Criações próprias
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Criações próprias
Abre-se este tópico a petição de pessoas que desejam publicar no foro as suas próprias criações literárias.
Inauguramos esta seção com os poemas que nos envia desde Portugal o nosso amigo Carlos Teófilo.
Inauguramos esta seção com os poemas que nos envia desde Portugal o nosso amigo Carlos Teófilo.
A Leitura só é leitura
A Leitura só é leitura
Se for,
Daquela que nos fascina,
Que é deleite e não tortura,
Que nos faz voar,
Que nos mima,
Que nos dá um certo olhar,
Que não tem dia, mês ou ano,
Que nos incita a viajar
Que nos liberta do quotidiano
Que nos ensina a amar,
O Livro…
Como um Ser Vivo!
Que é o melhor remédio,
Que é forma, mensagem, conteúdo,
Que nos liberta do tédio,
E,
O melhor de Tudo,
É ler o que nos desafia
É LER …POESIA!!!!
Carlos Teófilo
Soneto erótico - marítimo
Quero, Amor, meu leme em tuas águas
Navegar teu corpo, á vela nos teus Beijos
Quero afogar as tuas e minhas mágoas
Beber o Mar em tua boca, saciar nossos desejos
Quero-te como a ninguém, quero-te tanto
Ser teu bote, tua nau, a Caravela
A que cruza este mar, o meu encanto,
Te erguendo em meu mastro, Sereia bela
Quero amar-te assim também em Terra
Firme, sob o manto do Firmamento
Dentro de ti minha âncora bem no fundo,
Quero todo sal que o mar encerra
As ondas do teu corpo e aquele momento
Em que nosso êxtase é maior do qu'este Mundo
Navegar teu corpo, á vela nos teus Beijos
Quero afogar as tuas e minhas mágoas
Beber o Mar em tua boca, saciar nossos desejos
Quero-te como a ninguém, quero-te tanto
Ser teu bote, tua nau, a Caravela
A que cruza este mar, o meu encanto,
Te erguendo em meu mastro, Sereia bela
Quero amar-te assim também em Terra
Firme, sob o manto do Firmamento
Dentro de ti minha âncora bem no fundo,
Quero todo sal que o mar encerra
As ondas do teu corpo e aquele momento
Em que nosso êxtase é maior do qu'este Mundo
Carlos Teófilo
Entre países
Entre países, continentes
Entrementes, entreajudas
Entre barreiras, inexistentes
Entre a língua, que tu mudas
Entre o mar que nos separa
Entre o Norte e o Sul
Entre o “pá e o “cara”
Entre o verde e o azul
Entre o Fado e o Samba
Entre a Amália e o Winicius
Entre o “puxa” e o “caramba”
Entre a virtude e os vícios
Entre Barros e Saramago
Entre a carícia e o afago
Entre a Serra e o Cerrado
Entre o amar e o ser amado
Entre a dor e a alegria
Entre o café e o azeite
Entre cinema e poesia
Entre a dádiva e o aceite
Entre a vida e a morte
Entre o azar e a sorte
Entre a caipirinha e o vinho
Entre a ternura e o carinho
Entre o aquém e o aqui
Entre sentimentos mil…
Brasil!!!!
Que Entre agora esta Paixão!
Que é o que eu sinto por Ti!
Entrementes, entreajudas
Entre barreiras, inexistentes
Entre a língua, que tu mudas
Entre o mar que nos separa
Entre o Norte e o Sul
Entre o “pá e o “cara”
Entre o verde e o azul
Entre o Fado e o Samba
Entre a Amália e o Winicius
Entre o “puxa” e o “caramba”
Entre a virtude e os vícios
Entre Barros e Saramago
Entre a carícia e o afago
Entre a Serra e o Cerrado
Entre o amar e o ser amado
Entre a dor e a alegria
Entre o café e o azeite
Entre cinema e poesia
Entre a dádiva e o aceite
Entre a vida e a morte
Entre o azar e a sorte
Entre a caipirinha e o vinho
Entre a ternura e o carinho
Entre o aquém e o aqui
Entre sentimentos mil…
Brasil!!!!
Que Entre agora esta Paixão!
Que é o que eu sinto por Ti!
Carlos Teófilo
Re: Criações próprias
Ausencias
De todas las ausencias
crece la ausencia de memoria
pavoneando futuros
sembrados en la más absurda nada
De todas las ausencias
temen la ausencia de miedo
Cuando las máscaras salen al baile
la música se para
y las máscaras de cartón
convirtiéndose en carne
exclaman :
Hemos guardado un silencio
bastante parecido a la estupidez
Diego Taboada, 4 Marzo 2011
(no FB, https://www.facebook.com/?sk=lf, e com o seu permisso, acho de tremenda pertinência nestes tempos em que "é de rigor" certa memória histórica, mas talvez ela oculta/ou não vemos a não tão "histórica", que persiste, com a anuência e apoio hipócrtitas dos nossos governos, não mui longe das nossas costas, a leste...)
De todas las ausencias
crece la ausencia de memoria
pavoneando futuros
sembrados en la más absurda nada
De todas las ausencias
temen la ausencia de miedo
Cuando las máscaras salen al baile
la música se para
y las máscaras de cartón
convirtiéndose en carne
exclaman :
Hemos guardado un silencio
bastante parecido a la estupidez
Diego Taboada, 4 Marzo 2011
(no FB, https://www.facebook.com/?sk=lf, e com o seu permisso, acho de tremenda pertinência nestes tempos em que "é de rigor" certa memória histórica, mas talvez ela oculta/ou não vemos a não tão "histórica", que persiste, com a anuência e apoio hipócrtitas dos nossos governos, não mui longe das nossas costas, a leste...)
