História da nossa língua
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História da nossa língua
contada no Brasil por
Amini Boainain Hauy e Dulce de Faria Paiva
no livro História da língua portuguesa (Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2008),
organizado por Segismundo Spina, "Professor Emérito da USP" (Universidade de São Paulo,
a universidade mais importante do Brasil).
Amini Boainain Hauy e Dulce de Faria Paiva
no livro História da língua portuguesa (Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2008),
organizado por Segismundo Spina, "Professor Emérito da USP" (Universidade de São Paulo,
a universidade mais importante do Brasil).
Portugal tornou-se assim, reino independente da Galiza. Ao mesmo tempo que se separava da Galiza, estendia-se para o Sul, anexando as regiões reconquistadas. D. Afonso Henriques e seus sucessores prosseguiram na luta contra os mouros, até que em 1250 D. Afonso III concluiu a conquista do Algarve, fixando, então, politicamente os limites de Portugal de hoje.
Delineado Portugal politicamente, a língua falada naquela faixa de terra continuou sendo o galego-português até o século XIV, quando fatores políticos, sociais e lingüísticos determinaram a quebra da relativa unidade lingüística galego-portuguesa (cf., adiante, cap. 3, “O galego-português”).
A partir do século XIV, já com feição própria, distinta dos outros falares da região e com características que a distinguiam do galego, a língua portuguesa, levada pela conquistas das epopéias marítimas a outras partes do mundo, continuou evoluindo, transformando-se sob a ação de inúmero fatores e repetindo, através dos séculos, a sua história.
(Amini Boainain Hauy, “Origem e Formação da Língua Portuguesa”, p. 33)
Marcelo Pereira- Mensagens : 36
Data de inscrição : 25/07/2011
Re: História da nossa língua
Quando Portugal se separou da Galiza, no século XII, era o galego-português o idioma falado em toda a região da Galiza e da nascente nação portuguesa e, por três séculos ainda, foi o veículo da produção poética trovadoresca em toda a Península Ibérica..
(..)
Além disso, esse foi, durante o período da Reconquista, o idioma de comunicação com as populações mouras e moçárabes; nesse contato sofreu e exerceu influências lingüísticas que aceleraram o processo de divergência entre os falares ao norte e ao sul do Minho.
Falada pelos muçulmanos remanescentes da Reconquista, pelos moçárabes e por todos os estrangeiros participantes do repovoamento, a língua trazida do Norte e adotada durante três séculos pela nação portuguesa sofreu gradativamente uma significativa transformação, acelerada ainda pela decisiva influência dos dialetos moçárabes e pelos fatos políticos do prestígio de Lisboa, até adquirir, no século XIV, feição distinta que a caracterizou como língua portuguesa.
Amini Boainain Hauy, “Galego-Português”, p. 42
Marcelo Pereira- Mensagens : 36
Data de inscrição : 25/07/2011
Re: História da nossa língua
No meados do século XIV, em razão de diversos acontecimentos históricos, o galego-português cedeu lugar à língua portuguesa.
Dulce de Faria Paiva, “A Língua Literária no Século XV”, p. 148
Marcelo Pereira- Mensagens : 36
Data de inscrição : 25/07/2011
Re: História da nossa língua
Marcelo, confire a gravação da locutora do século XX do norte de Portugal (“Castro Laboreiro 3“) no site do instituto camoes
e compara-a com aquela da falante de Maçaricos na Galiza, ou com esta do Xurés (Gerêz):
“Bem Falado - Como falam no Gerês?“ (no youtube)
Pergunto eu: se a falante Castro Laboreiro fala português, que é que falam as galegas do “Xurés“, mesmo hoje com toda a história de espanholização?
E se as do Xurés (Gerêz) falam galego, que é o que fala a da gravaçao de Castro Laboreiro?
Como se podia falar “galego-português“ no século XII quando ainda não existia Portugal?
E à luz da identidade das falas a ambos lados das raias, se os dum lado da raia falam português, não é português o que se fala do outro lado? E como se pode dizer que os galegos falam, ou falavam, "galego-portugues" se eles nunca formarom parte do reino de Portugal?
O preconceito, caro Marcelo, a história a escrevem os vencedores, com meias verdades e mentiras ... aí é que o reintegracionismo galego vais bater, e não só na Espanha ...
Gascon
e compara-a com aquela da falante de Maçaricos na Galiza, ou com esta do Xurés (Gerêz):
“Bem Falado - Como falam no Gerês?“ (no youtube)
Pergunto eu: se a falante Castro Laboreiro fala português, que é que falam as galegas do “Xurés“, mesmo hoje com toda a história de espanholização?
E se as do Xurés (Gerêz) falam galego, que é o que fala a da gravaçao de Castro Laboreiro?
Como se podia falar “galego-português“ no século XII quando ainda não existia Portugal?
E à luz da identidade das falas a ambos lados das raias, se os dum lado da raia falam português, não é português o que se fala do outro lado? E como se pode dizer que os galegos falam, ou falavam, "galego-portugues" se eles nunca formarom parte do reino de Portugal?
O preconceito, caro Marcelo, a história a escrevem os vencedores, com meias verdades e mentiras ... aí é que o reintegracionismo galego vais bater, e não só na Espanha ...
Gascon
Gascao- Mensagens : 7
Data de inscrição : 02/08/2011
Re: História da nossa língua
São perguntas sérias e importantes, Gascon, que não se fazem no Brasil. Eu tenho outras que também me inquietam. Essa história está muito mal contada! Os vencedores em Portugal têm deixado herdeiros no Brasil. É lamentável!
Eu comentarei as suas outras colocações em outra ocasião.
MP
Eu comentarei as suas outras colocações em outra ocasião.
MP
Última edição por Marcelo Pereira em Qua Ago 03, 2011 12:34 pm, editado 2 vez(es)
Marcelo Pereira- Mensagens : 36
Data de inscrição : 25/07/2011
Re: História da nossa língua
São perguntas sérias e importantes, Gascon, que não se fazem no Brasil. Eu tenho outras que também me inquietam. Essa história está muito mal contada! Os vencedores dela em Portugal tem deixado herdeiros no Brasil. É lamentável!
Eu comentarei as suas outras colocações em outra ocasião.
MP
É lamentável para um brasileiro como tu, caro Marcelo, mas para os galegos é o que está dando cabo de nós. O galego isolacionista colide com a visão preconceituosa portuguesa, eis o nosso cancro. Sem romper essas “barreiras mentais“ o galego não poderá passar de dialeto espanhol ...
Até loguinho! (ou não)
Gascon
Gascao- Mensagens : 7
Data de inscrição : 02/08/2011
Re: História da nossa língua
Gascao escreveu:Marcelo, confire a gravação da locutora do século XX do norte de Portugal (“Castro Laboreiro 3“) no site do instituto camoes
e compara-a com aquela da falante de Maçaricos na Galiza, ou com esta do Xurés (Gerêz):
Gascon
Eu não pude ver as gravações ainda, mas eu me lembro do sotaque de uma falante de Maçaricos num site galego. Para a minha mãe, ela era portuguesa! Como eu já consigo perceber o sotaque galego, eu prefiro dizer que tal falante tinha sotaque galego-português. Sotaque da Lusofonia, o que muitos reintegracionistas infelizmente não têm.
MP
Marcelo Pereira- Mensagens : 36
Data de inscrição : 25/07/2011
Re: História da nossa língua
Mensagem editada:
O Leite de Vasconcellos me pareceu muito preconceituoso em relação ao idioma galego. Além de insistir que a "língua portuguesa provém fundamentalmente do latim da Lusitânia", ele disse coisas sobre o galego que eu prefiro não repetir aqui. Existem outros filólogos portugueses, mas eu acredito que os filológos e os lingüistas brasileiros (por conseqüência) têm muita influência do pensamento dele. Por essas razões e também por ser um lingüista idôneo no que diz respeito à Galiza, eu acho que o Fernando Venâncio deveria ser respeitado e valorizado pelos "lusistas".
MP
Existe também um lusismo no Brasil. Mas, no caso da Universidade brasileira, os pesquisadores sempre dependeram da produção de pesquisadores de Portugal e tomam como verdade tudo o que se escreve lá. Se o Leite de Vasconcellos esteve no Brasil, certamente os pesquisadores brasileiros não estiveram em Portugal. Esse parece ser também o problema. Os acadêmicos brasileiros não conhecem Portugal.Essa história está muito mal contada! Os vencedores em Portugal têm deixado herdeiros no Brasil.
Gascao escreveu:
(...) a visão preconceituosa portuguesa, ...
O Leite de Vasconcellos me pareceu muito preconceituoso em relação ao idioma galego. Além de insistir que a "língua portuguesa provém fundamentalmente do latim da Lusitânia", ele disse coisas sobre o galego que eu prefiro não repetir aqui. Existem outros filólogos portugueses, mas eu acredito que os filológos e os lingüistas brasileiros (por conseqüência) têm muita influência do pensamento dele. Por essas razões e também por ser um lingüista idôneo no que diz respeito à Galiza, eu acho que o Fernando Venâncio deveria ser respeitado e valorizado pelos "lusistas".
MP
Marcelo Pereira- Mensagens : 36
Data de inscrição : 25/07/2011
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