Galiza na CPLP (?)

olhai isto: http://www.cplp.org/Default.aspx?ID=2030 (a bandeirinha galega justo no meio das outras da Lusofonia, no cartaz, acima à esquerda) [e reparai que a foto é de julho do 2009!]

Pois eu só tenho duas explicações:
1) Foi o primeiro que encontrou o que elaborou o cartaz.
2) A Galiza pode ser o "centro espiritual" pacífico da lusofonia.

O logótipo oficial é este:



Pode-se comprovar no último ponto (logótipo) do primeiro apartado (organização) da página oficial da CPLP (Mapa do portal da CPLP).

Desconheço o logótipo à direita do cartaz. É possível que essa reunião tenha decorrido na África, pois procurando no Google "logotipo aplp" aparece o logótipo com a bandeira da Galiza na página da Agência AngolaPress e da Radiotelevisão Caboverdiana.

A reunião foi em Praia, capital de Cabo Verde , na ilha de Santiago.

seja como for, ninguém, que eu saiba (ainda os mais recalcitrantes anti "galego=português"), se rasgou as vestiduras em público; acho que estas "cousinhas" não são alheias à fundação da AGLP (no 2008); bem-vindo Amaeo!

Recupero um texto que fora redigido no velho "Portal Galego da Língua Fórum" por paulinho (com permisso! ) de dezembro de 2009:

Dizía daquela o paulinho:

"Pode haver integração da Galiza na CPLP dentro da Espanha?; quer dizer: pode Espanha subscrever um tratado para aderir Galiza a CPLP?. Ou -se houver vontade no futuro- fazer tal cousa a Junta da Galiza?.

Quais seríam os efeitos práticos?.

Por vezes parece-me um pouco querer pôr os carros diante dos bois, pero também doutra parte comprendo que os efeitos espectaculares de tais propostas, e sobretudo o pôlas em andamento, são precisas para bater na cabecinha da gente; o exemplo é a própria AGLP e o sucesso alcançado, que sobeja ao meu juízo o da RAG -sem presença fóra nem credibilidade dentro -.

Há uns anos o castigado hoje pela enfermidade Pasquall Maragall fizera umas propostas -reconheço não comparáveis ao nosso caso com a Lusofonía e até um chisco folclóricas (?)- que caminhavam na ideia de aderir Catalunya à Francofonía, engadido a umas propostas se calhar discutíveis, sobre a eurorregião Aragão- PPCC- Sul de França nem muito bem vistas, claro, pelo poder central.

Naturalmente não é comparável... nós somos lusófonos porque nasceu a língua cá, e a francofonía da Catalunya é muito extravagante: a única comparança é o possibilismo da proposta e a pergunta de se ambos caminhos , o extravagante e o natural ( o nosso na CPLP ou qualquer outra instituição)- são objetivamente possíveis.

Galiza na CPLP sería um golpe de efeito necessário e desejável; e um apontamento dum desportista amador: Ah, esses jogos da Lusofonía nos que estão... Índia e Brasil (potências em alça e Sri Lanka, até...).

Para estar na CPLP faz falta acadar uma independência hoje impossível? -hoje é o límite impreciso que alcança a mente a meio praço-, ou avonda a vontade das elites, os caminhos na net, os caminhos no debate e nas palestras...?.

Decerto hoje é tão popular a ideia da Lusofonía como a normativa da RAG que nem segue Ferrín -com o seu galego peculiar, pessoal, intransferível e transgressor - nem desde logo os "galegos da rúa", que vem no galego da RAG um invento de laboratório (como nós, embora por razões diferentes)...".

Obrigado ao paulinho que é uma pessoa com coração grandissimo...

Pois se participam a Índia-Goa e a China-Macau, entre outros, não sei por que não pode participar Espanha-Galiza.
Não é que não se queira estar, é que se quer não estar. Acham a diferença?

Ao respeito disto eu tenho a teoría de estarmos a lutar com nós próprios; e vou-me explicar...

Quando os catalães saim a se manifestarem pelo Estatut fazem-no contra as instituições que lhes são alheias: o Tribunal Constitucional, o Governo "de la nación", o Congresso, etc... e reagem todas as forças, da esquerda à direita (quitado o pp e os ciutadans) e o faz também a sociedade inteira...

A desgraça é que cá, na Galiza, quando saimos à rúa fazemo-lo contra nós, contra os governos que escolhemos nós e votamos nós e aínda aos que lhes damos maioría absoluta para desfazer qualquer possibilidade de criar as condições de ter uma certa dignidade e uma certa actuação fóra do nosso país, com uma espécie de mínima participação de pleno direito ou de quase pleno direito em instituições nas quais, com inteligência e sobardando determinadas legislações interpretáveis, podiamos participar.

Volvendo ao Maragall veja-se que é um homem do PSC; o PSC não é o PSOE. Maragall quando falava da eurorregião --aínda acrescentando Aragão e nem sei agora se Aquitánia-- estava a dar a chave dos Países Catalães pero indo aínda muito inteligentemente mais longe. E o mesmo era com o aderimento à Francofonia. Era pôr Catalunya num espaço cultural, político, lingüístico, internacional e fazer uma política por fóra ou "arredor" da política exterior espanhola.

Eram vontades que cá não existiram. E o mau é que se governase o BNG, aínda sozinho, era de mirar-se se botavam a imaginação precissa para fazerem algo assim...

A política exterior hoje fazem-na a AGLP muito bem e com sucesso; a pergunta é: se a óbvia receptividade das instituições portuguesas e a simpatía brasileira se manifestam com tanto explendor em palestras, jornadas, acordos... apenas botada a andar a Academia, que não se passaria se houver um governo galego para Galiza e para os interesses da Galiza???...

Alguém pensa que se poderia botar abaixo o aderimento à CPLP ???...

Se nos quisermos, NÃO