O Acordo Ortográfico, 1990-2010
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O Acordo Ortográfico, 1990-2010
"O Acordo Ortográfico, 1990-2010"
Ângelo Cristóvão em:
http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=view&id=139&Itemid=31
e:
http://www.pglingua.org/especiais/aglp/3122-o-acordo-ortografico-1990-2010
Parabéns ao autor! estava na hora a aplicação definitiva do Acordo Ortográfico na República Portuguesa, apesar de toda a oposição e celeuma que ali suscitou. Como tb priorizar agora a atenção no Timor-Leste e a Galiza; lembremos que esta teve uma digna representação como observadora nas negociações do AO, que incopora no seu texto duas palavras "típicas" galegas, hoje nos dicionários lusófonos, com outras; e lembremos tb que aquela delegação galega observadora insistiu em que se incluíssem naquelas sessões todos os países de língua portuguesa, e não só Portugal e o Brasil, como estava previsto num princípio.
Ângelo Cristóvão em:
http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=view&id=139&Itemid=31
e:
http://www.pglingua.org/especiais/aglp/3122-o-acordo-ortografico-1990-2010
Parabéns ao autor! estava na hora a aplicação definitiva do Acordo Ortográfico na República Portuguesa, apesar de toda a oposição e celeuma que ali suscitou. Como tb priorizar agora a atenção no Timor-Leste e a Galiza; lembremos que esta teve uma digna representação como observadora nas negociações do AO, que incopora no seu texto duas palavras "típicas" galegas, hoje nos dicionários lusófonos, com outras; e lembremos tb que aquela delegação galega observadora insistiu em que se incluíssem naquelas sessões todos os países de língua portuguesa, e não só Portugal e o Brasil, como estava previsto num princípio.
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: O Acordo Ortográfico, 1990-2010
Parabéns ao Ângelo pelo artigo fundamental para entendermos o estado de algumas cousas desde uma perspetiva galega e não só.
Com efeito, o labor continuado dos galegos nas reuniões do Acordo foi fundamental tanto para o Acordo mesmo quanto para a situação atual.
Com efeito, o labor continuado dos galegos nas reuniões do Acordo foi fundamental tanto para o Acordo mesmo quanto para a situação atual.
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: O Acordo Ortográfico, 1990-2010
Agora tb em: http://observatorio-lp.sapo.pt/pt/noticias/o-acordo-ortografico-1990-2010
(bom fim de ano, colegas!)
(bom fim de ano, colegas!)
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: O Acordo Ortográfico, 1990-2010
http://lumeear.blogspot.com/2011/01/um-ce-mais.html
(paga a pena ler isto de Manuel Halpern)
"Um cê a mais"
"Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar".
(paga a pena ler isto de Manuel Halpern)
"Um cê a mais"
"Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar".
cdurão- Mensagens : 302
Data de inscrição : 26/12/2010
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