Sugestão de Leitura
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Joanlogo
AGIL
Morcego
7 participantes
A Nossa Língua :: Geral :: Arte & Cultura :: Literatura
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Sugestão de Leitura
Um interessante livro sobre a história económica dos últimos 100 anos em Portugal:
O livro Os Donos de Portugal expõe a história da burguesia, e do seu processo de acumulação de capital, no período de cem anos, compreendido entre 1910 e 2010.
Se, por um lado, são abordados os recentes escândalos associados ao BCP, BPN e BPP, os autores procuram abordar as origens das grandes fortunas, nascidas “da protecção: pelas pautas alfandegárias contra a concorrência, pela ditadura contra as classes populares, pela liberalização contra a democracia na economia”, e demonstram “como os donos de Portugal se instalam sobre o privilégio e o favorecimento”.
Imperdivel!
P.S. - Não sabia onde encaixar este fio....pois, coloquei-o aqui.
O livro Os Donos de Portugal expõe a história da burguesia, e do seu processo de acumulação de capital, no período de cem anos, compreendido entre 1910 e 2010.
Se, por um lado, são abordados os recentes escândalos associados ao BCP, BPN e BPP, os autores procuram abordar as origens das grandes fortunas, nascidas “da protecção: pelas pautas alfandegárias contra a concorrência, pela ditadura contra as classes populares, pela liberalização contra a democracia na economia”, e demonstram “como os donos de Portugal se instalam sobre o privilégio e o favorecimento”.
Imperdivel!
P.S. - Não sabia onde encaixar este fio....pois, coloquei-o aqui.
Morcego- Mensagens : 48
Data de inscrição : 25/12/2010
História paralela...
Sem dúvida será história paralela do contíguo reino bourbónico. Sem dúvida: duas gotas de água! Apesar das aparências...
AGIL- Mensagens : 88
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Sugestão de Leitura
Morcego escreveu:Um interessante livro sobre a história económica dos últimos 100 anos em Portugal:
O livro Os Donos de Portugal expõe a história da burguesia, e do seu processo de acumulação de capital, no período de cem anos, compreendido entre 1910 e 2010.
Se, por um lado, são abordados os recentes escândalos associados ao BCP, BPN e BPP, os autores procuram abordar as origens das grandes fortunas, nascidas “da protecção: pelas pautas alfandegárias contra a concorrência, pela ditadura contra as classes populares, pela liberalização contra a democracia na economia”, e demonstram “como os donos de Portugal se instalam sobre o privilégio e o favorecimento”.
Imperdivel!
P.S. - Não sabia onde encaixar este fio....pois, coloquei-o aqui.
Nihil nuovo sub sole, que diz o Eclesiastes (1,9),http://www.bibliacatolica.com.br/09/25/1.php dos crentes, caro camarada Morcego. Uma história do capitalismo selvagem – como poderia ser doutro jeito, quando o capitalismo é grosseiro, rude, intratável ? – num lugar determinado do planeta Terra. Mais uma vez há que voltar ler o impressionante capítulo XIV do Capital de Marx: http://www.marxists.org/portugues/marx/1867/capital/cap24/index.htm, pois é nessa obra imorredoira que se pode enxergar o que acontece em Portugal ou na Galiza em particular e no mundo em geral. Não conheço o livro que amavelmente nos invitas a ler mas, acho, que nada pode divergir do que acontece em qualquer parte do mundo. Nihil nuovo sob sole.
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Re: Sugestão de Leitura
António,
Infelizmente conheço mal a história da burguesia espanhola mas, é provável que tenha muitas semelhanças com a portuguesa.
André,
Este estudo que culminou em livro não deixa de nos apresentar dados surpreendentes, que levam a compreender muitas das causas das coisas. Como afirmou Francisco Louçã, um dos co-autores, na conferência de imprensa de apresentação do livro: “Se um em cada cinco dos ministros e dos secretários de Estado que tomaram todas as decisões sobre economia em 30 anos passou pelo BCP e um em cada dez pelo BES, percebemos que a Finança e o poder foram sempre irmãos gémeos nesta constituição da riqueza e do privilégio, e é essa história concreta que esse livro conta”.
