A Nossa Língua
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Muitas nações, muita intrasigência...

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Mensagem  paulo Sáb Jun 11, 2011 2:29 pm

Abri um fio no qual me perguntava eu ser possível estar a sobrevalorizar o modelo lingüístico suíço; a questão é que existem paises que funcionam no Mundo falando muitas línguas diversas, sem que ninguém se sinta lesionado nos seus direitos. Suíça existe, embora não seja perfeita (há movimentos ultradireitistas como em qualquer parte) mas quatro línguas não supõem para eles problema nenhum.

Cá muitos teneis desejos de independência ou anexação a Portugal; eu tenho claro que sou espanhol e falo uma língua estrangeira que é o português com diversa fortuna e intento acrescentar com o francês. Pôr a andar pátrias é difícil, por vezes impossível (da Iugoslávia fizeram SETE "nações" após uma escarnifície,... e agora perdem o cuzinho por entrarem, uma por uma, na União Europeia que todos sabemos ser o alvo ou panaceia que nos aproxima da fim das eternas guerras... ou não?.

As matanças na Krajina, em Sbrenica, o cerco de Sarajevo, os bombardeamentos de Belgrado, as violações a centos de mulheres bósnias, os deslocamentos de sérbios da Krajina e Kosovo, o estabelecimento de estados-falhidos (como Etiopía) em pleno centro da Europa (Bósnia tem uma cabeça tri-partita para cada instituição de governo e uma República sérvia em rebelião; Kosova é centro de máfias que traficam com órgãos humanos; Montenegro -500 000 habitantes-- aprovou um referendum ... por 55 vs 45%; Macedónia é Bulgária??, nem se sabe...

A sangría e o escárnio ao povo sérvio aínda pode seguir: fica Voivodina queserá entregue aos húngaros ou nem se save... a cousa é castigar os maus; e botar a andar quanta mais nações forem possíveis...

Este ano, Eurovisão teve que fazer expurgações fóra do seu Festival porque com tantas "nações" botadas ao "terreno de jogo" nem dão feito; a Eurotaça de futebol, a cada, é um espectáculo patético no que convivem Ulster com Azerbaijão ou Feroer com Bielorrúsia.

E aínda quedam por entrar Valônia, Flandres, Catalunha, Galiza??,...

Estais todos malucos?; em Porto impartem-se aulas de português para galegos, "ergo"... os galegos não falam português.

A celticidade e a Lusofonía vão-nos fazer sair das cousas más todinhas que nos fizeram os "espanhóis".

Mirai que intento entender, mas não posso.

Quero ser canadiano, ou aínda belga, que têm menos futuro do que os espanhóis (ou não)... parece que a eterna divisão do átomo é o deus ou a deusa à que rezais mentres vestis as saias longas e brancas num druídico brado, nem sei se com sacrifícios humanos, em qualquer pedra de abalar.

Com o português entende-mo-nos com 220 milhões de pessoas... em espanhol, com 400 milhões; substituir uma língua pela outra e deslocar-nos para a Lusofonía, como estado independente, faz-nos desatender-nos com ... 180 milhões de pessoas?...

confused

Me cago em todos os deuses Exclamation : Falar as duas línguas faz-nos atender a 620 milhões bounce ; pero se quereis a independência da Galiza, o espanhol não terá lugar... mais que como opção pessoal de aprendizagem, que é justamente o que defendo eu para os galegos aproximar-nos do português arrombando a merda do patois.

Saúde e merda para a pátria.

paulo
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Mensagem  paulo Sáb Jun 11, 2011 2:55 pm

Por certo, artigo no PGL...

Arménia e Galiza: nações leais

Quarta, 08 Junho 2011 00:00

Por José Manuel Barbosa Álvares

A Turquia que perdeu a primeira guerra mundial foi uma Turquia convulsa que acabava de perder mais do 90% do seu território nos Balcãs e mesmo estava chegando o momento em que podia perder as regiões da Anatólia ocidental povoada pela minoria grega autóctone e a Arménia na parte mais oriental da Ásia Menor.

