A Nossa Língua
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Erramos quando votamos partidos...?

Ir para baixo

Erramos quando votamos partidos...? Empty Erramos quando votamos partidos...?

Mensagem  AGIL Sáb Jun 11, 2011 4:48 am

Em GARA leio hoje este artigo, que traduzo:

2011 junio 11.- GARA > Idatzia > Iritzia> Jo puntua
Floren Aoiz ( www.elomendia.com ): Fraudes patrióticas

A tendência dos povos a errarem, segundo parece, é tão universal quanto a existência de patriotas dispostos a corrigirem o falhanço, ainda que seja ao custo de anos de terror e violação de todos os direitos

Rosário é cidade situada à beira do Paraná, que, como não cessam de me lembrar por cá, é rio de verdade. Depois dum assado, tomamos um café com amigos argentinos de origem basca, falamos em eleições e aparece a fraude patriótica, o jeito em que num tempo foi denominada por estas terras a fraude eleitoral perpetrada para que não ganhasse quem não devia. O de fraude entende-se, mas o de patriótica é, com certeza, ocultação do conto-do-vigário. O povo era inculto, diziam, facilmente manipulável pelos extremistas, portanto, por que não o manipularmos diretamente, mas por razões exclusivamente patrióticas!

A gente tem o horrendo costume de eleger a quem não deve. Isso é, ao menos, o que pensaram os que contestaram com banho de sangue e décadas de ditadura o triunfo da Frente Popular no "Estado español" em 1936. As democráticas potências ocidentais, as mesmas que nada objetaram contra a vitória eleitoral de Hitler, decidiram que o povo argelino errara ao votar pelo islamistas, como o nicaraguano errava ao apoiar os sandinistas, os chilenos o Allende... A tendência dos povos a errar, segundo parece, é tão universal quanto a existência de patriotas dispostos a corrigir o falhanço, ainda que seja ao custo de genocídios e anos de terror e violação de todos os direitos.

O povo que se equivoca paga. Algo sabemos disto os bscos, que nunca pudemos eleger o nosso estatuto político. Já aprendemos que votar o que não se deve, chame-se Constitución española, europeia ou pertença à OTAN, acarreta não ser tidos em conta. Ou votamos o que querem que votemos, ou os votos, passados pelo filtro da fraude patriótica, tornam-se fume. Que lho digan a Patxi López, mestre da magia que, em lugar de fazer sair coelhos das cartolas logra que se esvaeçam oportunamente os 100.000 votos que afastariam o seu traseiro do cadeirão de lehendakari da CAV.
Segundo me contam por cá e aprendi pela minha conta por lá, à fraude patriótica acaba tomando gosto. Para que vai molestar-se alguém em ganhar eleições se podem modelar-se os resultados à vontade? Adquirido de vez o costume, debe ser cansado observar que o povo persiste na obsessiva tendência a errar. Pesados donostiarras, não compreenderam que devia ganhar Odón o guay e não Bildu? Guipuscoanos indocumentados, quem lhes deu a ideia de votar por uma lista de esquerdas e abertzale que quer levar o território à Idade Média?
Ainda que esta vez a fraude não tenha impedido a presença de Bildu, a lógica projeta-se sobre a eleição do governo navarro, presidentes de câmaras municipais e deputações forais. Não lhes basta com afanar a mais de 40.000 cidadãos e cidadãs o direito a ser elegidos. Agora cumpre reformular a fraude patriótica para impor o princípio de que alguns, embora fossem elegidos pelo povo, não deven governar. Na casa ou a 10.000 quilómetros um trapaceiro é um trapaceiro e todos os povos sofrem o acoso destes profissionais da fraude, com certeza, patriótica.
http://www.gara.net/paperezkoa/20110611/271821/es/Fraudes-patrioticos

AGIL

Mensagens : 88
Data de inscrição : 26/12/2010

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos