Criações próprias
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Re: Criações próprias
I
Quando o homem anda o caminho
Pensa, Afrodite, no sal dos teus lábios,
E que nada fica longe na vida,
Em sonhos e utopias.
Eis o dilema, que a vida é vingativa,
Cria a morte além da que já existe.
Não esqueças que ficar a nu a tua
Revolta pode ficar mal,mesmo muito mal,
Porque podemos errar nas colinas do lusco-fusco,
Quando vem limpo o crepúsculo, e o mar é de breu.
II
Não tenhas lágrimas pela Ítaca perdida,
Há uma rua de em só sentido na vida
Que cheira a pão e amor, como se o tempo
O tivéssemos nos dedos e no amar.
Lembra, os olhos estão solitários
Se não vêm as coisas, e a primavera e
O Inverno do futuro,furto ao tempo
Da vida em que somos.
É.
III
E o mar com seus cavalos de água,
Luzes e sombras, espumas perdidas,
E os horizontes sem fronteiras?
Dançaremos sob a citara da chuva?
Diz, Afrodite, ou sentiremos os tambores
Das palavras, como amor, ser,não ser, etc.
E me perco no etc. porque estou no exílio
Com animais de fogo,nomes das lacrimae rerum,
A arder em mim.
Sim,só assim.
No silêncio da página mágica,
De ti e de mim.
2011-04-16.J[oão]N[unes]
Quando o homem anda o caminho
Pensa, Afrodite, no sal dos teus lábios,
E que nada fica longe na vida,
Em sonhos e utopias.
Eis o dilema, que a vida é vingativa,
Cria a morte além da que já existe.
Não esqueças que ficar a nu a tua
Revolta pode ficar mal,mesmo muito mal,
Porque podemos errar nas colinas do lusco-fusco,
Quando vem limpo o crepúsculo, e o mar é de breu.
II
Não tenhas lágrimas pela Ítaca perdida,
Há uma rua de em só sentido na vida
Que cheira a pão e amor, como se o tempo
O tivéssemos nos dedos e no amar.
Lembra, os olhos estão solitários
Se não vêm as coisas, e a primavera e
O Inverno do futuro,furto ao tempo
Da vida em que somos.
É.
III
E o mar com seus cavalos de água,
Luzes e sombras, espumas perdidas,
E os horizontes sem fronteiras?
Dançaremos sob a citara da chuva?
Diz, Afrodite, ou sentiremos os tambores
Das palavras, como amor, ser,não ser, etc.
E me perco no etc. porque estou no exílio
Com animais de fogo,nomes das lacrimae rerum,
A arder em mim.
Sim,só assim.
No silêncio da página mágica,
De ti e de mim.
2011-04-16.J[oão]N[unes]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Um dia de fogo
Para calmar tua sede,
E não quisseste mais.
A alva já florindo
Sobre o rio.
Hors-texte
O que desejas,queres,
De homem, mulher?
Diz.
II
Não quero deixar-te
Com o silêncio a sós,
Não quero perder o teu ser
Na noite.
Há um incêndio nos eus
Que se entregam,
E brilham teus olhos
Como sóis de luz,
Por quê manter ainda
A distância das palavras,
Se vale o encostar a tua ternura
À minha.
Hors-texte
Há um círculo de fogo
Que nos rodeia,
De contentamento descontente,
Corpo e cérebro ardendo
Em sinapses de amor e ser.
O que faremos no nevoeiro da vida?
Na floresta do alheamento,
Na entrega e no silêncio?
Criar futuro livre,
As mãos aterrorizadas,
Por se acaba tudo?
III
Que amarelo o Alentejo,
Que quermesse de messe,
E de ti em mim!
Hors-texte
E tu fabricavas ainda
Sonhos e utopias
Com teu amar,
Como se a vida
Não fosse de terminar
Um nascimento ao acaso.
Ah estes azares do ser-se
E amar.
2011-04-19, J[osé]T[avares]
Um dia de fogo
Para calmar tua sede,
E não quisseste mais.
A alva já florindo
Sobre o rio.
Hors-texte
O que desejas,queres,
De homem, mulher?
Diz.
II
Não quero deixar-te
Com o silêncio a sós,
Não quero perder o teu ser
Na noite.
Há um incêndio nos eus
Que se entregam,
E brilham teus olhos
Como sóis de luz,
Por quê manter ainda
A distância das palavras,
Se vale o encostar a tua ternura
À minha.
Hors-texte
Há um círculo de fogo
Que nos rodeia,
De contentamento descontente,
Corpo e cérebro ardendo
Em sinapses de amor e ser.
O que faremos no nevoeiro da vida?
Na floresta do alheamento,
Na entrega e no silêncio?
Criar futuro livre,
As mãos aterrorizadas,
Por se acaba tudo?
III
Que amarelo o Alentejo,
Que quermesse de messe,
E de ti em mim!
Hors-texte
E tu fabricavas ainda
Sonhos e utopias
Com teu amar,
Como se a vida
Não fosse de terminar
Um nascimento ao acaso.
Ah estes azares do ser-se
E amar.
2011-04-19, J[osé]T[avares]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Sei do sol batendo nas folhas,
Da água limpa na pedra,
Das fontelas das coisas
Como telegramas,
Lacrimae rerum,
Estarem ai assim quietas
Algumas, a fazer-nos companhia.
E não preciso saber da sua essência
Nem de lhes pôr nome.
Mas ao teu sorriso triste e belo
Preciso chamar-lhe saudade.
Podia olhar para outro lado,
Eu sei, e dizer que nada sabia
Da tua dádiva, os olhos cinzentos
Como um proun de saudade.
II
Lembro as tuas mãos perversamente
Inocentes, e que te pedi não mentir,
Eleger o precipício da verdade,
Por quê me falhaste?
Eu pedi quer não me abismasses,
Quer não me agastasses.
E apenas ouvi como que vingança
O estrondo do ruído do teu silêncio.
Nem morfemas, nem sememas, nada.
E semeaste o mais difícil,
Que te amasse como trovador,
Sem poder fazer trovas de amigo
E de amor.
III
Amei o nevoeiro rio acima,
Porque tinhas ocupado meu corpo
Todo.
E fiquei asinha no abandono.
Absoluto,corrupto.
Enfim, como uma coisa abandonada.
E te vi tal qual, mulher amada,
Chega? Chega com a saudade.
Mais nada, mulher amada.
2011-04-22,J[oão]N[unes]
Nota.- Proun é” projeto para afirmação do novo” segundo o pintor construtivista russo El Lissitzky (Proekt utverzdenija novogo).
Sei do sol batendo nas folhas,
Da água limpa na pedra,
Das fontelas das coisas
Como telegramas,
Lacrimae rerum,
Estarem ai assim quietas
Algumas, a fazer-nos companhia.
E não preciso saber da sua essência
Nem de lhes pôr nome.
Mas ao teu sorriso triste e belo
Preciso chamar-lhe saudade.
Podia olhar para outro lado,
Eu sei, e dizer que nada sabia
Da tua dádiva, os olhos cinzentos
Como um proun de saudade.
II
Lembro as tuas mãos perversamente
Inocentes, e que te pedi não mentir,
Eleger o precipício da verdade,
Por quê me falhaste?
