueses que levavam a voz de cinquenta e oito sociedades operárias. O número de delegados e de operários representados (12.000, dos quais 7.000 portugueses e 5.000 galegos) era muito menor do que nos anteriores congressos, a ordem de trabalhos foi mais limitado e em consequência as conclusões não foram além de fixar o próximo Congresso para Setembro de 1904 em Ponte Vedra e decidir que os vindouros congressos se efectuassem de dois em dois anos.

Infelizmente, o Congresso de Braga pôs termo ao percurso da União Galaico Portuguesa. O Congresso de Ponte Vedra foi adiado pela coincidência com o Congresso de Agrupações Socialistas da Galiza e finalmente não chegou a realizar-se. A tentativa de a solidariedade operária ultrapassar umas fronteiras artificiais malogrou-se, mas os seus frutos ainda ficaram por muitos anos entre os operários das duas margens do Minho.

eliseo@nodo50.org

http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=12191:o-declinio-da-uniao-galaico-portuguesa&catid=207:memoria-viva&Itemid=21


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Mensagem  paulo Seg Fev 14, 2011 1:20 pm

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Mensagem  Isabel Seg Fev 14, 2011 2:36 pm


Quando fala de fronteiras artificiais está a falar nas fronteiras estaduais, as dos estados.

O rio nunca foi fronteira, que para algo se inventaram as pontes e as barcas. E já que estamos, no começo do rio, quando ainda não é rio...
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Mensagem  paulo Seg Fev 14, 2011 3:18 pm

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Última edição por paulo em Qui Mar 03, 2011 12:24 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Isabel Seg Fev 14, 2011 4:06 pm


A natureza não tem fronteiras. São as pessoas as que vemos numa montanha ou num rio uma fronteira. Talvez pela preguiça de ter de atravessá-la ou na esperança da preguiça de outros. Depois passa-se que vem um Atila ou um capitão romano qualquer e atravessa as montanhas, ou o rio, mesmo que fosse o Letes, e a fronteira desaparece...

Só há fronteiras nos nossos miolos. Mas alguns que miolos tão duros têm... temos...
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Mensagem  paulo Seg Fev 14, 2011 9:36 pm

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Última edição por paulo em Qui Mar 03, 2011 12:23 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Isabel Ter Fev 15, 2011 1:43 am


As definições não são fronteiras, são definições. Há quem vê uma fronteira numa palavra e há quem com essa mesma palavra quebra as fronteiras.

Tudo é questão de vontade. Quando não há vontade, há esperpento. E assim ficamos tranquilos.
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Mensagem  paulo Ter Fev 15, 2011 5:52 am


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Última edição por paulo em Qui Mar 03, 2011 12:24 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem  Isabel Ter Fev 15, 2011 4:11 pm


Caro, eu também acho que Avatar é uma fita muito má. Repara, como disse o fulano esse, Zizec, o pior dos brancos converte-se em salvador dos selvagens... Tem que vir o mutilado para salvar aos índios, que eles não se dão salvado por si mesmos...

Tens toda a razão, vaia merda. E que faz essa inútil da filha dos chefes a desprezar o seu parceiro enxebre por causa de uma máscara que nem sequer sabe montar a cavalo?

E o do esperpento não ia por ti. Que maior esperpento do que eu?

Ora, as fronteiras psicológicas, essas estão na cabeça de cada quem. É cada quem responsável delas. A mim não me peças contas disso...
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