"Os donos de Portugal são os donos dos governos”, resumiu Louçã aos jornalistas, sublinhando que nos últimos 100 anos escreveu-se “uma história permanente do apoio do Estado à formação da riqueza”. A “interpenetração das famílias” detentoras do poder económico é outra das conclusões da obra.
“Descobrimos, sem surpresa, que Mello e Champallimaud são a mesma família, que também se cruzam com os Espírito Santo, com os Pinto Basto, com os Ulrich. As famílias da burguesia portuguesa são quase todas a mesma família”.
“É uma oligarquia financeira fortíssima, protegida pelo Estado, apoiada pelo Estado, financiada pelo Estado, vivendo de rendas do Estado, uma grande família que tem dominado Portugal ao longo de 100 anos”, sustentou.
A actualidade do estudo, sublinhou Francisco Louçã, é a demonstração de que “o que fracassa no nosso país é o favorecimento, é a riqueza, é o privilégio”.
“O privilégio conduz-nos à crise, porque significa uma economia sem ambição, uma economia sem projecto, sem desenvolvimento”, afirmou, em que “uma família de famílias, praticamente todos cruzados por casamentos ou alianças, ao longo de 100 anos, foram os donos do pais e voltaram a ser os donos do país agora”.
O livro pretende demonstrar, afirmou Francisco Louçã, que “quanto maior é o seu poder maior é a debilidade de Portugal e maior é a inconsistência da economia portuguesa”.
Abraço
Infelizmente conheço mal a história da burguesia espanhola mas, é provável que tenha muitas semelhanças com a portuguesa.
André,
Este estudo que culminou em livro não deixa de nos apresentar dados surpreendentes, que levam a compreender muitas das causas das coisas. Como afirmou Francisco Louçã, um dos co-autores, na conferência de imprensa de apresentação do livro: “Se um em cada cinco dos ministros e dos secretários de Estado que tomaram todas as decisões sobre economia em 30 anos passou pelo BCP e um em cada dez pelo BES, percebemos que a Finança e o poder foram sempre irmãos gémeos nesta constituição da riqueza e do privilégio, e é essa história concreta que esse livro conta”.
"Os donos de Portugal são os donos dos governos”, resumiu Louçã aos jornalistas, sublinhando que nos últimos 100 anos escreveu-se “uma história permanente do apoio do Estado à formação da riqueza”. A “interpenetração das famílias” detentoras do poder económico é outra das conclusões da obra.
“Descobrimos, sem surpresa, que Mello e Champallimaud são a mesma família, que também se cruzam com os Espírito Santo, com os Pinto Basto, com os Ulrich. As famílias da burguesia portuguesa são quase todas a mesma família”.
“É uma oligarquia financeira fortíssima, protegida pelo Estado, apoiada pelo Estado, financiada pelo Estado, vivendo de rendas do Estado, uma grande família que tem dominado Portugal ao longo de 100 anos”, sustentou.
A actualidade do estudo, sublinhou Francisco Louçã, é a demonstração de que “o que fracassa no nosso país é o favorecimento, é a riqueza, é o privilégio”.
“O privilégio conduz-nos à crise, porque significa uma economia sem ambição, uma economia sem projecto, sem desenvolvimento”, afirmou, em que “uma família de famílias, praticamente todos cruzados por casamentos ou alianças, ao longo de 100 anos, foram os donos do pais e voltaram a ser os donos do país agora”.
O livro pretende demonstrar, afirmou Francisco Louçã, que “quanto maior é o seu poder maior é a debilidade de Portugal e maior é a inconsistência da economia portuguesa”.
Abraço
Morcego- Mensagens : 48
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Sugestão de Leitura
Morcego escreveu:
André,
Este estudo que culminou em livro não deixa de nos apresentar dados surpreendentes, que levam a compreender muitas das causas das coisas. Como afirmou Francisco Louçã, um dos co-autores, na conferência de imprensa de apresentação do livro: “Se um em cada cinco dos ministros e dos secretários de Estado que tomaram todas as decisões sobre economia em 30 anos passou pelo BCP e um em cada dez pelo BES, percebemos que a Finança e o poder foram sempre irmãos gémeos nesta constituição da riqueza e do privilégio, e é essa história concreta que esse livro conta”.