Eu pedi quer não me abismasses,
Quer não me agastasses.
E apenas ouvi como que vingança
O estrondo do ruído do teu silêncio.
Nem morfemas, nem sememas, nada.
E semeaste o mais difícil,
Que te amasse como trovador,
Sem poder fazer trovas de amigo
E de amor.
III
Amei o nevoeiro rio acima,
Porque tinhas ocupado meu corpo
Todo.
E fiquei asinha no abandono.
Absoluto,corrupto.
Enfim, como uma coisa abandonada.
E te vi tal qual, mulher amada,
Chega? Chega com a saudade.
Mais nada, mulher amada.
2011-04-22,J[oão]N[unes]
Nota.- Proun é” projeto para afirmação do novo” segundo o pintor construtivista russo El Lissitzky (Proekt utverzdenija novogo).
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Que incerteza e desconcerto
Há no meu sentir, como um poema
Sobre o rio Lethes, Lima que vem
Da Galiza, e que estranhas as ondas
Ao beber a água do rio.
Quanto abandono nas coisas,
Tão natural tudo.
E eu ainda desconfio da incerteza,
Quando tudo é incerto, Marília.
II
Cobriste teu corpo de lágrimas
Na noite escarlate,
Sentiste ligeira a saudade
E afinal, Marília,
Ficaste como que desaparecida,
Quando declinava a alva.
O que queria a tua feminilidade,
Nem se sabe.
Estavas irrequieta como o luar
Esperando amar o mar.
Hors-texte
Stop,aqui acabou o texto;
O poeta fica no aconchego
Do ruído do silêncio,
No cio do tempo,
Esse invento.
III
Há nuances cinzentas em teu olhar,
Frigidez forçada, Marília,
Como se não desejasses
O passeio por teu corpo
De olhos e mãos de homem.
Como se ser mulher fosse um acidente.
E é.
2011-04-24, J[oão]L[abriosque]
Que incerteza e desconcerto
Há no meu sentir, como um poema
Sobre o rio Lethes, Lima que vem
Da Galiza, e que estranhas as ondas
Ao beber a água do rio.
Quanto abandono nas coisas,
Tão natural tudo.
E eu ainda desconfio da incerteza,
Quando tudo é incerto, Marília.
II
Cobriste teu corpo de lágrimas
Na noite escarlate,
Sentiste ligeira a saudade
E afinal, Marília,
Ficaste como que desaparecida,
Quando declinava a alva.
O que queria a tua feminilidade,
Nem se sabe.
Estavas irrequieta como o luar
Esperando amar o mar.
Hors-texte
Stop,aqui acabou o texto;
O poeta fica no aconchego
Do ruído do silêncio,
No cio do tempo,
Esse invento.
III
Há nuances cinzentas em teu olhar,
Frigidez forçada, Marília,
Como se não desejasses
O passeio por teu corpo
De olhos e mãos de homem.
Como se ser mulher fosse um acidente.
E é.
2011-04-24, J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS
Falo dos ecos do silêncio,
Liliana, não da tua voz
Suave, nem de teu corpo
Ainda não entregue por receio.
Falo da distância quando nos avistamos
E de como me defendeste por ser mulher.
Enfim, tenho saudade de ti, longe de toda
Fição literária, de toda paisagem da razão.
E o coração salta a minha boca quando
Te encontro numa ruela, bela, brilhante,
Como uma alva pura.
Sei então que estou perante um amor
Impossível.
Quereria lançar-me aos jardins da arte
Para esquecer as tuas mãos quietas nas minhas,
Esperando amor, quando já não é possível,
Liliana.
II
Os teus dedos percorrendo meu rosto,
As sílabas do silêncio rasgando a frieza
Das ideias, e um vulcão dentro de ti ardendo,
Como se quisesses transformar a carne em verbo.
O teu som português com leve sotaque estrangeiro
Enerva, e o teu olhar é uma forma de dizer
Estou contigo e te percebo.
Que ek-sistência a minha inacabada
Que tremor no imo de mim com a tua presença,
Quantos sentimentos a assaltar a razão.
E penso no grave perigo de uma mulher dizer
Ao homem te compreendo, com som gutural ou
Com palavras.
A luz da alva iluminava teu corpo e teus cabelos,
E o nevoeiro frio subia rio acima,
Filigrana de prata que caminha ao algoz do imenso oceano.
O que queres, Liliana, pois nada posso dar nem que me abraces
Nem que me ames, nem que me olhes com doce olhar.
Nada pode unir os nossos destinos, eis a sina, a moira de ser.
III
Soube da geografia do teu corpo,
Do teu sentir profundo de mulher,
Melhor que nada soubesse.
Semema inacabado, palavras sem dizer.
E me amas, diz.
E calei, o amor tem que ser livre,
Ou nada pode ser.
Hors texte
Aves canoras cantavam na manha fria,
Mãos frias, amores todos os dias.
Aves canoras cantavam a alva pura,
O que ama homem e mulher ate a sepultura,
Mesmo no que a vida dura.
E a reposta voou nas asas do silencio,
O amor de homem e mulher em rebento.
Hors texte 2
E aos filhos que lhe diremos,
Que sabem ao nascer do seu destino,
Em frágil argila que todos somos.
O teu olhar cinzento nublou o tempo
De ser e de amar, foi como chicote de
Sentimento em pensamento.
O que somos ao fim, Liliana,
Húmus, terra, estirpe, povo,
Ou simplesmente amor de homem
E mulher que nem podem amar
Nem desamar, nem livremente ser
Inteletualmente.
Afasto minhas mãos das tuas mãos
E percebo que compreendes.
Que há amores impossíveis,
Que se sentem na mente de maneira
Insistente. Como utopia e sonho que
Somos. Chega para perceber que amar
E ser são coisas puras, inocentes,e
Impossíveis muitas vezes.Eis o destino.
Álea jacta est.Basta,percebes, Liliana.
Que se morre um pouco cada dia,
E que a isso chamamos vida.
2011-04-27, J[oão]L[abriosque]
Falo dos ecos do silêncio,
Liliana, não da tua voz
Suave, nem de teu corpo
Ainda não entregue por receio.
Falo da distância quando nos avistamos
E de como me defendeste por ser mulher.
Enfim, tenho saudade de ti, longe de toda
Fição literária, de toda paisagem da razão.
E o coração salta a minha boca quando
Te encontro numa ruela, bela, brilhante,
Como uma alva pura.
Sei então que estou perante um amor
Impossível.
Quereria lançar-me aos jardins da arte
Para esquecer as tuas mãos quietas nas minhas,
Esperando amor, quando já não é possível,
Liliana.
II
Os teus dedos percorrendo meu rosto,
As sílabas do silêncio rasgando a frieza
Das ideias, e um vulcão dentro de ti ardendo,
Como se quisesses transformar a carne em verbo.
O teu som português com leve sotaque estrangeiro
Enerva, e o teu olhar é uma forma de dizer
Estou contigo e te percebo.
Que ek-sistência a minha inacabada
Que tremor no imo de mim com a tua presença,
Quantos sentimentos a assaltar a razão.