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
POEMA DE HOMENAGEM A PESSOA, IRMÃO NA FALA
Há qualquer coisa na existência,
De consistência,
De um nada ultrapassado que
Anonada.
E em tanto nada,
Nada a existência
Em oceanos de resistência,
Até acabar em nada.
Eis o enigma do Ser,
Sem metafísica alguma,
Porque simplesmente se é
No Ser existente em que se é,
Vivente, consistente, resistente,
Até naquilo que não se vê
E que se sente.
J.Nunes, Valença & Rio de Janeiro, Primavera 2010
Há qualquer coisa na existência,
De consistência,
De um nada ultrapassado que
Anonada.
E em tanto nada,
Nada a existência
Em oceanos de resistência,
Até acabar em nada.
Eis o enigma do Ser,
Sem metafísica alguma,
Porque simplesmente se é
No Ser existente em que se é,
Vivente, consistente, resistente,
Até naquilo que não se vê
E que se sente.
J.Nunes, Valença & Rio de Janeiro, Primavera 2010
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS QUASE GREGOS
I
Sabias Diana
Da luz dos teus olhos
Dos teus cabelos de oiro
E de que Afrodite estaria
Do teu lado.
E te encaminhaste a mim,
Deste beijo como puro
E deixaste cair a túnica
Como uma vestal pura.
Então Cupido deveu enviar
Seta ao meu cérebro
E cai sobre teu corpo
Ao de leve e te senti
Toda.
Ou foi ilusão?
Desejo de entrega?
CORO:
Livra-te homem
Das mulheres
De cabelos belos,
Porque não te deixarão
O raciocínio livre.
E coriscos e tempestades
De dúvidas encheram
Teu corpo e teu pensar.
Ama e deixa-te amar
Mas não percas a razão
Ou ficarás em solidão
Sem nome.
II
Olhos e boca
Corpo de luz,
E te entregaste
Sem eu nada pedir,
Por quê assim?
Havia na tua boca
A Ítaca e ainda
Suspiro de mulher
A amar e ser.
Protegeu Afrodite
A tua audácia?
E se chego a dizer
Não quero amor,
Apenas compreensão
De mulher?
Ai as tuas colinas
Estavam plenas de
Desejo, ai quem deixa
Ensejo de amar mulher?
Diana, amar é também Ser?
CORO:
Não fugia teu corpo de gazela,
Estavas bela, plena de contentamento
Descontente, e bebias do meu corpo
O fruto do futuro.
Soubeste então de estirpe e nação,
No amor que assalta a razão.
E deixaste que o logos
Fosse conduzido como um cavalo enlouquecido
Com rédeas nas mãos de Afrodite
Foi esse,Diana virginal, teu desquite?
III
Havia a gozosa fragilidade
Dos corpos,
O encontro de nós
Desbordado no olhar.
Por quê não entregar-nos
Antes da alva
E sentir que o ilimitado
Limite da vida
Nos persegue
Todos os dias.
Disseste, sob influência
De Afrodite,
Hoje não caço,
A minha peça és tu.
E fui.
CORO:
Ai a frágil argila humana,
O seu espreguiçar-se no tálamo
Do amor.
Ai a dor do amor e do desamor,
Quanta dor em dor maior.
2011-02-27.J[õao]P[adrão]
I
Sabias Diana
Da luz dos teus olhos
Dos teus cabelos de oiro
E de que Afrodite estaria
Do teu lado.
E te encaminhaste a mim,
Deste beijo como puro
E deixaste cair a túnica
Como uma vestal pura.
Então Cupido deveu enviar
Seta ao meu cérebro
E cai sobre teu corpo
Ao de leve e te senti
Toda.
Ou foi ilusão?
Desejo de entrega?
CORO:
Livra-te homem
Das mulheres
De cabelos belos,
Porque não te deixarão
O raciocínio livre.
E coriscos e tempestades
De dúvidas encheram
Teu corpo e teu pensar.
Ama e deixa-te amar
Mas não percas a razão
Ou ficarás em solidão
Sem nome.
II
Olhos e boca
Corpo de luz,
E te entregaste
Sem eu nada pedir,
Por quê assim?
Havia na tua boca
A Ítaca e ainda
Suspiro de mulher
A amar e ser.
Protegeu Afrodite
A tua audácia?
E se chego a dizer
Não quero amor,
Apenas compreensão
De mulher?
Ai as tuas colinas
Estavam plenas de
Desejo, ai quem deixa
Ensejo de amar mulher?
Diana, amar é também Ser?
CORO:
Não fugia teu corpo de gazela,
Estavas bela, plena de contentamento
Descontente, e bebias do meu corpo
O fruto do futuro.
Soubeste então de estirpe e nação,
No amor que assalta a razão.
E deixaste que o logos
Fosse conduzido como um cavalo enlouquecido
Com rédeas nas mãos de Afrodite
Foi esse,Diana virginal, teu desquite?
III
Havia a gozosa fragilidade
Dos corpos,
O encontro de nós
Desbordado no olhar.
Por quê não entregar-nos
Antes da alva
E sentir que o ilimitado
Limite da vida
Nos persegue
Todos os dias.
Disseste, sob influência
De Afrodite,
Hoje não caço,
A minha peça és tu.
E fui.
CORO:
Ai a frágil argila humana,
O seu espreguiçar-se no tálamo
Do amor.
Ai a dor do amor e do desamor,
Quanta dor em dor maior.
2011-02-27.J[õao]P[adrão]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS
[...]
III
Que me atormenta tanto?
O espanto de ser para não ser,
E o saber.
E viver.
Saber da alteza do Ser
Em Saudade pura a ser.
