TUDO MÚSICA
+11
Carmen
paulo
Pedro Bravo
manuel fernandes
Nambuangongo
maria
mceleiro
Joanlogo
Moses Mordecai Levy
Morcego
Isabel
15 participantes
A Nossa Língua :: Geral :: Arte & Cultura :: Música
Página 3 de 6
Página 3 de 6 • 1, 2, 3, 4, 5, 6
Bach, J.S. - "Air" Orchestral Suite N° 3 in D Major_BWV 1068
Um pouco da arte mais sublime:
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
O primeiro Hino Délfico
Uma das composições musicais mais antigas que se conhecem são os Hinos Délficos, juntamente com o fragmento de Orestes de Eurípides e a Estela de Sicília. A letra tem a notação musical em cima de cada sílaba e estão esculpidos em lajes de pedra (ver reprodução abaixo). Foram encontradas ao pé do templo de Apolo em Delfos numa das paredes exteriores do Tesouro dos Atenienses. Têm-se datado entre o 138 antes de Cristo e o 128 antes de Cristo.
Os poemas falam do nascimento do deus Apolo, da luita contra o dragão guardião do três pês sagrado de Zeus. O terceiro texto relaciona a resistência dos gregos e a proteção de Apolo ao povo de Delfos contra a invasão dos exércitos celtas – infelizmente, deste texto apenas se possui a primeira frase -. Nas composições usa-se o nomos Pítico e a harmonia Dórica. Assim temos que o meio tom é grave durante a fase aguda e calma durante a mais agitada. O nomos é descrito no primeiro século antes de Cristo por Dionísio de Halicarnássio no “Tratado sobre a composição das palavras”, tomando como base a poesia de Aristóxeno.
Conhece-se também o primeiro compositor desta obra belíssima, Atenaios (Ἀθήναιος grego) que floresceu em torno de 138-28 aC, e foi ele quem compôs o primeiro Hino de Delfos.
Embora se pensou muito tempo que o compositor do primeiro Hino fora "um ateniense", uma leitura atenta da inscrição mostra que ele não pode ser "Athenaîos" (de Atenas), mas sim um homem com o nome "Athénaios Athenaíou"(Athenios filho de Athenios).
Os poemas falam do nascimento do deus Apolo, da luita contra o dragão guardião do três pês sagrado de Zeus. O terceiro texto relaciona a resistência dos gregos e a proteção de Apolo ao povo de Delfos contra a invasão dos exércitos celtas – infelizmente, deste texto apenas se possui a primeira frase -. Nas composições usa-se o nomos Pítico e a harmonia Dórica. Assim temos que o meio tom é grave durante a fase aguda e calma durante a mais agitada. O nomos é descrito no primeiro século antes de Cristo por Dionísio de Halicarnássio no “Tratado sobre a composição das palavras”, tomando como base a poesia de Aristóxeno.
Conhece-se também o primeiro compositor desta obra belíssima, Atenaios (Ἀθήναιος grego) que floresceu em torno de 138-28 aC, e foi ele quem compôs o primeiro Hino de Delfos.
Embora se pensou muito tempo que o compositor do primeiro Hino fora "um ateniense", uma leitura atenta da inscrição mostra que ele não pode ser "Athenaîos" (de Atenas), mas sim um homem com o nome "Athénaios Athenaíou"(Athenios filho de Athenios).
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Re: TUDO MÚSICA
Ui, que interessante isso, Joanlogo. Sempre digo que tenho de aprender latim e grego, e nunca arranjo maneira de o fazer... vou morrer e ainda estarei a dizer que preciso aprender latim e grego...
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
O EPITÁFIO DE SEIKILOS
O epitáfio da Seikilos é um documento musical da Grécia antiga constituído por 12 linhas de texto das quais, 6, vão acompanhadas da anotação num alfabeto com melodia musical frígia, esculpido numa coluna de mármore colocada sobre o túmulo de Euterpe que seu marido, Seikilos, fez construir.
A primeira parte do epitáfio diz assim:
« ΕΙΚΩΝ Η ΛΙΘΟΣ
ΕΙΜΙ · ΤΙ ΘΗΣΙ ΜΕ ΣΕΙΚΙΛΟΣ ΕΝΘΑ ΜΝΗΜΗΣ ΑΘΑΝΑΤΟΥ
ΣΗΜΑ ΠΟΛΥΧΡΟΝΙΟΝ »
transliterado em alfabeto latino:
« Eikon e lithos
eimi; ti thesi me Seikilos entha mnemes athanatou
sema polychronion »
Traduzido para português:
"Eu sou um simulacro de pedra. Seikilos, colocou-me aqui como um sinal duradouro de uma evocação imortal."
Sua data varia a partir do primeiro século antes de Cristo. até o segundo século depois de Cristo.
O documento foi encontrado perto de Trales, atual cidade de Aydin, a uns 30 quilômetros de Éfeso, na Anatólia, em 1883. Foi preservado no Museu de Esmirna até 1922, mas foi perdida durante a guerra greco-turca da Ásia Menor e foi, de novo, encontrada, rota a base, em casa duma mulher que a usava para colocar um testo de flores. Hoje está no Museu Nacional da Dinamarca.
