A Nossa Língua
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"Norma-Padrão"

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Mensagem  cdurão Seg Jan 17, 2011 6:25 am

Não sei se encaixa na epígrafe, mas é o mais perto:

Em:

http://conhecimentopratico.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/26/erros-gramaticais-panorama-dos-tipos-de-desvios-da-norma-padrao-190550-1.asp

diz Leo Ricino:

“Temos de garantir à língua sua função primordial: promover a comunicação e, com ela, garantir a inteligibilidade das mensagens. Ora, para isso, é preciso usar um padrão linguístico que garanta a universalização de entendimento dentro da língua. Esse padrão é conhecido como normaculta e é usado pelos meios de comunicação, pelos livros não literários e literários, pelas pessoas de boa formação cultural... Basicamente, a norma-padrão ou culta é conhecida e reconhecida. É a ensinada nas escolas ou, pelo menos, deveria ser. A escola deve partir da língua usada pelos seus alunos e ensinar-lhes a norma-culta. Senão, a escola para nada serve, pois todas as disciplinas e todo o repertório do homem são consolidados pela língua-padrão. Empregar a língua culta amplia a possibilidade de ascensão social.”

“sendo nossa língua etimológica e assim consagrada nos oito países que a têm como oficial, escrever de forma que fuja à origem é um erro de português. Não dá para aceitar uma “caza” assim, com “z”, porque não era assim no latim. Ou “análize” porque veio do latim análusis. Erro de ortografia é, portanto, um erro gramatical e linguístico.”

““Amássemos” e “amassemos” não apresentam complicação na fala, mas apresentariam na escrita, mesmo sendo verbos diferentes”

(este derradeiro exemplo é acaído entre nós, porque para ILG-RAG estas duas palavras são sinónimos; não sou eu que o disse: que lho perguntem ao presi da rag...)

cdurão

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Mensagem  Pedro Bravo Qui Jan 20, 2011 3:48 pm

escrever de forma que fuja à origem é um erro de português.

Reconhecendo, como quase todo o mundo, que tem de haver um equilíbrio entre os critérios fonológico e etimológico, eu tenho mais querença pelo último, talvez um vício de leitor. Em qualquer caso, o costume faz milagres. Não entendo, aliás, que se simplifiquem certos grupos cultos e não o esse duplo.
Pedro Bravo
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Mensagem  cdurão Sex Jan 21, 2011 12:32 am

Pensa na Raia: ali sobrevivem, e não só em idosos, as vozeadas /ʒ/ e /z/ (vide p.ex. Johannes Kabatek "Die Sprecher als Linguisten. Interferenz-und Sprachwandelphänomene dargestellt am Galicischem der Gegenwart", 1996, Tübingen, publicado por "Xerais" no 2000 com o título “Os falantes como lingüistas”, com exemplos de falantes que são repetidamente corrigidos pelos “profesores” made in Santiago para o galegoespanhol);

eu entendo que a “norma galega do português”, como diz Malaca Casteleiro, deve ser a supra-dialetal que cubra as falas galegas; diz Carvalho Calero: “Todos os dialetos podem combinar-se ao escrever em galego” (“A dialectalizaçom do galego”, em Da fala e da escrita, Galiza editora, Ourense, 1983 (1981), p. 25), e ainda mais: “os dialectos do galego estam fora de Galiza” (“Nom estamos sós”, em “Problemas da língua galega”, Sá da Costa Editora, Lisboa, 1981, p. 79);

bem sabemos que a distinção entre vozeadas e não vozeadas se perdeu na maior parte do hodierno território quadriprovincial da CA de “Galicia”, e não precisamente por evolucão própria (como nos querem fazer crer o ILG e a lateres), mas por esmagadora pressão do castelhano, cuja ortografia nos querem impor; ainda assim, nos pontos citados da Raia, “casa” é pronunciado “ka-za” (como no resto da Lusofonia) e não “ka-sa” (como na Hispanofonia); ou seja que o “s” intervocálico é sonoro, o que justifica grafar “ss” quando é surdo; acho um pequeno “sacrifício” que bem paga a pena;

ou não?

Carlos

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Mensagem  Pedro Bravo Sex Jan 21, 2011 6:38 am

Bom, eu não tenho nada a dizer sobre a norma. Aplico o mesmo critério que com o castelhano na minha condição de castelhano-falante: admito a norma sem mais discussões (ainda que no seu momento aborrecesse a simplificação de grupos cultos como o -pt de septiembre que eu pronunciava seguramente por influência da escrita) quando acrescenta a potencialidade da minha fala. A dificuldade que pode supor "necessário" vem-se compensada de sobra à hora de aprender outros idiomas (inglês, francês, italiano, catalão). Por sinal, aqui (dicionarioweb) desmembram a palavra desta guisa: "ne-ces-sá-rio". Isto último não seria "ri-o"?
Pedro Bravo
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Mensagem  cdurão Sex Jan 21, 2011 7:52 am

Interessantíssima questão, Pedro: esses chamados ditongos crescentes são instáveis, oscilantes, até pendulares, segundo o falante e/ou o contexto: p. ex. para Santiago, Tiago, Iago, há que faz [já] e há quem faz [i-á]. Não sei se diferencias a (para mim) trissílaba piara (do vb piar) da (para mim) bissílaba piara (manada), ou a trissílaba caiamos (de cair e caiar) da quadrissílaba caïamos (=caíamos, na minha zona). Seguramente poderíamos elencar muitas séries de encontros vocálicos que para uns seriam ditongos crescentes, para outros hiatos, ou então uns hesitariam, outros talvez não. Um par de citações:

“Quando átonos finais, os encontros escritos -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -ue e -uo são normalmente DITONGOS CRESCENTES: gló-ria, cá-rie, vá-rio, má-goa, á-gua, té-nue, ár-duo. Podem, no entanto, ser emitidos com separação dos dois elementos, formando assim um HIATO: gló-ri-a, cá-ri-e, vá-ri-o, etc.” [...] “Há encontros absolutamente estáveis. Assim, quer no verso, quer na prosa, a palavra lua possuirá sempre duas sílabas, ao passo que as palavras mau e quais terão invariavelmente uma. O hiato [ua], da primeira, bem como o ditongo [aw], da segunda, e o tritongo [waj], da terceira, são, pois, as únicas pronúncias que a língua admite para tais ENCONTROS nessas palavras./ Muitos, porém, são instáveis. Por exemplo: numa pronúncia normal, as palavras luar e reais são dissílabos: [lu’ar], [Ri’aj∫]. Emitidas rapidamente, podem elas, no entanto, passar a monossílabos pela transformação do hiato [ua] no ditongo [wa] e pela criação do tritongo [jaj]. Por outro lado, palavras como vaidade e saudade, trissílabos na língua viva actual, costumam aparecer no verso com quatro sílabas métricas.” (Celso Cunha, Lindley Cintra, “Nova Gramática do Português Contemporâneo”, Eds. João Sá da Costa, Lisboa, 1984, ps. 50/1);

“Como no resto do território lingüístico português, os ditongos crescentes (ia, ie, io; ua, ue, uo) som inestáveis; quer dizer: em ocasions comportam-se como hiatos; p.e.: série, sério, língua...”, J.M. Montero Santalha, “A pronúncia padrom galega: tentativa de formulaçom”, Actas, I Congresso Internacional da Língua Galego-Portuguesa na Galiza, Ourense, 20-4 setembro 1984, p. 333;

quanto a “necessário”, para mim tb é [i-o], como tb p.ex. para o http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=necess%E1rio (ne.ces.sá.ri:o)

Carlos

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