III
Que bem sei, nunca devia
Ai pensar! Que faz folia!
Macias O Namorado
Bem sei que pensar faz folia
E cordura no tempo que a vida
Dura.
Bem sei que sem pensar nunca
Seria folia da ek-sistência,
No Carnaval da vida.
O que é loucura não é Ser
Nem a saudade de ser,
É a vida.
[...]2011-03-07, João Tavares
-----------
I
A natura não estava a sós,
Estavas tu comigo,Eva,
Vivente, e os frutos do
Teu ventre.
E nem havia bem nem mal,
Apenas errar, equívoco,
Malentendidos do cratilismo
Das palavras e da ambiguidade
Da existência.
Tão múltipla sua aparência,
Tão cheia de lacrimae rerum,
Do ente, ôntico, ek-sistência.
E então amar era inocente
Como ser e existir.
E havia saudade em tudo
E liberdade pura.
E nada estava só.
II
Não queria amar-te na bruma
Nevoeiro de não sei que,
Precisava o teu olhar doce,
Inocente de mulher que vê
O homem por primeira vez.
Que estridente a carne,
Que vulnerável a argila,
E sentir todo o peso do mundo
Em nós e na estirpe de nós.
O que cortou a nossa compreensão?
Que peso do mundo mudo?
Que solidão?
E inventamos textos de ser e
De amar,
E para nada serviu,
Não explicaram a dureza
Do viver.
E então sobre teus pés
Levantaste teu corpo
E com beijo puro
Demonstraste que mesmo
Tendo a inocência acabado
Podia continuar na ternura.
Hors-texte
Aleluia,aleluia!
Cantavam as aves canoras
De nevoeiro agasalhadas,
Os humanos se entendem
Algumas vezes sem palavras.
[...]2011-03-14, J. Nunes
[...]
III
Que me atormenta tanto?
O espanto de ser para não ser,
E o saber.
E viver.
Saber da alteza do Ser
Em Saudade pura a ser.
III
Que bem sei, nunca devia
Ai pensar! Que faz folia!
Macias O Namorado
Bem sei que pensar faz folia
E cordura no tempo que a vida
Dura.
Bem sei que sem pensar nunca
Seria folia da ek-sistência,
No Carnaval da vida.
O que é loucura não é Ser
Nem a saudade de ser,
É a vida.
[...]2011-03-07, João Tavares
-----------
I
A natura não estava a sós,
Estavas tu comigo,Eva,
Vivente, e os frutos do
Teu ventre.
E nem havia bem nem mal,
Apenas errar, equívoco,
Malentendidos do cratilismo
Das palavras e da ambiguidade
Da existência.
Tão múltipla sua aparência,
Tão cheia de lacrimae rerum,
Do ente, ôntico, ek-sistência.
E então amar era inocente
Como ser e existir.
E havia saudade em tudo
E liberdade pura.
E nada estava só.
II
Não queria amar-te na bruma
Nevoeiro de não sei que,
Precisava o teu olhar doce,
Inocente de mulher que vê
O homem por primeira vez.
Que estridente a carne,
Que vulnerável a argila,
E sentir todo o peso do mundo
Em nós e na estirpe de nós.
O que cortou a nossa compreensão?
Que peso do mundo mudo?
Que solidão?
E inventamos textos de ser e
De amar,
E para nada serviu,
Não explicaram a dureza
Do viver.
E então sobre teus pés
Levantaste teu corpo
E com beijo puro
Demonstraste que mesmo
Tendo a inocência acabado
Podia continuar na ternura.
Hors-texte
Aleluia,aleluia!
Cantavam as aves canoras
De nevoeiro agasalhadas,
Os humanos se entendem
Algumas vezes sem palavras.
[...]2011-03-14, J. Nunes
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Andante
Em
Verde Maior
Para
Violino E Coração
No fundo azar dos teus olhos
sinto que vou me afogar
por ser verdes
bem mais verdes
que as verdes ondas do mar.
Afundo nas águas verdes
do teu limpo verde olhar
penetrando
o mundo verde
da tua alma
a
verdejar.
Teu corpo é verde paisagem
de primavera a brotar
una flor verde
teu sexo
teus seios
verdes maçãs.
Todo o teu amor é verde
verde de nunca secar
verde perene
de vida
Verde
para me matar!
(E. Guerra da Cal, jan.’79)
Em
Verde Maior
Para
Violino E Coração
No fundo azar dos teus olhos
sinto que vou me afogar
por ser verdes
bem mais verdes
que as verdes ondas do mar.
Afundo nas águas verdes
do teu limpo verde olhar
penetrando
o mundo verde
da tua alma
a
verdejar.
Teu corpo é verde paisagem
de primavera a brotar
una flor verde
teu sexo
teus seios
verdes maçãs.
Todo o teu amor é verde
verde de nunca secar
verde perene
de vida
Verde
para me matar!
(E. Guerra da Cal, jan.’79)
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Não sou português, mas Galiza-Portugal,
Já vês, Marília,
Que loucura a minha.
E não sou de entristecer,
Nem de triste ser,pois ledo
Ando eu, Marília minha.
E se porventura achei no mesmo povo
Matéria de amor a língua e cultura,
De latinidade atlântica, espera, Marília,
Que te cante:
Leda estava a virgo à beira da fontana fria,
Leda de não ser captiva de nenhuma tristura,
E mais leda ficou ao beber a água fresca
Da fontela viva.
Leda ande eu a vida inteira,
Leda ande de alva a alva,cantava:
Que meu amigo virá cedo.
E amores terei, fazendo tremer
Todo meu eu de mulher.
Amores hei!
E as aves canoras cantavam,
Feliz a mulher que tem amores
E que sabe do amor do orvalho
A todas as flores, por serem flores.