E penso no grave perigo de uma mulher dizer
Ao homem te compreendo, com som gutural ou
Com palavras.
A luz da alva iluminava teu corpo e teus cabelos,
E o nevoeiro frio subia rio acima,
Filigrana de prata que caminha ao algoz do imenso oceano.
O que queres, Liliana, pois nada posso dar nem que me abraces
Nem que me ames, nem que me olhes com doce olhar.
Nada pode unir os nossos destinos, eis a sina, a moira de ser.
III
Soube da geografia do teu corpo,
Do teu sentir profundo de mulher,
Melhor que nada soubesse.
Semema inacabado, palavras sem dizer.
E me amas, diz.
E calei, o amor tem que ser livre,
Ou nada pode ser.
Hors texte
Aves canoras cantavam na manha fria,
Mãos frias, amores todos os dias.
Aves canoras cantavam a alva pura,
O que ama homem e mulher ate a sepultura,
Mesmo no que a vida dura.
E a reposta voou nas asas do silencio,
O amor de homem e mulher em rebento.
Hors texte 2
E aos filhos que lhe diremos,
Que sabem ao nascer do seu destino,
Em frágil argila que todos somos.
O teu olhar cinzento nublou o tempo
De ser e de amar, foi como chicote de
Sentimento em pensamento.
O que somos ao fim, Liliana,
Húmus, terra, estirpe, povo,
Ou simplesmente amor de homem
E mulher que nem podem amar
Nem desamar, nem livremente ser
Inteletualmente.
Afasto minhas mãos das tuas mãos
E percebo que compreendes.
Que há amores impossíveis,
Que se sentem na mente de maneira
Insistente. Como utopia e sonho que
Somos. Chega para perceber que amar
E ser são coisas puras, inocentes,e
Impossíveis muitas vezes.Eis o destino.
Álea jacta est.Basta,percebes, Liliana.
Que se morre um pouco cada dia,
E que a isso chamamos vida.
2011-04-27, J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Encontrei-te um dia como um poema,
E te senti em sílabas de silêncio,
O amor dentro.
Então inundaste dias e noites
De insónia roxa e de paixão de ser mulher;
Havia em teu olhar flores de amores,
E um oceano imenso de amor.
Dialogavas com a vida
E fabricavas sonhos
Para os filhos de nós
E os que lhe sucederam.
Percebi que eras a mulher
Mãe dos filhos a haver.
A estirpe e nação a nos
Continuar.
II
Empurram as palavras
A sintaxe do silêncio
Metonimia de ser-se
Sabendo.
E então batia certo
A razão de sermos,
Desde o tempo zero
Em que nascemos.
E cultivavas flores
E ek-sistências.
E sorrias à alva
Como a Gioconda.
III
Saltam metáforas do teu corpo
E eu queria apoiar a minha víscera
Cardíaca e o cérebro em ti,
Mas percebi que não podia ser
Se não me entregava e pedia a tua
Dádiva.
E me libertaste com alegorias, amores e
Velhas paixões para continuar a ser,
Sabendo que não te atraiçoaria.
Sabias que sempre te amaria
Espalhando amor pela vida e os
Poemas.Quanta certeza em teus olhos.
Quanta firmeza em teu ser.
Fiquei a saber, quando já não te tinha
Comigo.
Quando perdi a Ítaca, e por rotas inesperadas
Encontrei que havia complexo de Polícrates em ser.
2011-04-28,J[osé]T[avares]
Encontrei-te um dia como um poema,
E te senti em sílabas de silêncio,
O amor dentro.
Então inundaste dias e noites
De insónia roxa e de paixão de ser mulher;
Havia em teu olhar flores de amores,
E um oceano imenso de amor.
Dialogavas com a vida
E fabricavas sonhos
Para os filhos de nós
E os que lhe sucederam.
Percebi que eras a mulher
Mãe dos filhos a haver.
A estirpe e nação a nos
Continuar.
II
Empurram as palavras
A sintaxe do silêncio
Metonimia de ser-se
Sabendo.
E então batia certo
A razão de sermos,
Desde o tempo zero
Em que nascemos.
E cultivavas flores
E ek-sistências.
E sorrias à alva
Como a Gioconda.
III
Saltam metáforas do teu corpo
E eu queria apoiar a minha víscera
Cardíaca e o cérebro em ti,
Mas percebi que não podia ser
Se não me entregava e pedia a tua
Dádiva.
E me libertaste com alegorias, amores e
Velhas paixões para continuar a ser,
Sabendo que não te atraiçoaria.
Sabias que sempre te amaria
Espalhando amor pela vida e os
Poemas.Quanta certeza em teus olhos.
Quanta firmeza em teu ser.
Fiquei a saber, quando já não te tinha
Comigo.
Quando perdi a Ítaca, e por rotas inesperadas
Encontrei que havia complexo de Polícrates em ser.
2011-04-28,J[osé]T[avares]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Não posso arrastar-te ao meu abismo,
O sabes bem,
Nem aceitar que vivas em meu corpo
O sangue do tempo,
Ou que tenhas que aceitar na tua boca
O silêncio.
Em que cio de tempo morrerias?
Ou ficaria trucidada a tua felicidade,
Penélope.
II
Lembro poemas rejeitados,
Nunca ditos, inéditos,
Mas que funcionam na intimidade
Da saudade e da liberdade.
Deixarei que fiquem no olvido,
Penélope.
III
Ah aquele mar da vida calmo,
Thalassa platia,
Perdida a mulher prometida,
Penélope.
Eu Ulysses imagino as estrelas
Arquitetando universos,
Rasgando firmamentos.
Por quê tem de deixar uma janela
Aberta ao mar?
Se talvez já nunca voltarei,
E a água do mar sentirá
As frágeis palavras humanas,
E saberá que já não comunicam
Nada.
Que opacidade em tudo,
Quanto cratilismo nas palavras,
Quando um sabe do complexo de Polícrates
E que nunca encontrará o caminho de regresso
À Ítaca.
Coro grego:
Não imaginas a sorte, Ulysses, de poder viver
Sem pagar ainda o óbolo a Caronte,
Navegar por mares imensos,
Com leme mão e os olhos pendurados
Nos horizontes.
Ulysses:
Sei que a minha desgraça é ser,
E navegar e viver,
E saber que Penélope olha o mundo todo
Por uma janela de água,
Tecendo e destecendo tempo.
Ah que óbvio e obtuso tudo,
Quanto ruído do silêncio em ser.
Coro grego:
Nasce a alva e ela abre as portas
Ao mundo todo das coisas,
E aos olhares certos de horizontes
Múltiplos.
Aproveita ser Ulysses, que o tempo corre
Como uma nau, que não tem rumo certo,
A não ser no morrer.
2011-05-13,J[osé]T[avares]
Não posso arrastar-te ao meu abismo,
O sabes bem,
Nem aceitar que vivas em meu corpo
O sangue do tempo,
Ou que tenhas que aceitar na tua boca
O silêncio.
Em que cio de tempo morrerias?
Ou ficaria trucidada a tua felicidade,
Penélope.
II
Lembro poemas rejeitados,
Nunca ditos, inéditos,
Mas que funcionam na intimidade
Da saudade e da liberdade.