"Os donos de Portugal são os donos dos governos”, resumiu Louçã aos jornalistas, sublinhando que nos últimos 100 anos escreveu-se “uma história permanente do apoio do Estado à formação da riqueza”. A “interpenetração das famílias” detentoras do poder económico é outra das conclusões da obra.
“Descobrimos, sem surpresa, que Mello e Champallimaud são a mesma família, que também se cruzam com os Espírito Santo, com os Pinto Basto, com os Ulrich. As famílias da burguesia portuguesa são quase todas a mesma família”.
“É uma oligarquia financeira fortíssima, protegida pelo Estado, apoiada pelo Estado, financiada pelo Estado, vivendo de rendas do Estado, uma grande família que tem dominado Portugal ao longo de 100 anos”, sustentou.
A actualidade do estudo, sublinhou Francisco Louçã, é a demonstração de que “o que fracassa no nosso país é o favorecimento, é a riqueza, é o privilégio”.
“O privilégio conduz-nos à crise, porque significa uma economia sem ambição, uma economia sem projecto, sem desenvolvimento”, afirmou, em que “uma família de famílias, praticamente todos cruzados por casamentos ou alianças, ao longo de 100 anos, foram os donos do pais e voltaram a ser os donos do país agora”.
O livro pretende demonstrar, afirmou Francisco Louçã, que “quanto maior é o seu poder maior é a debilidade de Portugal e maior é a inconsistência da economia portuguesa”.
Abraço
Caro Morcego, há mais de um século que Marx demonstrara com argumentos irrefutáveis ─ e levam os ideólogos burgueses, que não cientistas, veja-se ao respeito a “bíblia” dos refutadores: The Stages of Economic Growth, a Non-Comunist Manifesto de Walt Whitman Rostow publicada em Cambridge University Press em 1960 e refuntando diário as teses de Marx e não há ano, nem quase mês ou dia, que algum livro dá cabo, “por fim”, das teorias marxistas, mas contudo, dia por dia, mês por mês e ano por ano, o mundo segue a sofrer as calamidades do desemprego, a miséria física e intelectual das populações, as guerras, os morticínios pola fame, a peste do racismo... em fim o atrasamento monstruoso da humanidade provocado por um sistema de produção que sente os sinos da morte desde a Comuna de Paris ─, dizia que do Manifesto Comunista http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm até o Das Kapital: http://www.mlwerke.de/me/me23/me23_000.htm e no Arquivo de Marx e Engels em alemão http://www.marxists.org/deutsch/archiv/marx-engels/index.htm, passando polos Grundrisse: http://antivalor2.vilabol.uol.com.br/textos/marx/marx_40.html e toda a obra de uma vida fecundíssima e genial (como não há par na história do pensamento) demonstra que
“Quanto mais a riqueza social crescer… mais numerosa é a sobrepopulação comparativamente ao exército de reserva industrial. Quanto mais este exército de reserva aumenta comparativamente ao exército activo do trabalho e mais massiva é a sobrepopulação permanente, mais estas camadas compartem a sorte de Lázaro e quanto o exército de reserva é mais crescente, mais grande é a pauperização oficial. Esta é a lei geral, absoluta da acumulação capitalista.”
(Marx, O Capital, Tomo 3), citado de O Capital de Engels, veja-se em: http://www.marxists.org/portugues/marx/1868/03/28-ga.htm
E outros marxistas vieram a pôr de manifesto uma e mil vezes:
Henryk Grossmann, http://www.marxists.org/portugues/grossmann/1931/09/16.htm
Ernest Mandel, A Teoria do Valor-Trabalho e o Capitalismo Monopolista, em: http://www.marxists.org/portugues/mandel/1967/12/teoria.htm
junto com a crítica a qualquer governo social-democrata, : A Natureza do Reformismo Social-Democrata (A Social-Democracia Sem Amparo) em: http://www.marxists.org/portugues/mandel/1993/09/21.htm
Se lhes tornando de necessidade fragmentar, quando não banir de tudo, qualquer resistência dos trabalhadores: Os Ataques Contra as Liberdades Sindicais, em: http://www.marxists.org/portugues/mandel/1974/12/ataques.htm
Quando dizia, como no ditado bíblico, nihil nouvo sub sole, o que queria era somente exprimir que as condições de acumulação e as condições de depauperação uma liga-se a outra numa espiral dialéctica não vêm sendo diferentes em Portugal que na Espanha, nos Estados Unidos do Japão, da França diferentes do Brasil e assim polo mundo fora.