2011-03-29, J.N[unes]
Já vês, Marília,
Que loucura a minha.
E não sou de entristecer,
Nem de triste ser,pois ledo
Ando eu, Marília minha.
E se porventura achei no mesmo povo
Matéria de amor a língua e cultura,
De latinidade atlântica, espera, Marília,
Que te cante:
Leda estava a virgo à beira da fontana fria,
Leda de não ser captiva de nenhuma tristura,
E mais leda ficou ao beber a água fresca
Da fontela viva.
Leda ande eu a vida inteira,
Leda ande de alva a alva,cantava:
Que meu amigo virá cedo.
E amores terei, fazendo tremer
Todo meu eu de mulher.
Amores hei!
E as aves canoras cantavam,
Feliz a mulher que tem amores
E que sabe do amor do orvalho
A todas as flores, por serem flores.
2011-03-29, J.N[unes]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS
I
Bela Inês galaica
De colo de garça,
A haver boa linhagem
De filho de rei,
Ser de grande coração
De mulher,
Não sabias que há amores
Proibidos, como todo homem
Sabe?
Não sabias que o amor
É pura invenção?
Que pode ser triste
Quem é feliz?
Que há sombras eternas
Na vida breve?
Ó pobre Inês galega
Que não percebeste
Que o amor desditado
É mortal e cruel.
II
Ubi libertas ibi poiesis
Já Ulisses vagabundo das ondas
Nas arenosas sirtes de Cila e Caribdis
Que de nada morre,
Fadado pelo desamor,
Em nada que anonada,
Não saberia do proceloso mar
Do amar e desamar?
Eu sei,manteve a liberdade
Por mares ignotos e terras
Perdidas e achadas.
E cantava às estrelas
Para entrar na realidade.
III
Que estranho é o próprio lenho
Do corpo vivo e desnudo
Que acabará na terra
Fecundando húmus.
Sabes do fim do mar da língua nossa
Nos limites ilimitados do Ser?
Diz,então, Penélope por quê há tantas
Coisas sem nome, opacas, resistindo
Conosco.
Hors-texte
Eis a liberdade
Fazedora de povos;
Eis do fundo de nós
Que emerge o grito
Da saudade.
E à verdade
Que lhe faremos?
Saberemos ser
Até morrer,
Depois de filhos
A haver?
E nenhum oráculo
Nem esfinge respondeu
Ao nosso enigma
De existir e ser.
2011-04-03,JN[unes]
I
Bela Inês galaica
De colo de garça,
A haver boa linhagem
De filho de rei,
Ser de grande coração
De mulher,
Não sabias que há amores
Proibidos, como todo homem
Sabe?
Não sabias que o amor
É pura invenção?
Que pode ser triste
Quem é feliz?
Que há sombras eternas
Na vida breve?
Ó pobre Inês galega
Que não percebeste
Que o amor desditado
É mortal e cruel.
II
Ubi libertas ibi poiesis
Já Ulisses vagabundo das ondas
Nas arenosas sirtes de Cila e Caribdis
Que de nada morre,
Fadado pelo desamor,
Em nada que anonada,
Não saberia do proceloso mar
Do amar e desamar?
Eu sei,manteve a liberdade
Por mares ignotos e terras
Perdidas e achadas.
E cantava às estrelas
Para entrar na realidade.
III
Que estranho é o próprio lenho
Do corpo vivo e desnudo
Que acabará na terra
Fecundando húmus.
Sabes do fim do mar da língua nossa
Nos limites ilimitados do Ser?
Diz,então, Penélope por quê há tantas
Coisas sem nome, opacas, resistindo
Conosco.
Hors-texte
Eis a liberdade
Fazedora de povos;
Eis do fundo de nós
Que emerge o grito
Da saudade.
E à verdade
Que lhe faremos?
Saberemos ser
Até morrer,
Depois de filhos
A haver?
E nenhum oráculo
Nem esfinge respondeu
Ao nosso enigma
De existir e ser.
2011-04-03,JN[unes]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
I
Padrão, cujo coração não foi português,
Senão Galiza-Portugal.
Terra de eus, de mensagens
E belíssimas palavras.
De mitos ocultos
Em algas e sargaços,
De mares abertos
E vendavais da vida.
Da Ítaca achada e perdida.
Do cratilismo do silêncio
Em cio de tempo,
De equinócio de Ser,
De saber de longos e abertos
Oceanos da existência.
Quê aviso há em não ser?
II
Entrar na realidade
E fecundá-la com o verbo,
Em sinapses de verdade
E saudade, tactear a dúvida,
Sentir a liberdade.
Eis o destino, a sina, ou
A moira do Ser.
Mais nada.
III
Aplicar ao Todo Nacional,
Amor, mulher, filhos
E costumes,
Estirpe e ética.
Fazer-se com o sentido
Das coisas humanas
E criar o fruto do futuro.
Ser algo mais do que lançadores
De ADNs.
Eis a questão, hamletiana,
Faústica, da vida.
O Povo livre
E a República
Para o Povo;
Também a das Artes
E das Letras.
Só assim, sim.
2011-04-03,J[oão]P[adrão]
Padrão, cujo coração não foi português,
Senão Galiza-Portugal.
Terra de eus, de mensagens
E belíssimas palavras.
De mitos ocultos
Em algas e sargaços,
De mares abertos
E vendavais da vida.
Da Ítaca achada e perdida.
Do cratilismo do silêncio
Em cio de tempo,
De equinócio de Ser,
De saber de longos e abertos
Oceanos da existência.
Quê aviso há em não ser?
II
Entrar na realidade
E fecundá-la com o verbo,
Em sinapses de verdade
E saudade, tactear a dúvida,
Sentir a liberdade.