Deixarei que fiquem no olvido,
Penélope.
III
Ah aquele mar da vida calmo,
Thalassa platia,
Perdida a mulher prometida,
Penélope.
Eu Ulysses imagino as estrelas
Arquitetando universos,
Rasgando firmamentos.
Por quê tem de deixar uma janela
Aberta ao mar?
Se talvez já nunca voltarei,
E a água do mar sentirá
As frágeis palavras humanas,
E saberá que já não comunicam
Nada.
Que opacidade em tudo,
Quanto cratilismo nas palavras,
Quando um sabe do complexo de Polícrates
E que nunca encontrará o caminho de regresso
À Ítaca.
Coro grego:
Não imaginas a sorte, Ulysses, de poder viver
Sem pagar ainda o óbolo a Caronte,
Navegar por mares imensos,
Com leme mão e os olhos pendurados
Nos horizontes.
Ulysses:
Sei que a minha desgraça é ser,
E navegar e viver,
E saber que Penélope olha o mundo todo
Por uma janela de água,
Tecendo e destecendo tempo.
Ah que óbvio e obtuso tudo,
Quanto ruído do silêncio em ser.
Coro grego:
Nasce a alva e ela abre as portas
Ao mundo todo das coisas,
E aos olhares certos de horizontes
Múltiplos.
Aproveita ser Ulysses, que o tempo corre
Como uma nau, que não tem rumo certo,
A não ser no morrer.
2011-05-13,J[osé]T[avares]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Ai o teu seísmo cravou-se em meu corpo,
E quase me assombro de sermos cada um
A sós ainda.
Que desenfreio,
Que entrega.
Como morrer um no outro.
II
Brilhava o carro de Febo
Quando encontrei flores de amor
Em teu ser.
E interrompeu-se o ar,
E tudo ficou quieto,
Na dádiva plena,
Inteira.
De sol a sol galego.
III
Apenas podia ciciar no teu ouvido,
Estou contigo, excessivo, inteiro,
Tão dentro do corpo que não havia mais língua
Do que o silêncio.
Eu com o ruído do silêncio, irrequieto,
Em desassossego de amor perfeito.
Ou era ilusão o incêndio do teu corpo
E das tuas mãos,dos teus dedos,e o
Teu aconchego?
Devassei teu ego em sílabas
De silêncio.
O meu ego não conformado,
Irrequieto.
2011-05-14,J[oão]L[abriosque]
Ai o teu seísmo cravou-se em meu corpo,
E quase me assombro de sermos cada um
A sós ainda.
Que desenfreio,
Que entrega.
Como morrer um no outro.
II
Brilhava o carro de Febo
Quando encontrei flores de amor
Em teu ser.
E interrompeu-se o ar,
E tudo ficou quieto,
Na dádiva plena,
Inteira.
De sol a sol galego.
III
Apenas podia ciciar no teu ouvido,
Estou contigo, excessivo, inteiro,
Tão dentro do corpo que não havia mais língua
Do que o silêncio.
Eu com o ruído do silêncio, irrequieto,
Em desassossego de amor perfeito.
Ou era ilusão o incêndio do teu corpo
E das tuas mãos,dos teus dedos,e o
Teu aconchego?
Devassei teu ego em sílabas
De silêncio.
O meu ego não conformado,
Irrequieto.
2011-05-14,J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
«Tão dentro do corpo que não havia mais língua
Do que o silêncio.» ...
Um senhor cantou-me estes dias:
Sementei e não colhi
a aveia na revolta,
vale mais
vale mais
um amor ao longe
do que vinte e cinco à porta...
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Criações próprias
Nós que medimos a vida,
Que sabemos do mundo,
No cerne da mesmesidade
Que somos,
Nós, Natália, devíamos saber
Que existe o ruído do silêncio,
Em que ser biografia inédita,
Biologia, como a natura na alva
E no sol alto.
Quê vento suão chega a terra
As gaivotas com ele.
Quê vento há na almofada da alva
Cada madrugada?
Os corpos quietos, Além Tejo,
Montes de solidão teus seios
E o teu corpo ávido de ser
Companhia, de outra argila viva.
Lembras as noites de Aljustrel,
As canções dos mineiros,
As vagas de luz e oiro dos campos
Todos?
E o amor criando um poema?
Diz
II
Ah as praias do pensamento
Desnudas, perturbadas por oceanos
De sinapses de liberdade!
Ai aqueles momentos de entre pura,
Natália.
Tudo tão hábil como o pensamento
E o sentimento, no sílex do tempo?
E a tuas saudades de amar,
Como as matarás?
Diz
III
Não digas que há erro em ser,
Ou na lucidez de ser para não ser;
Ou no amar e desamar, Natália.
Que a saudade dura até à sepultura.
Esta manhã eras como uma deusa
Vinda do Olympo.
Jardim de chuva alimentado natura pura,
Fontelas, e arroios, rios todos para o algoz
Dos oceanos,
Não digas que não sabias que amar é ser,
E ter filhos a haver.
Não digas da solidão que é ser
Captivo da minha tristura, como
Macias O Namorado, que isso é
Saudade ou contentamento descontente
Que todo trovador sente.
Ainda: reclamo da solidão a angústia de
Uma flor esperando do orvalho amor.
Ou: as aves canoras sabem e cantam que as
Flores despetaladas choram namoradas
Nas almofadas das alvas todas.
Hors-texte
Saberás perceber o curtocircuito de um
Sentimento pensado ou de um pensamento
Sentido, vivido, entre saudade e olvido.
Ri a lua sobre o rio Lethes,
As barcas flutuam e a nevoeiro pardo
Vem de imenso oceano.
Mas a natura não sabe da tristura.
É coisa de humana creatura.
2011-05-20,J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Não há atmosfera nesta página
Porque não sabe Vénus do leite
Purificado masculino,
Semeando futuros.
II
Também não há ruído do Ser
No silêncio tresmalhado
Es guei
rando-se
pela página virgem,
impóluta.
III
Nem se arquitetam os sonhos
Se não se sabe da vida
E da saudade de Ser.
IV
Quantos minutos de solidão,
Quanto a dizer que não se diz,
Beatriz.
Ou seja o amor em silêncio
É curtocircuito no cérebro,
Ou chega a dádiva para a
Comunicação plena?
V
E aos filhos o quê lhe diremos?
Que nascem sem palavras a as
Aprenderem sem gramática?
Ou que estão ocultas na angustia do ser?
2011-05-21J[oão]L[abriosque]
Não há atmosfera nesta página
Porque não sabe Vénus do leite
Purificado masculino,
Semeando futuros.
II
Também não há ruído do Ser
No silêncio tresmalhado
Es guei
rando-se
pela página virgem,
impóluta.
III
Nem se arquitetam os sonhos
Se não se sabe da vida
E da saudade de Ser.
IV
Quantos minutos de solidão,
Quanto a dizer que não se diz,
Beatriz.
Ou seja o amor em silêncio
É curtocircuito no cérebro,
Ou chega a dádiva para a
Comunicação plena?
V
E aos filhos o quê lhe diremos?
Que nascem sem palavras a as
Aprenderem sem gramática?
Ou que estão ocultas na angustia do ser?
2011-05-21J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Curtocircuito na pele.