Como dizia Marx na XI Tese sobre Feuerbach: Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo (http://www.marxists.org/portugues/marx/1845/tesfeuer.htm).
Isso é o que toca desempenhar hoje ao proletariado do mundo inteiro. Isso, ou cair na barbárie, como muito bem manifestou Rosa Luxemburgo (por isso também os social-democratas lhe romperam a cabeça).
Todavia, este mundo de pesadelo há acabar pois, infelizmente para a burguesia, a história se desenvolve... com método marxista.
Abraço.
“Quanto mais a riqueza social crescer… mais numerosa é a sobrepopulação comparativamente ao exército de reserva industrial. Quanto mais este exército de reserva aumenta comparativamente ao exército activo do trabalho e mais massiva é a sobrepopulação permanente, mais estas camadas compartem a sorte de Lázaro e quanto o exército de reserva é mais crescente, mais grande é a pauperização oficial. Esta é a lei geral, absoluta da acumulação capitalista.”
(Marx, O Capital, Tomo 3), citado de O Capital de Engels, veja-se em: http://www.marxists.org/portugues/marx/1868/03/28-ga.htm
E outros marxistas vieram a pôr de manifesto uma e mil vezes:
Henryk Grossmann, http://www.marxists.org/portugues/grossmann/1931/09/16.htm
Ernest Mandel, A Teoria do Valor-Trabalho e o Capitalismo Monopolista, em: http://www.marxists.org/portugues/mandel/1967/12/teoria.htm
junto com a crítica a qualquer governo social-democrata, : A Natureza do Reformismo Social-Democrata (A Social-Democracia Sem Amparo) em: http://www.marxists.org/portugues/mandel/1993/09/21.htm
Se lhes tornando de necessidade fragmentar, quando não banir de tudo, qualquer resistência dos trabalhadores: Os Ataques Contra as Liberdades Sindicais, em: http://www.marxists.org/portugues/mandel/1974/12/ataques.htm
Quando dizia, como no ditado bíblico, nihil nouvo sub sole, o que queria era somente exprimir que as condições de acumulação e as condições de depauperação uma liga-se a outra numa espiral dialéctica não vêm sendo diferentes em Portugal que na Espanha, nos Estados Unidos do Japão, da França diferentes do Brasil e assim polo mundo fora.
Como dizia Marx na XI Tese sobre Feuerbach: Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo (http://www.marxists.org/portugues/marx/1845/tesfeuer.htm).
Isso é o que toca desempenhar hoje ao proletariado do mundo inteiro. Isso, ou cair na barbárie, como muito bem manifestou Rosa Luxemburgo (por isso também os social-democratas lhe romperam a cabeça).
Todavia, este mundo de pesadelo há acabar pois, infelizmente para a burguesia, a história se desenvolve... com método marxista.
Abraço.
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
"Los Señores de Galicia"
"A crónica das grandes fortunas [galegas] dos últimos 30 anos", segundo XORNAL. É do ano 2008. Eu não li.
Pedro Bravo- Mensagens : 140
Data de inscrição : 26/12/2010
Decrescimento, crise e capitalismo (Carlos Taibo)
DECRESCIMENTO, CRISE, CAPITALISMO
Carlos Taibo
ensaio, 2010 | 6€
«O capitalismo de hoje não é apenas responsável por injustiças e explorações que têm como vítimas seres humanos: é responsável também por poderosíssimas agressões contra o meio natural, traduzidas num perigoso crescimento da pegada ecológica que reduz sensivelmente os direitos e possibilidades das gerações vindouras. Neste livro defende-se a necessidade de abrir uma nova frente de luta contra o capitalismo da mão da reivindicação de reduções significativas nos níveis de produção e de consumo no Norte desenvolvido, acompanhadas da defesa paralela da primazia da vida social, da repartição do trabalho, da recuperação do local e da autogestão generalizada.»