Eis o destino, a sina, ou
A moira do Ser.
Mais nada.
III
Aplicar ao Todo Nacional,
Amor, mulher, filhos
E costumes,
Estirpe e ética.
Fazer-se com o sentido
Das coisas humanas
E criar o fruto do futuro.
Ser algo mais do que lançadores
De ADNs.
Eis a questão, hamletiana,
Faústica, da vida.
O Povo livre
E a República
Para o Povo;
Também a das Artes
E das Letras.
Só assim, sim.
2011-04-03,J[oão]P[adrão]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Nosso caro J. Nunes,
tudo é pura invenção.
É-o também a correção:
o amor dentro da lei,
a justa realidade,
e a injusta [...] .
É-a o ser e o não-ser,
a república, a nação,
as artes e mais as letras.
Tudo é pura invenção,
nosso caro João Padrão.
Inventamos-nos o mundo
com todas as suas penas,
cons na praia coração.
Tudo é pura invenção.
Inventamos cada uma
uma cor do arco-íris.
Agora já é que sabe,
J. Nunes, porque o Sol
quando lavado na chuva
luz com tanta irisação.
Tudo é pura invenção.
É tanto o que inventamos,
-porque o inventamos nós-
que até em nós próprios criamos,
e em invenção nos tornamos,
sempre filhos do ADN
que algum cientista inventou.
Porque inventamos caminhos,
cidades e labirintos,
ódios, amores e amigos,
e a familiar solidão.
Inventamos a loucura,
inventamos a razão,
e o mal que não tem cura...
... e o bem que pouco dura...
que tudo é pura invenção,
nosso caro João Padrão.
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS
I
Ainda que fale as línguas todas do homem
De não haver claridade para o variegado jardim
Das coisas, mundaneidade em quer somos,
Nada vale.
II
Me exilo no ser
Fragmentos de ek-sistência
Polifacetada em que somos.
Cacos da realidade da matéria.
III
Cada vez mais perto da borda de mim
Passageiro do sonho e da vida,
Vivo na presença que sou
Como um Zé ninguém que
Me dou ao tempo e à sina.
IV
Realidade da matéria
Filosofia ametafísica da vida,
Tempo em que duremos
Lançados ao oceano do tempo,
Sabendo mesmo do naufrágio
Sem salvamento qualquer momento.
V
O mistério de ser
Sem ser nenhum mistério.
A ôntica fome,
A vida no que dure.
E este ser e não ser,
Como os rios,as folhas
Das árvores, ou as sombras
Brancas da alva.
VI
Tenho tanta saudade
Soubesse eu de que.
VII
A verdade mentida
Da vida, que nos deixa viver,
Porque viver é um pouco morrer.
Ou é que não há saudade do futuro?
VIII
Estou roído de uma poesia indizível
Saudade pura de ser possível
Quase impossível.
Como pode não ser o Ser?
IX
Na alva da madrugada
Encontrei a mago revisitada
De ser para não ser.
Tudo bem, normal.
X
Abdico do que a vida traga ou leve,
Porque existe o destino, a sina.
E chega para perceber.
XI
Eis a experiência mesma do encontro achado
Com a vida recebida, como que uma janela
Aberta a tudo.Até a uma experiência magica
Imaginada.Poesia encontrada em um momento.
XII
O ser devotado à água do tempo,
Rio que é mar e oceano,
Incansável até na chuva obliqua,
Em que nos evadimos do tédio
Da vida.
XIII
Sorrir por saber do nada
Na ironia da vida,
Aguentar as noites frias
Da insónia e resistir
No existir, não é também
Saber do Ser e do nada
Que anonada?
XIV (A XXX)
This time,next week,where shall I be?
No in this Academy
Of life…
2011-04-03.J[oão]Padrão]
I
Ainda que fale as línguas todas do homem
De não haver claridade para o variegado jardim
Das coisas, mundaneidade em quer somos,
Nada vale.
II
Me exilo no ser
Fragmentos de ek-sistência
Polifacetada em que somos.
Cacos da realidade da matéria.
III
Cada vez mais perto da borda de mim
Passageiro do sonho e da vida,
Vivo na presença que sou
Como um Zé ninguém que
Me dou ao tempo e à sina.
IV
Realidade da matéria
Filosofia ametafísica da vida,
Tempo em que duremos
Lançados ao oceano do tempo,
Sabendo mesmo do naufrágio
Sem salvamento qualquer momento.
V
O mistério de ser
Sem ser nenhum mistério.
A ôntica fome,
A vida no que dure.
E este ser e não ser,
Como os rios,as folhas
Das árvores, ou as sombras
Brancas da alva.
VI
Tenho tanta saudade
Soubesse eu de que.
VII
A verdade mentida
Da vida, que nos deixa viver,
Porque viver é um pouco morrer.
Ou é que não há saudade do futuro?
VIII
Estou roído de uma poesia indizível
Saudade pura de ser possível
Quase impossível.
Como pode não ser o Ser?
IX
Na alva da madrugada
Encontrei a mago revisitada
De ser para não ser.
Tudo bem, normal.
X
Abdico do que a vida traga ou leve,
Porque existe o destino, a sina.
E chega para perceber.
XI
Eis a experiência mesma do encontro achado
Com a vida recebida, como que uma janela
Aberta a tudo.Até a uma experiência magica
Imaginada.Poesia encontrada em um momento.
XII
O ser devotado à água do tempo,
Rio que é mar e oceano,
Incansável até na chuva obliqua,
Em que nos evadimos do tédio
Da vida.
XIII
Sorrir por saber do nada
Na ironia da vida,
Aguentar as noites frias
Da insónia e resistir
No existir, não é também
Saber do Ser e do nada
Que anonada?