Sonho atravessado na garganta.
Que filhos?
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Criações próprias
Eu prometo
intentar
falar e escrever o melhor possível
esta que é
minha segunda língua
conquistada com esforço
mas
honestamente banida
do ilegítimo desejo de ser primeira
quando fora dos santos
quando fora de rosários e das beições dos idosos
na casa
e agora arriquecim-na como segunda e boa língua
da primeira e boa linha de antepassados mortos
que acreditavam prenhícies em ondas de mares
e curações de ventres com cruzes
e sucessos na escola com alhos
e diziam pretos cheirarem mal
e tivem-na de depreender
quando era minha passivamente
subiu de grau, temo-la de trabalhar, paulito
é-che guapa
pero aínda não deste em papel melhor
do que já tiveras na altura de nascer
e tudo é uma busca de corsário imbécil
e achego-me do Kusturica e de Bregovic e das batatas fretidas
e peço um Sahara que houve quando eu nascer
no meio e meio do festival de Eurovisão
e do golo de Maceda num campo da França perversa, 1984 na mítica de Orwell e Muñoz
quando os vizinhos ao Sul eram desamigos, e agora são simplesmente indiferença
desconhecimento
estrangeiro
aliados
fronteira sem arámios
outra cousa
intentar
falar e escrever o melhor possível
esta que é
minha segunda língua
conquistada com esforço
mas
honestamente banida
do ilegítimo desejo de ser primeira
quando fora dos santos
quando fora de rosários e das beições dos idosos
na casa
e agora arriquecim-na como segunda e boa língua
da primeira e boa linha de antepassados mortos
que acreditavam prenhícies em ondas de mares
e curações de ventres com cruzes
e sucessos na escola com alhos
e diziam pretos cheirarem mal
e tivem-na de depreender
quando era minha passivamente
subiu de grau, temo-la de trabalhar, paulito
é-che guapa
pero aínda não deste em papel melhor
do que já tiveras na altura de nascer
e tudo é uma busca de corsário imbécil
e achego-me do Kusturica e de Bregovic e das batatas fretidas
e peço um Sahara que houve quando eu nascer
no meio e meio do festival de Eurovisão
e do golo de Maceda num campo da França perversa, 1984 na mítica de Orwell e Muñoz
quando os vizinhos ao Sul eram desamigos, e agora são simplesmente indiferença
desconhecimento
estrangeiro
aliados
fronteira sem arámios
outra cousa
paulo- Mensagens : 117
Data de inscrição : 01/02/2011
Localização : sonhando com Dália
os cânticos do silêncio
sou dum país
que não é país
fantasia entre as brêtemas
engolida
pelo inexorável avanço da nada
sou dum povo
que não é povo
olhos que não veem
mutilados
pelos jorros abrasivos da mesquinharia
tremem as mãos
frio
e não é inverno
entre os dedos feridos
caem as arreias do tempo
tão depressa
e nada deixam
só arranca
quebra
leva
erosão e devastação
melhor não ver
e vejo os sonhos
casa velha
desvão
teias de aranha
e no chão
velhas cartas de amor
roídas pelos ratos
falo com os meus filhos
que nunca nasceram
e digo
afortunados!
aqui não há lugar para nós!
nada sou
nada tenho
só uma canção triste:
os cânticos do silêncio.
(eu, ninguém)
que não é país
fantasia entre as brêtemas
engolida
pelo inexorável avanço da nada
sou dum povo
que não é povo
olhos que não veem
mutilados
pelos jorros abrasivos da mesquinharia
tremem as mãos
frio
e não é inverno
entre os dedos feridos
caem as arreias do tempo
tão depressa
e nada deixam
só arranca
quebra
leva
erosão e devastação
melhor não ver
e vejo os sonhos
casa velha
desvão
teias de aranha
e no chão
velhas cartas de amor
roídas pelos ratos
falo com os meus filhos
que nunca nasceram
e digo
afortunados!
aqui não há lugar para nós!
nada sou
nada tenho
só uma canção triste:
os cânticos do silêncio.
(eu, ninguém)
Nambuangongo- Mensagens : 188
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Criações próprias
Acreditando a língua do avô ser de santos
que era homem de não pór pê na igreja e era justo
regalou-che um carro de polícia
::::::::::::::::::::::::::
As cruzes da bisavó eram teimadamente de longe
eram teimadamente de bruxas e mulheres sábias
::::::::::::::::::::::::::
Agora tu duvida quem foram os santos de Roma e as mulheres da Galiza
e estima bem as febres e as cruzes
e decide menino, decide
se che valem aínda os papéis ou fizeste novos e arrombaste outros
tão teus como o adn do cuspe teu numa análise policiar
qualquer día que cha façam
:::::::::::::::::::::::::::::
Bregovic lusófono sejas bemvindo
1984 não se passou nada de sucesso para os teus
quitada a década ser a melhor para teu construto
:::::::::::::::::::::::::::
Reclama o berço de Portugaliza
eles falavam e não sabiam escrever
por isso eles não eram Portugaliza
mas a semente
que agora deixas escorregar
:::::::::::::::::::::::::
IMBÉCIL
que era homem de não pór pê na igreja e era justo
regalou-che um carro de polícia
::::::::::::::::::::::::::
As cruzes da bisavó eram teimadamente de longe
eram teimadamente de bruxas e mulheres sábias
::::::::::::::::::::::::::
Agora tu duvida quem foram os santos de Roma e as mulheres da Galiza
e estima bem as febres e as cruzes
e decide menino, decide
se che valem aínda os papéis ou fizeste novos e arrombaste outros
tão teus como o adn do cuspe teu numa análise policiar
qualquer día que cha façam
:::::::::::::::::::::::::::::
Bregovic lusófono sejas bemvindo
1984 não se passou nada de sucesso para os teus
quitada a década ser a melhor para teu construto
:::::::::::::::::::::::::::
Reclama o berço de Portugaliza
eles falavam e não sabiam escrever
por isso eles não eram Portugaliza
mas a semente
que agora deixas escorregar
:::::::::::::::::::::::::
IMBÉCIL
paulo- Mensagens : 117
Data de inscrição : 01/02/2011
Localização : sonhando com Dália
Re: Criações próprias
CANTIGAS DE EMBALAR PARA APEGO (BOWLBY) E URDUME AFETIVA (ROF CARVALHO) ADATADAS POR JOSE NUNES, O GALAICO, PARA M.
I
(De re ontológica)
O menino dorme no seu berço
A sós
Dorme,dorme,
Sonha que não está só.
Ro ro ro, com a Galiza
Dentro sonha o menino,
Que tem língua e povo,
Que não está só.
II
A lua chora
Chora
Faz beicinho
Alouminho
Coitadinha
Chora ó ó ó
Ao ver um menino
Só.Ó ó ó ó
III
Ó medo vai-te dai
De cima do meu telhado
De menino bom,
Deixa dormir o menino
Medo, vai-te dai,
Que o menino dorme
Melhor assim.Ro ro ro.
IV
Dorme meu bem
Na noite escura
Acorda na alva
E sente vida pura
Que a vida é dura
No que perdura
Até à sepultura!