Descarregar de Estaleiro Editora
Este livro, como todos os editados por Estaleiro Editora, são publicados sob uma licença Creative Commons. Se queres ter a versão impressa, podes comprá-la nos pontos de venda que figuram nesta ligação
O vídeo da apresentação do livro e a palestra de Carlos Taibo na Escola Popular Galega (Vigo) que teve lugar o 9 de Dezembro de 2010 está disponível nesta outra ligação. Duração: 1h 4min.
mceleiro- Mensagens : 51
Data de inscrição : 26/12/2010
Re: Sugestão de Leitura
Espero que estejam satisfeitos já que o nível de consumo certamente diminui com a austeridade. Vamos todos exigir a descida dos salários como nova frente de luta contra o capitalismo!
Moses Mordecai Levy- Mensagens : 111
Data de inscrição : 27/12/2010
Localização : Beira do Precipício
Re: Sugestão de Leitura
Ganda Tanga,
Eu reduziria os salários a ZERO. Nunca mais salários mensais para o proletário e mais-valias para o padrão.
Não quero a ditadura do proletariado, quero a desaparição do proletariado!!!!
Autogestão e autoprodução, autoemprego e trabalho cooperativo.
Não é nada novo.
Eu reduziria os salários a ZERO. Nunca mais salários mensais para o proletário e mais-valias para o padrão.
Não quero a ditadura do proletariado, quero a desaparição do proletariado!!!!
Autogestão e autoprodução, autoemprego e trabalho cooperativo.
Não é nada novo.
Nambuangongo- Mensagens : 188
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Sugestão de Leitura
quero a desaparição do proletariado!!!!
...autoemprego
Isso parece-me confuso. Qualquer comunista quer a abolição do proletariado e concebe-a como auto-abolição e como fim do trabalho assalariado. A referência ao auto-emprego e ao decrescimento parecem-me propostas que não superam o capitalismo e apenas se apresentam como medidas de administração da crise capitalista. a ditadura do proletariado é apenas outro nome para a revolução, para um período de transição que coincide com a revolução ( e não uma forma de sociedade intermédia) em que o proletariado se auto-suprime como classe mas precisa para isso de se impor organizadamente e violentamente contra a ditadura do valor. É o processo violento de dissolução das classes e nada mais que isso.
Moses Mordecai Levy- Mensagens : 111
Data de inscrição : 27/12/2010
Localização : Beira do Precipício
Re: Sugestão de Leitura
Creio que o Carlos Taibo diz é que é necessário pôr termo ao consumismo exacerbado como um fim em si que, diga-se em abono da verdade, está longe de ser acessível a todos os cidadãos do 1º mundo. Como todos os habitantes do planeta devem ter acesso à habitação, alimentação, saúde, educação, cultura, lazer, mobilidade, qualidade ambiental, etc. e, como desde logo, os recursos do planeta são finitos, é necessária e premente uma mudança de valores e de paradigma.
Morcego- Mensagens : 48
Data de inscrição : 25/12/2010
O Vazio da Máquina – Niilismo e outros abismos
Editor/autor: André Díspore Cancian
ISBN: 9788590555827
Ano: 2009
Edição: 4
Número de páginas: 500
Acabamento: Encadernação
Formato: Médio
O Vazio da Máquina tem como finalidade apresentar ao leitor uma abordagem niilista da realidade e do homem. O livro inicia-se com definições básicas sobre niilismo, discutindo a relação deste com alguns aspectos de nossas vidas; isso para entendermos o niilismo com clareza, para deixarmos de vê-lo como uma postura extremada. Notaremos que o niilismo nada mais é que uma visão honesta e sensata da realidade. Complementando esse alicerce teórico inicial, tecemos algumas considerações sobre o conhecimento e a ciência.
Após esse momento, temos os ensaios críticos; investigamos alguns dos tópicos centrais da existência humana, clássicos da filosofia. Passamos por temas como solidão, hipocrisia, sofrimento, suicídio, loucura, egoísmo, felicidade. São, sem dúvida, assuntos pesados, mas é exatamente essa a proposta do livro; tratar de assuntos difíceis com clareza e honestidade, sem qualquer preocupação em poupar o leitor.