XIV (A XXX)
This time,next week,where shall I be?
No in this Academy
Of life…
2011-04-03.J[oão]Padrão]
cdurão- Mensagens : 302
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Re: Criações próprias
TEXTOS DE JOÃO LABRIOSQUE
I
Há o milagre da palavra
Mas então a inocência das
Coisas acaba; humanizam-se
E perdem sua essência.
Mesmo que não tehna essência
Alguma ser e ter nome.
Hors-texte
Sai respirar ar puro da noite
Com saudades de ti,
Lembrei a tristeza estática
Dos teus olhos, e o mar de
Dúvidas que ocultam a toda hora.
Sê livre, e então a minha saudade
Será mais levadeira e menos triste,
Mariana.
II
Canto o cuco,
Canta cuco quantas vezes cantes
E te ouça viverei.
Mas Mariana, não sei.
É como é, de amor e palavras,
De levantar os braços na entrega
E na oratória convencedora.
Mas quando tem olhos tristes
De dia toldado, de mar cinzento,
Violento, não é Mariana a ternura
De mulher que leva dentro.
III
Como pesa o mundo,
Assalta a razão como um tigre,
Ou uma nova tecnologia,
E a inocência se acaba, e a tranquilidade
E o amar de verdade.
Hors-texte
Ai Rio de Janeiro
Saudade a tempo inteiro.
Chega, de cheio.
2011-04-07, J[oão]L[abriosque]
I
Há o milagre da palavra
Mas então a inocência das
Coisas acaba; humanizam-se
E perdem sua essência.
Mesmo que não tehna essência
Alguma ser e ter nome.
Hors-texte
Sai respirar ar puro da noite
Com saudades de ti,
Lembrei a tristeza estática
Dos teus olhos, e o mar de
Dúvidas que ocultam a toda hora.
Sê livre, e então a minha saudade
Será mais levadeira e menos triste,
Mariana.
II
Canto o cuco,
Canta cuco quantas vezes cantes
E te ouça viverei.
Mas Mariana, não sei.
É como é, de amor e palavras,
De levantar os braços na entrega
E na oratória convencedora.
Mas quando tem olhos tristes
De dia toldado, de mar cinzento,
Violento, não é Mariana a ternura
De mulher que leva dentro.
III
Como pesa o mundo,
Assalta a razão como um tigre,
Ou uma nova tecnologia,
E a inocência se acaba, e a tranquilidade
E o amar de verdade.
Hors-texte
Ai Rio de Janeiro
Saudade a tempo inteiro.
Chega, de cheio.
2011-04-07, J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
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Re: Criações próprias
TEXTOS DE JOSE NUNES
I
Como se não houvesse morte
Ao oferecer as mãos à amante,
Ou os epitáfios não tivesssem
A doçura das palavras.
Ou os lábios não soubessem
Do duro tempo.
Vem, Mariana, a mim
E cavalguemos o amor
Esse humano invento.
E não deixes de amar
Ate chegar a primavera
Da água.
Eu sei, amando também sou
Excessivo.
Hors-texte
O tema dá para poesia pura,
Terna, que perdura.
Ai dos olhos no festival das
Palavras de amor e do moiro-me
De amor, mia senhor.
2011-04-07, J[osé]N[unes]
I
Como se não houvesse morte
Ao oferecer as mãos à amante,
Ou os epitáfios não tivesssem
A doçura das palavras.
Ou os lábios não soubessem
Do duro tempo.
Vem, Mariana, a mim
E cavalguemos o amor
Esse humano invento.
E não deixes de amar
Ate chegar a primavera
Da água.
Eu sei, amando também sou
Excessivo.
Hors-texte
O tema dá para poesia pura,
Terna, que perdura.
Ai dos olhos no festival das
Palavras de amor e do moiro-me
De amor, mia senhor.
2011-04-07, J[osé]N[unes]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
TEXTOS DE J.PADRÃO
Mesmo que a vida
Não tenha sentido,Liliana,
A liberdade é necessária;
Mesmo que o amor seja
Treta, invento de mulher,
Que o homem aceita,
Nunca pode um deixar a
Solidão da saudade do eu,
Que nunca agasta nem abisma,
É ek-sistência, ontologia pura.
E chega, para continuar a ser
No tempo que se é.
Enlacemos as mãos, Liliana,
Pensemos que a vida é de sonho
E tempo em rebento por um momento,
E chega, para continuar a ser.
Hors-texte
O que seria do homem sem cantiga de amigo,
Sem amor e moiro-me de amor,
Sem textos esquizoides postos em voz de amada,
Porque não pode amar nem saber do mar maior
Do amor, a coitada.
E estava na ermida a fazer oração
Porque se lhe partir o coração e razão,
E S. Clemenço ouvia e calava, feito em
Pedra talhada.
Ouvia a oração de mulher namorada,
A queimar candeias de Paris, até chegar
A alvorada.
E o que seria da mulher sem a cantiga de amigo,
Sem amor e moiro-me de amor,
Sem textos esquizoides para mia senhor,
Do homem trovador com saudades de amor?.
E as respostas voaram nas asas dos ventos,
Nos oceanos que todo homem leva dentro de si,
Bem dentro, sabendo o ser para não ser
Em todo momento.
Hors-texte 2
Captivo da minha tristura
Pergunto mulher se sabes
Porventura se o amor e o
Desamor são questa,
Aventura, do Ser a ser,
No tempo que a vida dura?!
E as aves canoras insensatas
Cantaram amores e flores
Na alva fria, estilhaçada,
Grisalha, esperando pela luz do dia.
