TUDO MÚSICA

Quero compartilhar com vós esta interpretação genial dum dos mais grandes pianistas de todos os tempos e, sem dúvida nenhuma, no dizer dos mais escrupulosos críticos, o maior virtuoso do século XX, Sviatoslav Teofilovich Richter (em russo: Святосла́в Теофи́лович Ри́хтер, Zhitomir - Ucrânia, 20 de março de 1915 – 1 de agosto de 1997) cujo amplo repertório ia de Bach e Haydn até Debussy e os seus amigos Shostakovich e Prokofiev.

A primeira vitória em competições aconteceu em 1945, no "Encontro dos Estudantes da União Soviética". Estava no juri, encabeçando-o, nada mais e nada menos que o genial Dmitri Shostakovich, que escreveu no seu diário nesse mesmo dia: "Richter é um fenômeno extraordinário. Toda arte musical é acessível para ele".

Na sua primeira apresentação para o público interpretou a Sonata No. 6 de Prokofiev, que causou uma grande impressão da plateia e do próprio compositor que estava presente na sala. Quando Prokofiev acabou de escrever a sua Sétima Sonata, em 1942, deu-a para estrear Richter em janeiro do ano seguinte. Richter a executou, sendo que aprendeu essa peça muito complexa em apenas quatro dias. A partir daí, nasceu uma amizade que duraria até a morte de Prokofiev, em 5 de março de 1953; Também as últimas Sonatas, as Nº 8 e 9 do compositor de Sontsovka lhe foram dedicadas.

Richter nunca se filiou ao Partido Comunista, porém tocou no funeral de Estaline. Para ele, aquele foi um momento triste, não pela morte do ditador mas sim pela morte do seu amigo e grande compositor Sergei Prokofiev, que coincidentemente morrera no mesmo dia (5 de março de 1953).

En 1952, Richter foi invitado para interpretar o papel de Franz Liszt na versão russa da película Glinka de 1946, sobre a vida do compositor Mikhail Glinka, chamada Kompozitor Glinka (en russo: Композитор Глинка), sendo o papel principal interpretado por Boris Esmirnov.

Em 1960 ainda desafiou as autoridades soviéticas ao tocar no funeral do poeta e romancista Boris Pasternak.

A derradeira interpretação grabada foi num concerto em 1994 com a Orquestra Sinfónica de Shinsei do Japão, regendo então o seu amigo Rudolf Barshai, onde tocou três concertos de Mozart.

O derradeiro recital teve lugar em Lübeck, Alemanha, em 30 de março de 1995, com duas Sonatas de Haydn e as Variações e fuga sobre um tema de Beethoven compostas por Max Reger, peça para dous pianos que ele interpretou junto com o pianista Andreas Lucewicz.

Richter morreu em Moscovo em 1º de agosto de 1997, aos 82 anos, vítima de um ataque cardíaco quando no mundo inteiro, tanto no Leste quanto no Oeste, era reconhecida a sua genialidade no piano. Ele atravessara um prolongado período depressivo devido à incapacidade para atuar em público. Quando morreu foram encontradas as partituras das Fünf Klavierstucke, D. 459, de Schubert que ele andava a estudar.

Deixo-vos com a Sonata nº 20 em Sol Maior (Sonatina) de Beethoven interpretada em Moscovo em 1992 por Sviatoslav Teofilovich Richter.

Clara Schumann, 1850

Edmund Angerer nasceu em 24 de maio de 1740 em St. Johann in Tiroll, vila austríaca junto ao rio Kitzbühler Ache no centro do distrito de Kitzbühel e morreu em 7 de agosto de 1740 em Fiecht. Foi um padre beneditino e músico de igreja.

Filho do professor e maestro Stephen Angerer, recebeu a sua primeira formação musical de seu pai en St. Johann in Tiroll e mais tarde como Kapellknaben no Real Convento de Hall.