Quando chegou ao poder Mustafa Kemal, autorebatizado de Kemal Ataturk, o novo estado turco aplica uma brutal limpeza étnica sobre a Grécia anatoliana expulsando os helenos para o continente europeu e para as ilhas mediterrâneas, assim como uma selvagem matança de arménios nos territórios orientais do Cáucaso até o lago Van. Nessa matança morrem mais de um milhão e meio de pessoas e ainda um grande número de deportados, abandonados no deserto à sua sorte acabando como carniça para os abutres, grande número de pessoas violadas, abusadas, expropriadas e mesmo multidão de mulheres escravizadas para fazerem parte dos haréns dos poderosos turcos. E tudo isto sendo os arménios considerados “Millet-i Sadika” pelos turcos, quer dizer, “nação leal”, pois eles não geravam conflitos nem problemas apesar de terem menos direitos do que outras nações do Império otomano.

Uma vez eliminados os arménios, o seu património foi destruído ou abandonado à sua sorte e em todo caso esquecido e desprezado por não ser turco. Preferiram a perda económica e cultural que isso supunha a integrá-lo dentro do seu acerbo cultural. A dia de hoje se viajarmos à antiga Arménia otomana -hoje território ocupado pelos curdos- ou à costa ocidental anatoliana veremos os monumentos arménios e gregos da costa do Egeu totalmente esquecidos e descuidados, praticamente perdidos para desfrute do ser humano e para a arte. Nunca veremos aos guias turcos dizer que são gregos ou arménios reconhecendo-lhes uma origem não otomana. São estes factos fruto duma forma de se reafirmarem como nação turca depredadora e totalmente fora de todo conceito humanista.

Por outra parte, na Espanha do século XXI acontece algo parecido com a nação norte-ocidental da península. E digo parecido porque não é igual. A situação política de hoje no Reino da Espanha não é a situação do Império Otomano há quase cem anos onde a falta de democracia formal, as desigualdades no que diz respeito aos direitos das pessoas, o desrespeito à dignidade do ser humano e o contexto islámico não são assimiláveis à aceitação da democracia e dos valores ocidentais nos que vivemos ainda que sejamos capazes de chegar à indignação que move a muitas pessoas que manifestam o seu protesto com acampadas nas praças mais importantes de várias cidades do Estado. Aqui não há sangue nem depredação mas há um desequilíbrio gerado por uma falta de compreensão à nossa questão nacional à que nós como “nação leal” favorecemos.

Vou centrar-me só no aspecto cultural e nomeadamente ao que se refere ao património e a sua desfeita, não sei se controlada ou não, mas sim consentida por todos.

A historiografia oficial espanhola ignora e desrespeita totalmente o passado da Galiza. Ela simplesmente não existe e o que há fica vinculado com o mundo identitário castelhano e mediterrâneo, sem empregar muitos esforços em reivindicar um mundo justamente identificado e pretérito que poderia gerar um grande benefício a todos tanto do ponto de vista económico como geoestratégico, ainda no caso de ser assumido pelo mais profundo espanholismo.

À Galiza nega-se-lhe o seu passado céltico e os seus vínculos históricos com as Ilhas Britânicas. Daqui partiu a repovoação das Ilhas em épocas imediatamente após-glaciares como parecem demostrar os dados genéticos. Ela tem sido o primeiro reino da Europa medieval ainda existindo o Império Romano, o primeiro em emitir moeda própria, o primeiro em legislar, administrar e construir um Estado monárquico com o cristianismo católico como referência. Galiza foi a criadora da mal chamada “Letra Visigótica”, da primeira arte pré-románica com o arco de ferradura que oficialmente se denomina “visigótico”.

Com o nosso País cometem-se certas injustiças como o não se lhe reconhecer o nome de “Reino de Galiza” ao território do N.W. hespérico em épocas altomedievais. Em troca é denominado de “Reino de Astúrias” ou “Reino de Leão” ainda que haja documentação por toda a Europa que é evidenciada pelos historiadores do velho continente.