Rororo ro ro ro
Dorme meu bem
Dorme meu amor
Que teu pais te
Cuidam com amor
Cérebro e coração.
2011-06-11, JN
I
(De re ontológica)
O menino dorme no seu berço
A sós
Dorme,dorme,
Sonha que não está só.
Ro ro ro, com a Galiza
Dentro sonha o menino,
Que tem língua e povo,
Que não está só.
II
A lua chora
Chora
Faz beicinho
Alouminho
Coitadinha
Chora ó ó ó
Ao ver um menino
Só.Ó ó ó ó
III
Ó medo vai-te dai
De cima do meu telhado
De menino bom,
Deixa dormir o menino
Medo, vai-te dai,
Que o menino dorme
Melhor assim.Ro ro ro.
IV
Dorme meu bem
Na noite escura
Acorda na alva
E sente vida pura
Que a vida é dura
No que perdura
Até à sepultura!
Rororo ro ro ro
Dorme meu bem
Dorme meu amor
Que teu pais te
Cuidam com amor
Cérebro e coração.
2011-06-11, JN
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTO DE J.PADRÃO, GALIZIANO DE ORIGEM
Era um dia frio e de chuva,
E o menino não teve medo,
Nem a mãe receio,
Nasceu no Salnês
Sabendo de fragâncias de
Terra e mar,
Thalassa platia , para o menino
De tempo e vida, por amor de casal feito;
E foi lançado ao mundo, como dasein de Heidegger,
E ninguém lhe explicou por quê,
Como um seu avó que apareceu
Aos pés da cama sem saber nada
Apenas gritar, quem me mandou
Para cá…
E todos sorriram, é um rapaz!;
E ficaram contentes.
Ah Martinho serás capaz de ser
Leal a língua, povo e terra matricial?
No cantinho mais verde das Europas?
A ser sincero e verdadeiro em toda
Tertúlia ocidental? E também não ocidental?
Sem ler Plessner soubeste do riso e
Do choro que são do humano ser,
Sem saber gramática acabarás por falar
A língua dos teus pais e avós,
Do povo galaico que tinha já bela língua de origem
Romana antes de nascer Portugal.
Serás multilingue, usarás liberdade natural,
Libertarás o que haja que libertar.
E saberás das essências do teu povo, etnia, língua
Naturais, em antropologia e ontologia vivas
De verdade, liberdade e saudade.
Com isso viverás, e há de te chegar
Para saber por quê foste lançado ao mundo:
Por amor de pais, para lançar ADNs para o
Futuro e saber lutar, porque vida é lutar e ser até morrer,
Por um mundo melhor; isso é também ser
E amar.
Chora menino Martinho, chora até que te cheguem
Palavras belas de latim corrupto nas alvas todas;
Chora que a nossa pátria está ainda amordaçada
E toda a gente cala.
Chora menino Martinho, que quem chora rapidamente
Aprende textos e palavras no ruído do silêncio,
A liberdade, a saudade, e a verdade fica na privacidade, no imo de nós,
Dentro o nosso eu, pátria,povo,língua amorosa, sabendo do amor e do moiro-me de amor em todo momento.
Amarás a pátria e os pais.
Chora, adormece, ro, ro, ro, que de noite a relva cresce
As fontelas deitam agua pura e o mundo vegetal, animal
E mineral fica na escuridão até que amanhece.
Terás de saber as diferenças de ser ek-sistência,do ente ,do ôntico
E dos universos, que vejas e não vejas no teu imaginário de menino
Que como homem com honesty cresce e cresce, até um dia parar de
Crescer por simples avaria da vida.
Não tenhas receio de nada no lusco-fusco, ro ro ro, adormece,
Que cada amanhã a alva estilhaçada contigo se enternece.
Dorme menino, dorme, que teus pais cuidam de ti, e do povo
E da pátria bela, e dos altos cumes de serras e montanhas, cada
Vez que anoitece, cada vez que amanhece; dorme menino, meu amor,
Meu bem, que ainda és inocente e teu dormir será decente.
Dorme,Martinho,dorme Ro ro ro, que os teus pais também dormem
E tua mãe te cuida com complexo kapa e teu pai com ethos paternal.
Ah quanta ternura menino dos teus pais receberás; feliz serás.
Hors-texte
Acorda Martinho, como, bebe, cresce, aprende tudo,
E diz na altura de voz serena,alta, viva, falta cumprir-se a mãe Galiza,
Portugal pródigo e prodígio, ou não seremos.
.
2011-06-12,JP
Era um dia frio e de chuva,
E o menino não teve medo,
Nem a mãe receio,
Nasceu no Salnês
Sabendo de fragâncias de
Terra e mar,
Thalassa platia , para o menino
De tempo e vida, por amor de casal feito;
E foi lançado ao mundo, como dasein de Heidegger,
E ninguém lhe explicou por quê,
Como um seu avó que apareceu
Aos pés da cama sem saber nada
Apenas gritar, quem me mandou
Para cá…
E todos sorriram, é um rapaz!;
E ficaram contentes.
Ah Martinho serás capaz de ser
Leal a língua, povo e terra matricial?
No cantinho mais verde das Europas?
A ser sincero e verdadeiro em toda
Tertúlia ocidental? E também não ocidental?
Sem ler Plessner soubeste do riso e
Do choro que são do humano ser,
Sem saber gramática acabarás por falar
A língua dos teus pais e avós,
Do povo galaico que tinha já bela língua de origem
Romana antes de nascer Portugal.
Serás multilingue, usarás liberdade natural,
Libertarás o que haja que libertar.
E saberás das essências do teu povo, etnia, língua
Naturais, em antropologia e ontologia vivas
De verdade, liberdade e saudade.
Com isso viverás, e há de te chegar
Para saber por quê foste lançado ao mundo:
Por amor de pais, para lançar ADNs para o
Futuro e saber lutar, porque vida é lutar e ser até morrer,
Por um mundo melhor; isso é também ser
E amar.
Chora menino Martinho, chora até que te cheguem
Palavras belas de latim corrupto nas alvas todas;
Chora que a nossa pátria está ainda amordaçada
E toda a gente cala.
Chora menino Martinho, que quem chora rapidamente
Aprende textos e palavras no ruído do silêncio,
A liberdade, a saudade, e a verdade fica na privacidade, no imo de nós,
Dentro o nosso eu, pátria,povo,língua amorosa, sabendo do amor e do moiro-me de amor em todo momento.
Amarás a pátria e os pais.
Chora, adormece, ro, ro, ro, que de noite a relva cresce
As fontelas deitam agua pura e o mundo vegetal, animal
E mineral fica na escuridão até que amanhece.
Terás de saber as diferenças de ser ek-sistência,do ente ,do ôntico
E dos universos, que vejas e não vejas no teu imaginário de menino
Que como homem com honesty cresce e cresce, até um dia parar de
Crescer por simples avaria da vida.
Não tenhas receio de nada no lusco-fusco, ro ro ro, adormece,
Que cada amanhã a alva estilhaçada contigo se enternece.
Dorme menino, dorme, que teus pais cuidam de ti, e do povo
E da pátria bela, e dos altos cumes de serras e montanhas, cada
Vez que anoitece, cada vez que amanhece; dorme menino, meu amor,
Meu bem, que ainda és inocente e teu dormir será decente.