E Febo apareceu tarde em seu carro de oiro,
E as Ninfas cantaram a coro,
E o rio Lethes não esqueceu o canto
Até chegar ao algoz do imenso oceano.
Hors-texte 3
Dá Liliana as mãos ao teu corpo
Que não podem tocar corpo puro,
Que teve amor pleno
E já pagou óbolo a Caronte
Para quando chegue o momento.
Sê feliz, que o tempo passa,
Não perguntes aos vendavais
Do pensamento pelo meu sentimento,
Nem fiques atada a contentamento
Descontente. Anda para a frente.
Avante, que há ainda amores
Em mares maiores.
E o rio Lethes em filigrana de prata
Sorriu e a alva se abriu, e o nevoeiro
Caiu.Lichtung, clareira do Ser.
Eis Liliana que alguma vez o amor
Não pode ser.
Por sina, moira, destino,
No cadáver descartado que somos
Enquanto não voltamos ao húmus
Da terra bela, de que feitos somos,
Argila frágil de olhar leve da mundanidade
E mesmesidade.
2011-04-08, J[oão]P[adrão]
Mesmo que a vida
Não tenha sentido,Liliana,
A liberdade é necessária;
Mesmo que o amor seja
Treta, invento de mulher,
Que o homem aceita,
Nunca pode um deixar a
Solidão da saudade do eu,
Que nunca agasta nem abisma,
É ek-sistência, ontologia pura.
E chega, para continuar a ser
No tempo que se é.
Enlacemos as mãos, Liliana,
Pensemos que a vida é de sonho
E tempo em rebento por um momento,
E chega, para continuar a ser.
Hors-texte
O que seria do homem sem cantiga de amigo,
Sem amor e moiro-me de amor,
Sem textos esquizoides postos em voz de amada,
Porque não pode amar nem saber do mar maior
Do amor, a coitada.
E estava na ermida a fazer oração
Porque se lhe partir o coração e razão,
E S. Clemenço ouvia e calava, feito em
Pedra talhada.
Ouvia a oração de mulher namorada,
A queimar candeias de Paris, até chegar
A alvorada.
E o que seria da mulher sem a cantiga de amigo,
Sem amor e moiro-me de amor,
Sem textos esquizoides para mia senhor,
Do homem trovador com saudades de amor?.
E as respostas voaram nas asas dos ventos,
Nos oceanos que todo homem leva dentro de si,
Bem dentro, sabendo o ser para não ser
Em todo momento.
Hors-texte 2
Captivo da minha tristura
Pergunto mulher se sabes
Porventura se o amor e o
Desamor são questa,
Aventura, do Ser a ser,
No tempo que a vida dura?!
E as aves canoras insensatas
Cantaram amores e flores
Na alva fria, estilhaçada,
Grisalha, esperando pela luz do dia.
E Febo apareceu tarde em seu carro de oiro,
E as Ninfas cantaram a coro,
E o rio Lethes não esqueceu o canto
Até chegar ao algoz do imenso oceano.
Hors-texte 3
Dá Liliana as mãos ao teu corpo
Que não podem tocar corpo puro,
Que teve amor pleno
E já pagou óbolo a Caronte
Para quando chegue o momento.
Sê feliz, que o tempo passa,
Não perguntes aos vendavais
Do pensamento pelo meu sentimento,
Nem fiques atada a contentamento
Descontente. Anda para a frente.
Avante, que há ainda amores
Em mares maiores.
E o rio Lethes em filigrana de prata
Sorriu e a alva se abriu, e o nevoeiro
Caiu.Lichtung, clareira do Ser.
Eis Liliana que alguma vez o amor
Não pode ser.
Por sina, moira, destino,
No cadáver descartado que somos
Enquanto não voltamos ao húmus
Da terra bela, de que feitos somos,
Argila frágil de olhar leve da mundanidade
E mesmesidade.
2011-04-08, J[oão]P[adrão]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Como se não houvesse morte
Ao oferecer as mãos à amante,
Ou os epitáfios não tivesssem
A doçura das palavras.
Ou os lábios não soubessem
Do duro tempo.
Vem, Mariana, a mim
E cavalguemos o amor
Esse humano invento.
E não deixes de amar
Ate chegar a primavera
Da água.
Eu sei, amando também sou
Excessivo.
Hors-texte
O tema dá para poesia pura,
Terna, que perdura.
Ai dos olhos no festival das
Palavras de amor e do moiro-me
De amor, mia senhor.
2011-04-07, J[osé]N[unes]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Descem as sombras de prata
Sobre as dálias de luz,
E sentimos pele e esqueleto,
O amor dentro, mar maior,
De mia senhor.
Então como dizer adeus
No cubo da tarde,
No triângulo da alva,
Ou no poliedro do ser?
Apenas com saudade?
E que história contaremos
Aos filhos?
Que ardeu a Ítaca
E que os pássaros gritam
Porque não há terra,mar
E mátria?
Que desapareceu a liberdade?
Ai que triste o quadrado da janela
De azul mar!
Quanta saudade no breu da noite
Penélope, quanto mar em teu doce olhar!
O que esperas, tecendo e destecendo, a vida?
Liberdade, verdade, saudade, entrega viva?! 2011-04-10.J[oão]T[avares]
Sobre as dálias de luz,
E sentimos pele e esqueleto,
O amor dentro, mar maior,
De mia senhor.
Então como dizer adeus
No cubo da tarde,
No triângulo da alva,
Ou no poliedro do ser?
Apenas com saudade?
E que história contaremos
Aos filhos?
Que ardeu a Ítaca
E que os pássaros gritam
Porque não há terra,mar
E mátria?
Que desapareceu a liberdade?
Ai que triste o quadrado da janela
De azul mar!