À Galiza nega-se-lhe a sua identidade linguística vinculada ao mundo conhecido internacionalmente como lusófono. Aguentamos silêncio histórico quando fomos protagonistas principais da Idade Média peninsular; temos de aguentar a mentira sobre a nossa identidade e a nossa memória porque o supremacismo castelhano destruiu documentação, manipulou informação e educou a várias gerações de galegos na ignorância e no auto-ódio e a muitas gerações de não-galegos na consideração de que ser galego era ser um compêndio de defeitos “no pior sentido da palavra”. Tudo isto para garantir e justificar a hegemonia de Castela sobre a península em geral e sobre a Galiza em particular evitando que a justiça histórica fosse crua demais com o imperialismo castelhano e benévola com a Galiza. Com isto continuamos a permitir que um território quase desértico do centro da peninsular continue a vampirizar a periferia hespérica rica material e espiritualmente.

A falta de atenção e reconhecimento é a razão principal pela qual na Galiza haja tanto património pré-histórico, proto-histórico e castrejo destruído. Se não é para edificar é para fazer estradas ou para plantar as ventoinhas dos parques eólicos ou se não por simples descuido. É essa a razão pela qual os lugares outrora sagrados, cheios de megalitos, hoje sejam ermos pedregosos ou lugares civilizados –no pior sentido da palavra- que dão divisas a empresas de construção ou eólicas que enriquecem a todos menos aos galegos. São lugares onde a informação científica ou as lendas existentes nos poderiam dar conhecimento do nosso passado e mesmo dinheiro e cultura. Com esta filosofia é fácil que haja incêndios que despejem e paramizem amplos territórios em regiões da Galiza que antes eram carvalheiras ou soutos frondosos para que empresas de fora venham construir chalés para os madrilenos sentirem perto um mar que os limpe das suas impurezas urbanas.

O património galego é uma fonte importante de riqueza, mesmo de riqueza em euros. Mas se o pensamento anti-galego que nos governa quer se defender de nós estragando um património que nos faria mais prósperos e por isso mais arraigados à nossa identidade e se com isso a unidade espanhola mononacional não fosse impossível, faz bem estragar tudo. No entanto, se esse mesmo pensamento se voltasse inteligente e da mesma forma que se nos considera espanhóis para que nos venham arrepanhar as nossas fontes de energia debalde ou para pagarmos os impostos a uma Espanha que não nos considera uns iguais porque há um ponto “pejorativo” em ser galegos, também poderia ser que pudesse considerar que a Espanha alcançaria a ser mais próspera, mais culta, mais civilizada e menos cavernária se soubesse incluir o património galego –o mais rico da península- como mais um elemento de importância para ser cuidado, respeitado, guardado, estudado, comunicado, ensinado, amado e desfrutado. Aliás do ponto de vista geoestratégico, a consideração do património galego poderia fazer que a Espanha se abrisse ao Atlântico, autêntico centro do mundo e centro de poder desde que a civilização ocidental se abriu passo pelo mundo.

Para o castelhanismo imperante, igual que para os turcos a Arménia ou a Grécia anatoliana, é preferível ser impresentável dum ponto de vista ético, perder milhões de euros e consideração política do que permitir que a Galiza seja mais um centro criador de prosperidade e riqueza material, cultural e política.

Castelão dizia que eram uns imperialistas fracassados, mas eu vou muito mais longe do que isso: São seres humanos imperfeitos pela sua falta de inteligência e democratas fracassados, habitantes do lado obscuro duma Europa politicamente avançada. E os galegos que são fieis a esse projeto que nega a nação galaica, que tenham em conta que por muito fieis que sejamos a um Estado que não nos tem em conta nem nos valoriza, que nos empobrece e nos tira poder e prestígio não por isso vamos ser melhor tratados. Tudo o contrário; acabaremos como eles.

http://www.pglingua.org/opiniom/artigos-por-data/3580-armenia-e-galiza-nacoes-leais

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Gostaria o senhor dizer-me quais seriam as vantagens "em euros" de pôr em valor o património pre-histórico, proto-histórico, etc, etc, etc...???....


Criar parques temáticos, como esse que fizeram muito logradamente com os dolmem de Dombate???........

Meter-lhe um MacDonald´s á beirinha de cada Castro?!....