Dorme,Martinho,dorme Ro ro ro, que os teus pais também dormem
E tua mãe te cuida com complexo kapa e teu pai com ethos paternal.
Ah quanta ternura menino dos teus pais receberás; feliz serás.
Hors-texte
Acorda Martinho, como, bebe, cresce, aprende tudo,
E diz na altura de voz serena,alta, viva, falta cumprir-se a mãe Galiza,
Portugal pródigo e prodígio, ou não seremos.
.
2011-06-12,JP
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS DE J.PADRÃO
Sopraram ventos de Eolo
De khronos kai kairós
E tempestades e vendavais,
Coriscos temporais criaram-se
Dentro de mim.
Ofuscado o pensamento pelo sentimento,
Perguntei-me Polínia o que foi de ti?
Se Musa pensativa da vida, nada pândiga,
Algo te preocupa e fadiga.
Surgiu então meu sonho e utopia de poeta;
A poesia em argila viva no que ela dura
Na simples vida, e pedi,
Dai-me lyras sob o signo de Polínia,
Que quero cantar solidão e amor,
Saudade a ser e liberdade de ser.
Cantou então um rouxinol
Il tempo imobile da cantiga de S.Ero,
CIII de Afonso O Sábio, e ficou em mim
Um arrepio de tempo e sonho.
Há cantigas de amor e de amigo que
Marcam a vida do homem para sempre,
E que são desespero do Ser a ser na
Floresta do alheamento do amor e desamor
E do contentamento descontente,
Que todo trovador sente.
Coisas da ontologia viva, Polínia,
Coisas da vida que nós prega a partida.
O resto é literatura ou filologia.
Ainda
Hors-texte
Vou embora para Pasárgada
Onde não há rei,
E feliz viverei.
Ou: Onde a minha Ítaca perdida
E nunca achada, onde meu amor,
Meu bem, a minha esposa amada?
E Eolo soprou novamente ventos
Imensos de khronos kai kairós
Em que todos vamos sendo.
Por isso a vida e a luta continua.
2011-06-14, JP
Sopraram ventos de Eolo
De khronos kai kairós
E tempestades e vendavais,
Coriscos temporais criaram-se
Dentro de mim.
Ofuscado o pensamento pelo sentimento,
Perguntei-me Polínia o que foi de ti?
Se Musa pensativa da vida, nada pândiga,
Algo te preocupa e fadiga.
Surgiu então meu sonho e utopia de poeta;
A poesia em argila viva no que ela dura
Na simples vida, e pedi,
Dai-me lyras sob o signo de Polínia,
Que quero cantar solidão e amor,
Saudade a ser e liberdade de ser.
Cantou então um rouxinol
Il tempo imobile da cantiga de S.Ero,
CIII de Afonso O Sábio, e ficou em mim
Um arrepio de tempo e sonho.
Há cantigas de amor e de amigo que
Marcam a vida do homem para sempre,
E que são desespero do Ser a ser na
Floresta do alheamento do amor e desamor
E do contentamento descontente,
Que todo trovador sente.
Coisas da ontologia viva, Polínia,
Coisas da vida que nós prega a partida.
O resto é literatura ou filologia.
Ainda
Hors-texte
Vou embora para Pasárgada
Onde não há rei,
E feliz viverei.
Ou: Onde a minha Ítaca perdida
E nunca achada, onde meu amor,
Meu bem, a minha esposa amada?
E Eolo soprou novamente ventos
Imensos de khronos kai kairós
Em que todos vamos sendo.
Por isso a vida e a luta continua.
2011-06-14, JP
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS DE J.PADRÃO
I
Homem sou, e nada humano me é estranho,
Mas nem sou D.João nem Giacomo Casanova,
Mesmo que queira ser o amante perfeito, lançador
De Adns, entre o ser e o nada que anonada.
Amante fui excessivo, pelos vistos, de mulher amada,
O que me levou a filhos e saber da solidão de ser, e
Perceber o nada em que o homem acaba, seu ípsilon
Croomossómico em liberdade, sabendo da saudade.
Já nem J.Padrão sou! Nem outro alónimo céptico nome,
Que o homem procura em sede de amor a ternura de ser
Com filhos e mulher a ek-sistência toda.
Ninguém é sedutor, nem tem fascínio nem charme,
Simplesmente é leal a ética social,moral, povo e língua
Que leva no sangue.
Não tenho bibliofrenia,paixão pelos livros, nem sou das
Artes poéticas e plásticas, das literaturas e das linguísticas;
Apenas humanista amador, filantropo como Mr.Pickwick,
Inventáriador do humano como W.Shakespeare,acho que sou,
Ou seja alguém a querer amar e ser amado, lançado ao mundo
Por acaso, procurando beatitude e sofrosyne. Já J.Padrão não sou
Que perdi amor primeiro, o único verdadeiro.Não tenho máscaras
Apenas sou.E sei de ser e nada e do nada que anonada e da dor de
Ser sem amor. Cupido me atraiçou e Vénus e o eterno feminino.Sou ainda gauche da vida, aparecendo aos pés da cama sem incomodar nada e ninguém.Amor,solidão,ontologia são dilemas da vida, como liberdade, verdade e saudade.
Para onde vou? Nunca o saberei, é a vida a que nós prega a partida; amores hei,e
Muita mulher me amou sem contrapartida, leal eu a Penélope tecendo-se e destecendo-se, perdida. O quê farei? Ser livrepensador, ser sabendo que sou entre o ser e o nada, que anonada.Nem D.Giovanni,nemD.João nem nada sou, porque sou livre.Não sou burlador, quem burla a dor de amor?; ser marido basta, e saber de estirpe e nação.
Hors-texte
Dá esposa amada
Ósculos puros da tua boca de mel,
Para mim, teu homem, e para os
Filhos a haver saber da tua ternura
De mulher.Basta, é como quem cheira
Uma flor ou navega da vida o mar, com
amor.
II
Deconstruo o texto linguístico,
Dicionário de narratologia do amar
Sem ser amado, por ter muitas paixões
Desejadas e não desejadas, como agasalho.
Ao meu cor, aos meus olhos,a minhas mãos
O que lhes farei? Sedutor não sou, apenas
Espelho de homem galiziano. Eu sei não teve
Amor quem não teve galaico ou português amor.
Amor de trovador trovar amor e moiro-me de amor.
Hors-texte
Nas manhãs frias cantavam as aves canoras
Alvas e amanhecidas e sabiam do humano ser,
Mãos frias amores todos os dias;
Olhos verdes são traidores, mulher amada
Thalassa platia,sossego da angústia de ser de
Por vida; e de outro lado do universo o que haverá?
E nem o ruído do silêncio respondia.
As aves canoras cantando amores,
E flores bebendo gostoso orvalho
Na amanhecida, quando nasce o dia
E se sente a vida viva de cada dia.
Tempus fugit, chega; nem D.João sou
Nem Casanova, sou saudade pura e viva,
Até que chegue o tempo da sepultura.
As aves canoras cantavam na manhã fria,
As saudades perduram além sepultura.
Aleluia.A alva bela sorria.