Em 1758 entrou para o mosteiro beneditino misionário de Santa Odile de Fiecht, mosteiro que se encontra na comuna de Vomp no distrito tirolês de Schwaz onde trabalhou como maestro, organista e professor de música.

Ele escreveu uma quantidade verdadeiramente grande de obras religiosas, obras para coro e operetas, vindo a ser muito respeitado como músico e monge quando ele morrer em 1794 em Fiecht.

A sua obra mais famosa, a “Berchtold-Gaden Musick” teve um enorme sucesso no século XVIII por toda a Europa, mas o compositor foi caindo no esquecimento após a sua morte. Assim, sendo conhecida a sinfonia foi atribuída ao pai de Wolfgang Amadeus Mozart, Leopold Mozart e depois a qualquer dos dous irmãos Haydn, Franz Joseph ou Johann Michael.

Em 1992 foi descuberta uma nota escrita a mão na capa da "Berchtold Gaden Musick" desvelando assim o mistério da autoria desta bela sinfonia.

O musicólogo australiano Robert Illing demonstrou numa monografia publicada em Melburne em 1994 (Berchtolds gaden musick: a study of the early texts of the piece popularly known in England as Haydn's Toy Symphony and in Germany as Haydns Kindersinfonie, and of a cassation attributed to Leopold Mozart which embodies the Kindersinfonie) que a caligrafia correspondia com a caligrafia de Angerer e não um presente ao compositor.

A capa da "Berchtold Gaden Musick" por volta de 1765. As notas manuscritas abaixo identificam claramente Edmund Angerer como o autor.




Instrumentos de crianças de princípios do século XX.

Pablo Sarasate, baptizado como Martin Meliton Pablo de Sarasate y Navascués, nasceu em Pamplona (Navarra - Euskal Herria) em 10 de março de 1844 vindo a morrer em Biarriz (País Basco na França) em 20 de setembro de 1908. Foi filho do músico e militar Miguel Sarasate Juanena e de Xaviera Navascués Oharrechena.

Quase uma criança, lecionado polo pai debuta com apenas sete anos na Corunha. Sendo conscientes os pais da potencialidade do rapaz levam-no estudar música em Santiago de Compostela com o maestro José Courtier, primeiro violino, na altura, da orquestra da Catedral e professor na Escola de Música de Santiago. Trasladado o pai para o Regimento Aragão de Pontevedra, assiste aos ensaios da banda militar enquanto continua com os seus estudos musicais com o músico ponte-vedrês Urbano Casas-Velhas

Os críticos e historiadores musicais tem-no considerado, após o incrível Noccolò Paganini, como o maior instrumentista no violino da história.

A fama de Pablo Sarasate foi tão grande que o escritor inglês Arthur Conan Doyle refere-se ele no conto The Red-Headed League (A liga dos ruivos), conto publicado originalmente no The Strand Magazine em agosto de 1891 com debuxos de Sidney Paget e depois fez parte do livro As Aventuras de Sherlock Holmes. Nesa obra o romancista relata como Sherlock Holmes pospõe as suas pesquisas por mor dum concerto do violinista no St. James´s Hall de Londres.

Grandes compositores escreveram obras para ele, tal como Camille Saint-Saëns que em 1859 dá para a estreia do genial violoncelista o Concerto pour violon n° 1 em Lá Maior e quatro anos depois a Introduction et Rondo Capricioso op. 28 em Lá menor para violino e orquestra; o polonês Henryk Wieniawski em 1870 o Segundo Concerto em Ré menor, Op.22; Édouard Lalo, que compôs a Symohonie espagnole, obra para violino e orquestra em Ré menor, opus 21, em 1874 e em 1879 o compositor alemão Max Bruch compôs para o fantástico violinista a Scottish Fantasy para violino, orquestra e harpa, opus 46.

Nesta peça que cá coloco, a Zigeunerweisen (Ares Ciganos), Op. 20, gravada em 1904, Sarasate toca el mesmo a sua composição, originalmente escrita para violino e orquestra em 1878.