Como dizía um engraçado grafitti perto da minha casa: "Tortilha espanhola, fóra da Galiza"!!!.... drunken
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Mensagem  paulo Sáb Jun 11, 2011 4:04 pm

Pátria de homem, sua infância.
Língua de homem, a de seus pais.
Nostalgia crepusculpar (Kosturica, Bregovic, Batatas fretidas, acudi-me!)....

https://www.youtube.com/watch?v=gpAcB4u14RQ
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Mensagem  AGIL Sáb Jun 11, 2011 7:18 pm

E se nos razoasse um pouco a sua proposta, que, sinceramente, não entendi. Suprimir nações?

E sobre a língua, a língua dos pais? E por que a pessoa não pode eleger a sua, mesmo diferente da dos pais? Pior é que os pais escolham para o filho uma língua diferente da sua (dos pais), não é?

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Mensagem  paulo Dom Jun 12, 2011 1:00 am

Suprimir nações, algumas sim: os microestados, como Vaticano, São Marino, Andorra, etc...; autodeterminação para povos muito oprimidos: saharauis e curdos. Não tenho uma relação pormenorizada de cada nação pela mesma razão que não tenho uma opinião a respeito de cada matéria nem uma resposta a cada pergunta: assim o meu mundo estivesse tão ordenadinho!.

Em qualquer caso, para mim não sobejariam, as nações, de mais alá de duzentas setenta, ou duzentas noventa, que vêm ser as que andam botadas a andar, quitadas uma dúzia de mais das que não gosto: proliferação de estados falhidos nos Balcães (quatro deles a falar a mesma língua: Sérvia, Croácia, Bósnia e Montenegro), dous em "fideicomisso" ou "protectorado" da União Europeia/ NATO: Kosova e Bósnia, e duas com forte contestação interna desde a origem: outra vez Bósnia, outra vez Montenegro.

Checoslováquia, que também falam a mesma língua botaram-se a inventar trapalhadas. Já só falta que os suíços também argalhem no independentismo. Hahahahahaha.... Que conto, que eles são mais listos.

Relativamente ao conceito da língua materna é muito complicado: eu vou à cerna da questão e digo e manifesto que a língua dos pais e a língua que che falam os pais, e pronto. Se remontas trinta gerações igual a língua do país (não dos pais) era o gaélico ou aínda o latim... A dos pais é-che bem doado sabê-la: perdida a cadea de transferência da língua, a tua é aquela na que che falaram teus pais, e isto é assim mais fácil aínda quando esta é uma língua codificada, mentres que a outra (a dos avós) não tinha código conhecido, e seu processo de aprendizagem a faz estrangeira desde a toma de consciência, primeiro; desde a re-codificação depois.

Aínda vai uma reflexão a maiores: na Galiza concorrem duas das principais --na realidade, as duas principais-- línguas romances; podemos botar mão das duas... (albrícias bounce ).... Os atrapalhados pescudadores de tesouros pátrios raguístico-ilgueiros, com o beijamãos Ferrim e aínda outros balujadores como o De Toro e a sua madeira de zapateiro e outras merdas fanam-nos uma; olho porque Espanha aí nem tem nada a dizer, já que a codificação da língua é cousa que está na nossa mãos (a AGLP existe; nem é perseguida, creio e digase-me se estou errado, e se o é suponho mais daquí que "dalá"); da outra parte, os que manifestais o deslocamento da Galiza para a Lusofonía, ou por melhor dizer: fazer do espanhol uma língua estrangeira.

O tema é-vos duro como uma côdea (dura)... porque argalhais o argumento da língua útil ao tempo que fanais uma língua "mais útil" em termo de falantes.

Acho ter respondido às duas questões: suprimir algumas nações, sim. Tampouco não seriam muitas; na altura conformo-me com não seguir a pintar cores.

Respeito à língua dos pais, é um conceito claro -para mim-: a que me falaram sempre e na que fui naturalizado. Logo estão as tomas de consciência e os processos de aprendizagem, etc; no caso do galego/português o caminho é bem muito longo de mais: nem eu nem os meus avós sabiam o que falavam, nem sabiam qual era a denominação da língua nem sabiam escrevê-la. Daí que fazê-la minha suponha aínda DEIXAR DE FAZÊ-LA DELES... Uf. Nesta altura vou-me dar um colacao.

Saudinha.
paulo
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