O fato, entretanto, é que gostamos de nos poupar. Mesmo que a ciência tenha nos proporcionado um conhecimento sólido sobre o mundo, ainda consideramos um tabu sermos completamente honestos. Temos medo do vazio da existência, o abismo niilista nos aterroriza. Mas veremos que esse medo é sem sentido, que é muito preferível aceitar uma existência sem sentido a continuar acreditando num sentido falso para a existência, que aponta para lugar nenhum. Ao sermos honestos, tudo o que temos a perder são ilusões.
Ao longo das reflexões, perceberemos que nossa moderna visão do mundo ainda esconde muitos preconceitos metafísicos; esses preconceitos fazem com que vejamos os fatos sob uma ótica constantemente falsa; fugimos daquilo que, inescapavelmente, determina nossas vidas. Sentimo-nos solitários, mas nunca tentamos entender por quê; sofremos, mas não damos importância a isso por acreditarmos que nossas vidas caminham em direção à felicidade absoluta; somos egoístas e hipócritas, mas não o admitimos porque consentimos em ser calados pelas convenções sociais; indivíduos matam-se todos os dias e, em vez de tentar entender o porquê, simplesmente repetimos chavões mecanicamente até alguma ocupação nos tirar essa ideia angustiante da cabeça. Fugimos de todos esses assuntos como covardes.
Deixamos essas questões de lado porque pensamos que investigá-las nos conduziria à loucura. Muito pelo contrário; isso nos conduziria apenas à lucidez, nos permitiria viver com os pés no chão. As respostas para tais questões são muito mais óbvias do que pensamos, e muitas vezes sabemos quais são. Parece quase surreal que, para proteger pequenas ilusões cotidianas, inventamos grandiosas ilusões metafísicas. Contudo, é fato; realmente fazemos isso. Preferimos abraçar várias ilusões absurdas a aceitar a realidade mais elementar, que está bem diante de nossos olhos. Todas essas incoerências são resultado dos preconceitos metafísicos aos quais ainda nos agarramos desesperadamente em busca de um sentido que não faz sentido algum. Afirmamos que tais assuntos são demasiado profundos apenas como pretexto para tratá-los superficialmente; vemo-los como perguntas impossíveis de ser respondidas apenas porque temos medo das respostas.
Nós realmente somos aquilo que parecemos ser: máquinas. Não há nada por detrás. Esse por detrás foi inventado por nós numa tentativa infantil de humanizar a existência. Já perdemos tempo demais nos enganando com esse conceito falso de profundidade do saber. Temos o mundo diante de nossos olhos, e podemos compreendê-lo nós mesmos. Não precisamos do intermédio da ótica de alguma teoria que tenta garantir que nosso cérebro nunca se torne parte da equação. Esse é o único modo de chegarmos a compreender todas as nossas limitações, mas também todas as nossas possibilidades reais, e empregar todo o nosso entendimento para tirar algum proveito de uma existência tão pouco aproveitável como a nossa.
Temos diante de nós a tarefa de realmente nos valermos de nosso conhecimento; desnudar o homem moderno; apontar seus preconceitos metafísicos e morais; quebrar algumas de suas muletas, algumas de suas dúvidas mais vergonhosas; trazer à luz algumas de nossas mentiras mais sagradas, algumas de nossas verdades mais secretas. É uma dolorosa revisão da realidade, mas há muito necessária para limparmos a vista.
Após esse momento, temos os ensaios críticos; investigamos alguns dos tópicos centrais da existência humana, clássicos da filosofia. Passamos por temas como solidão, hipocrisia, sofrimento, suicídio, loucura, egoísmo, felicidade. São, sem dúvida, assuntos pesados, mas é exatamente essa a proposta do livro; tratar de assuntos difíceis com clareza e honestidade, sem qualquer preocupação em poupar o leitor.
O fato, entretanto, é que gostamos de nos poupar. Mesmo que a ciência tenha nos proporcionado um conhecimento sólido sobre o mundo, ainda consideramos um tabu sermos completamente honestos. Temos medo do vazio da existência, o abismo niilista nos aterroriza. Mas veremos que esse medo é sem sentido, que é muito preferível aceitar uma existência sem sentido a continuar acreditando num sentido falso para a existência, que aponta para lugar nenhum. Ao sermos honestos, tudo o que temos a perder são ilusões.