III
O mito não é tudo, é nada e ek-sistência
Que anonada; liberdade sou, minha e de
Outrem, e mais em mulher amada que em
Liberdade entrega ser de mulher que ultrapassa
Ser e nada, e anonada.Condenado estou a ser
Livre, eis meu destino,moira, sina.Único fundamento
De ser Martinus puer.A liberdade é faticidade, festividade
Do ser, mais nada. Chega; chega? Homem sou eu sei e amarei
Esposa amada.E a estirpe e nação a ser.Alea jacta est, os dados
Estão lançados. Somos tempoalidade na mundanidade, fatidade
De ser, que logo acaba. Somos amor a ser e liberdade, o que é
Toda humanidade.Que homem puro não almeja amor ideal, o eterno feminino
A ternura de mulher?
Hors-texte
Quereria coagular-te em mim, mulher,
Por amada e por ser mulher, e por filhos
A haver.
E penso no que sinto e a saudade se abisma
E se despenha no abismo do sentimento e do
Pensamento. Ai a dor de ser de cada momento,
Ai a dor de amar intensamente, quanto contentamento
Descontente há dentro de nós, o imo de nós entregue.
IV
Nem Sísifo nem Prometeu, o amor perfeito.
Esse desejo da ek-sistência ao de leve.
Que viva a liberdade na alteridade,
Na entrega toda.
Dádiva que nunca acaba entre o ser
E o nada.
Abre trilhos a haver de liberdade
Nos filhos a haver sem entrave.
Teu sou, de mais ninguém.
Hors-texte
Dá ósculos puros de mel da tua boca
Para eu saber ser, e perceber que a trágica solidão
Tem alavanca de viver em corpo e amor de mulher amada.
Que quem não ama não sabe o que é ser.
In fine: Quem não teve amor galego ou português
Não sabe o que o amor é!
2011-07-02,JP
I
Homem sou, e nada humano me é estranho,
Mas nem sou D.João nem Giacomo Casanova,
Mesmo que queira ser o amante perfeito, lançador
De Adns, entre o ser e o nada que anonada.
Amante fui excessivo, pelos vistos, de mulher amada,
O que me levou a filhos e saber da solidão de ser, e
Perceber o nada em que o homem acaba, seu ípsilon
Croomossómico em liberdade, sabendo da saudade.
Já nem J.Padrão sou! Nem outro alónimo céptico nome,
Que o homem procura em sede de amor a ternura de ser
Com filhos e mulher a ek-sistência toda.
Ninguém é sedutor, nem tem fascínio nem charme,
Simplesmente é leal a ética social,moral, povo e língua
Que leva no sangue.
Não tenho bibliofrenia,paixão pelos livros, nem sou das
Artes poéticas e plásticas, das literaturas e das linguísticas;
Apenas humanista amador, filantropo como Mr.Pickwick,
Inventáriador do humano como W.Shakespeare,acho que sou,
Ou seja alguém a querer amar e ser amado, lançado ao mundo
Por acaso, procurando beatitude e sofrosyne. Já J.Padrão não sou
Que perdi amor primeiro, o único verdadeiro.Não tenho máscaras
Apenas sou.E sei de ser e nada e do nada que anonada e da dor de
Ser sem amor. Cupido me atraiçou e Vénus e o eterno feminino.Sou ainda gauche da vida, aparecendo aos pés da cama sem incomodar nada e ninguém.Amor,solidão,ontologia são dilemas da vida, como liberdade, verdade e saudade.
Para onde vou? Nunca o saberei, é a vida a que nós prega a partida; amores hei,e
Muita mulher me amou sem contrapartida, leal eu a Penélope tecendo-se e destecendo-se, perdida. O quê farei? Ser livrepensador, ser sabendo que sou entre o ser e o nada, que anonada.Nem D.Giovanni,nemD.João nem nada sou, porque sou livre.Não sou burlador, quem burla a dor de amor?; ser marido basta, e saber de estirpe e nação.
Hors-texte
Dá esposa amada
Ósculos puros da tua boca de mel,
Para mim, teu homem, e para os
Filhos a haver saber da tua ternura
De mulher.Basta, é como quem cheira
Uma flor ou navega da vida o mar, com
amor.
II
Deconstruo o texto linguístico,
Dicionário de narratologia do amar
Sem ser amado, por ter muitas paixões
Desejadas e não desejadas, como agasalho.
Ao meu cor, aos meus olhos,a minhas mãos
O que lhes farei? Sedutor não sou, apenas
Espelho de homem galiziano. Eu sei não teve
Amor quem não teve galaico ou português amor.
Amor de trovador trovar amor e moiro-me de amor.
Hors-texte
Nas manhãs frias cantavam as aves canoras
Alvas e amanhecidas e sabiam do humano ser,
Mãos frias amores todos os dias;
Olhos verdes são traidores, mulher amada
Thalassa platia,sossego da angústia de ser de
Por vida; e de outro lado do universo o que haverá?
E nem o ruído do silêncio respondia.
As aves canoras cantando amores,
E flores bebendo gostoso orvalho
Na amanhecida, quando nasce o dia
E se sente a vida viva de cada dia.
Tempus fugit, chega; nem D.João sou
Nem Casanova, sou saudade pura e viva,
Até que chegue o tempo da sepultura.
As aves canoras cantavam na manhã fria,
As saudades perduram além sepultura.
Aleluia.A alva bela sorria.
III
O mito não é tudo, é nada e ek-sistência
Que anonada; liberdade sou, minha e de
Outrem, e mais em mulher amada que em
Liberdade entrega ser de mulher que ultrapassa
Ser e nada, e anonada.Condenado estou a ser
Livre, eis meu destino,moira, sina.Único fundamento
De ser Martinus puer.A liberdade é faticidade, festividade
Do ser, mais nada. Chega; chega? Homem sou eu sei e amarei
Esposa amada.E a estirpe e nação a ser.Alea jacta est, os dados
Estão lançados. Somos tempoalidade na mundanidade, fatidade
De ser, que logo acaba. Somos amor a ser e liberdade, o que é
Toda humanidade.Que homem puro não almeja amor ideal, o eterno feminino
A ternura de mulher?
Hors-texte
Quereria coagular-te em mim, mulher,
Por amada e por ser mulher, e por filhos
A haver.
E penso no que sinto e a saudade se abisma
E se despenha no abismo do sentimento e do
Pensamento. Ai a dor de ser de cada momento,
Ai a dor de amar intensamente, quanto contentamento
Descontente há dentro de nós, o imo de nós entregue.
IV
Nem Sísifo nem Prometeu, o amor perfeito.
Esse desejo da ek-sistência ao de leve.
Que viva a liberdade na alteridade,
Na entrega toda.
Dádiva que nunca acaba entre o ser
E o nada.
Abre trilhos a haver de liberdade
Nos filhos a haver sem entrave.
Teu sou, de mais ninguém.
Hors-texte
Dá ósculos puros de mel da tua boca
Para eu saber ser, e perceber que a trágica solidão
Tem alavanca de viver em corpo e amor de mulher amada.
Que quem não ama não sabe o que é ser.
In fine: Quem não teve amor galego ou português
Não sabe o que o amor é!
2011-07-02,JP
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