Quanta saudade no breu da noite
Penélope, quanto mar em teu doce olhar!
O que esperas, tecendo e destecendo, a vida?
Liberdade, verdade, saudade, entrega viva?! 2011-04-10.J[oão]T[avares]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Afinal esqueceste o soutien branco
Mel da tua boca e a crueldade da nudez
E da saudade.
E dizias que tinhas sede do meu deserto.
Sabias que estávamos exonerados de ser
Hífen de encontro.
O que querias com teu francês arcaico?
Por quê tinha que saber nada de Toronto
Nem do passeio por Time Square
Se fechaste tua boca com os dentes,
Dizendo huitante, exultante.
Por quê habitaste os meus dedos e meu corpo?
Por quê abismaste o rectângulo do meu humano
Quarto? De cabeça a pés teu corpo no meu.
Tes doigts dans les miens.
Disseste, gritaste, time does not exist
(The squaring of the circle!)
2011-04-10, J[oão]L[abriosque]
Mel da tua boca e a crueldade da nudez
E da saudade.
E dizias que tinhas sede do meu deserto.
Sabias que estávamos exonerados de ser
Hífen de encontro.
O que querias com teu francês arcaico?
Por quê tinha que saber nada de Toronto
Nem do passeio por Time Square
Se fechaste tua boca com os dentes,
Dizendo huitante, exultante.
Por quê habitaste os meus dedos e meu corpo?
Por quê abismaste o rectângulo do meu humano
Quarto? De cabeça a pés teu corpo no meu.
Tes doigts dans les miens.
Disseste, gritaste, time does not exist
(The squaring of the circle!)
2011-04-10, J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Eu falo do Inverno que aterra à primavera,
Como a espada de Dámocles do desamor
Ameaça o amor.
Ou a liberdade se não se tem,
Não deixa ser homem e mulher,
Nem crianças, seres do fenómeno humano.
Pelas ramas do teu corpo amei-te
Como se fosses árvore com seiva pura,
Natura que somos e que esquecemos
Até na vida no tempo que ela dura.
E percebi que não dá para perceber
Tanta ternura do humano ser.
Como navegar entre as estrofes do texto,
Sem abalroar-se ao silêncio?
Que naufrágio nos consome?
Bem te senti na ausência do ruído,
Teu corpo banhado por luar púrpura;
Podia haver entrega pura,
Compreensão mútua?
Nem o sabe o luar nem o mar,
Nem a terra toda.
Que abismo amar?
Quanto silêncio no não amar
Na vida,enquanto ela dura.
Equinócio do ser, sílex de tempo,
E aqui risco o poema, ou não o acabo,
Que o invente quem o leia.
O autor morreu.Credo.
Entregou parte do seu eu
No poema.
E o outro cara amiga
É como sangue que queima
No sílex do tempo,
No ruído do silêncio.
Eis o problema, que não é
Problema.
2011-04-13,J[oão]P[adrão]
Como a espada de Dámocles do desamor
Ameaça o amor.
Ou a liberdade se não se tem,
Não deixa ser homem e mulher,
Nem crianças, seres do fenómeno humano.
Pelas ramas do teu corpo amei-te
Como se fosses árvore com seiva pura,
Natura que somos e que esquecemos
Até na vida no tempo que ela dura.
E percebi que não dá para perceber
Tanta ternura do humano ser.
Como navegar entre as estrofes do texto,
Sem abalroar-se ao silêncio?
Que naufrágio nos consome?
Bem te senti na ausência do ruído,
Teu corpo banhado por luar púrpura;
Podia haver entrega pura,
Compreensão mútua?
Nem o sabe o luar nem o mar,
Nem a terra toda.
Que abismo amar?
Quanto silêncio no não amar
Na vida,enquanto ela dura.
Equinócio do ser, sílex de tempo,
E aqui risco o poema, ou não o acabo,
Que o invente quem o leia.
O autor morreu.Credo.
Entregou parte do seu eu
No poema.
E o outro cara amiga
É como sangue que queima
No sílex do tempo,
No ruído do silêncio.
Eis o problema, que não é
Problema.
2011-04-13,J[oão]P[adrão]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Criações próprias
Quanto silêncio no não amar...
A vida, quanto ela dura...!
O abismo da terra toda
queimada pelo sangue do tempo
cravou um Dámocles eterno
no coração do coração...
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Criações próprias
I
Quê rio fala nos téus olhos
Semeando o futuro?
Quê brancas sombras
Antes de nascer a alva?
E disseste, a vida é breve,
E me apoio em teu corpo
E te amo.
Foi suficiente.
II
Ah estas mãos indicando coisas
Sem nome?
Este ser o que fomos
E seremos.
Sentir o peso da vida nos ombros.
Chega.
III
No fundo pedi água para ti e para mim,
Para calmar a sede dos corpos,
Mas quanta sede,
Em fontela pura, limpa,
Nascente que senti em teus olhos!.
E a vida foi como um rio ido
Em sonhos e tempo.
Vale.
2011-04-15,J[oão]L[abriosque]
Quê rio fala nos téus olhos
Semeando o futuro?
Quê brancas sombras
Antes de nascer a alva?
E disseste, a vida é breve,
E me apoio em teu corpo
E te amo.
Foi suficiente.
II
Ah estas mãos indicando coisas
Sem nome?
Este ser o que fomos
E seremos.
Sentir o peso da vida nos ombros.
Chega.
III
No fundo pedi água para ti e para mim,
Para calmar a sede dos corpos,
Mas quanta sede,
Em fontela pura, limpa,
Nascente que senti em teus olhos!.
E a vida foi como um rio ido
Em sonhos e tempo.
Vale.
2011-04-15,J[oão]L[abriosque]
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
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