Ao longo das reflexões, perceberemos que nossa moderna visão do mundo ainda esconde muitos preconceitos metafísicos; esses preconceitos fazem com que vejamos os fatos sob uma ótica constantemente falsa; fugimos daquilo que, inescapavelmente, determina nossas vidas. Sentimo-nos solitários, mas nunca tentamos entender por quê; sofremos, mas não damos importância a isso por acreditarmos que nossas vidas caminham em direção à felicidade absoluta; somos egoístas e hipócritas, mas não o admitimos porque consentimos em ser calados pelas convenções sociais; indivíduos matam-se todos os dias e, em vez de tentar entender o porquê, simplesmente repetimos chavões mecanicamente até alguma ocupação nos tirar essa ideia angustiante da cabeça. Fugimos de todos esses assuntos como covardes.
Deixamos essas questões de lado porque pensamos que investigá-las nos conduziria à loucura. Muito pelo contrário; isso nos conduziria apenas à lucidez, nos permitiria viver com os pés no chão. As respostas para tais questões são muito mais óbvias do que pensamos, e muitas vezes sabemos quais são. Parece quase surreal que, para proteger pequenas ilusões cotidianas, inventamos grandiosas ilusões metafísicas. Contudo, é fato; realmente fazemos isso. Preferimos abraçar várias ilusões absurdas a aceitar a realidade mais elementar, que está bem diante de nossos olhos. Todas essas incoerências são resultado dos preconceitos metafísicos aos quais ainda nos agarramos desesperadamente em busca de um sentido que não faz sentido algum. Afirmamos que tais assuntos são demasiado profundos apenas como pretexto para tratá-los superficialmente; vemo-los como perguntas impossíveis de ser respondidas apenas porque temos medo das respostas.
Nós realmente somos aquilo que parecemos ser: máquinas. Não há nada por detrás. Esse por detrás foi inventado por nós numa tentativa infantil de humanizar a existência. Já perdemos tempo demais nos enganando com esse conceito falso de profundidade do saber. Temos o mundo diante de nossos olhos, e podemos compreendê-lo nós mesmos. Não precisamos do intermédio da ótica de alguma teoria que tenta garantir que nosso cérebro nunca se torne parte da equação. Esse é o único modo de chegarmos a compreender todas as nossas limitações, mas também todas as nossas possibilidades reais, e empregar todo o nosso entendimento para tirar algum proveito de uma existência tão pouco aproveitável como a nossa.
Temos diante de nós a tarefa de realmente nos valermos de nosso conhecimento; desnudar o homem moderno; apontar seus preconceitos metafísicos e morais; quebrar algumas de suas muletas, algumas de suas dúvidas mais vergonhosas; trazer à luz algumas de nossas mentiras mais sagradas, algumas de nossas verdades mais secretas. É uma dolorosa revisão da realidade, mas há muito necessária para limparmos a vista.
PS: Recomendação especial para Ganda Tanga
Nambuangongo- Mensagens : 188
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: Sugestão de Leitura
O eclipse e o ressurgimento do movimento comunista. Jean Barrot
http://www.reocities.com/autonomiabvr/eclieree.html (a tradução tem alguns erros)
Outras versões:
http://libcom.org/library/eclipse-re-emergence-communist-movement (ing)
http://www.edicionesespartaco.com/libros/Declive.pdf (esp)
A quem interessar.
http://www.reocities.com/autonomiabvr/eclieree.html (a tradução tem alguns erros)
Outras versões:
http://libcom.org/library/eclipse-re-emergence-communist-movement (ing)
http://www.edicionesespartaco.com/libros/Declive.pdf (esp)
A quem interessar.
Moses Mordecai Levy- Mensagens : 111
Data de inscrição : 27/12/2010
Localização : Beira do Precipício
Re: Sugestão de Leitura
Nunca cheguei a ler este mas com certeza é melhor que o vazio da máquina:
Nihilist Communism - Monsieur Dupont
http://www.scribd.com/doc/29919628/Nihilist-Communism-Monsieur-Dupont
Nihilist Communism - Monsieur Dupont
http://www.scribd.com/doc/29919628/Nihilist-Communism-Monsieur-Dupont
Moses Mordecai Levy- Mensagens : 111
Data de inscrição : 27/12/2010
Localização : Beira do Precipício
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