Este documento é importante porque é a canção mais antiga, embora curta, que chegou a nós.
A primeira parte do epitáfio diz assim:
« ΕΙΚΩΝ Η ΛΙΘΟΣ
ΕΙΜΙ · ΤΙ ΘΗΣΙ ΜΕ ΣΕΙΚΙΛΟΣ ΕΝΘΑ ΜΝΗΜΗΣ ΑΘΑΝΑΤΟΥ
ΣΗΜΑ ΠΟΛΥΧΡΟΝΙΟΝ »
transliterado em alfabeto latino:
« Eikon e lithos
eimi; ti thesi me Seikilos entha mnemes athanatou
sema polychronion »
Traduzido para português:
"Eu sou um simulacro de pedra. Seikilos, colocou-me aqui como um sinal duradouro de uma evocação imortal."
Sua data varia a partir do primeiro século antes de Cristo. até o segundo século depois de Cristo.
O documento foi encontrado perto de Trales, atual cidade de Aydin, a uns 30 quilômetros de Éfeso, na Anatólia, em 1883. Foi preservado no Museu de Esmirna até 1922, mas foi perdida durante a guerra greco-turca da Ásia Menor e foi, de novo, encontrada, rota a base, em casa duma mulher que a usava para colocar um testo de flores. Hoje está no Museu Nacional da Dinamarca.
Este documento é importante porque é a canção mais antiga, embora curta, que chegou a nós.
A melodia, escrita em modo mixolídio, gênero diatônico e textura monofônica, ocorre ao longo de um intervalo de apenas uma oitava discorrendo por graus conjuntos (intervalos de segunda e terceira). Só existe um salto melódico ao começo da composição com uma quinta ascendente.
O tempo básico (chronos protos), é a duração breve transcrito como colcheia. Assim, o poema está constituído por doze chronos protos.
A composição, construída segundo princípios modais, tem todos os sons da escala Mi4 + Mi5, com Fá e Dó sustenidos. O som que mais aparece é Lá4 seguido por Mi5, acabando a composição com o som mais grave Mi4.
Segundo os estudiosos a disposição dos tons e semitons da escala empregada (Mi4 + Mi5) com Fá e Dó sustenidos, a espécie de oitava é a Frígia.
Quanto o que diz a relação música texto, cumpre as regras da música da Grécia Antiga, isto é, melodia e texto fazem um todo unificado correspondendo cada frase musical com cada um dos quatro versos do poema. Ainda que são observados pequenos adornos, o texto é tratado de forma silábica.
O texto da parte musicada é:
Ὅσον ζῇς φαίνου
μηδὲν ὅλως σὺ λυποῦ·
πρὸς ὀλίγον ἐστὶ τὸ ζῆν.
τὸ τέλος ὁ χρόνος ἀπαιτεῖ.
Trasliterado:
Hoson zês, phainou
mêden holôs sy lypou;
pros oligon esti to zên,
to telos ho chronos apaitei.
Traduzido para português:
Enquanto viveres, brilha!
Não deixes que nada te torne triste além da medida,
Porque a vida é curta
E o tempo cobra a sua dívida.
Texto original com a notação musical
Em notação musical moderna
http://agiw.fak1.tu-berlin.de/Auditorium/RhMusAnt/ASO/Noten_B.gif
[/center]
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Re: TUDO MÚSICA
Caro, andei a ler isto que deixaste... e... que sarilho! o modo frígio não é esse de Ré, mas:
Mi - Ré - Dó - Si - Lá - Sol - Fá - Mi (exemplo típico)
Se queres começá-lo em Ré, pois seria:
Ré - Dó - Sib - Lá - Sol - Fá - Mib - Ré
Mas a música que sai no vídeo que deixaste começa em Fá, portanto não se corresponde com a partitura, e não é modo frígio, mas dórico:
Dó - Sib - Lá - Sol - Fá - Mib - Ré - Dó,
Começa em Fá porque é a nota diferencial dessa escala. A nota diferencial de uma escala modal é a nota central arredor da que gira toda a melodia. O mesmo comportamento melódico tem o chamado canto gregoriano posterior, ainda que com outros modos e ordenados de outra maneira.
Eu diria mais, não está indicado nenhum signo de tempo nem ritmo nem matizes rítmicos ou dinâmicos, já não digamos agógicos. Mas é que tal como está na parte da partitura que deixaste (pois lhe faltam vários compassos) isso é um claro 6/8, que tocado um pouco mais rápido dá uma ar celta IMPRESSIONANTE. Parece quase uma giga/jig, tocada num tin-whistle pareceria uma melodia dos Chieftains...
Essa interpretação do vídeo é mais bem, ou isso me parece, uma invenção! Ao não conhecer o contexto da peça por falta de documentação, de podermos comparar com outras, estes gregos criaram um canto assim, estilo alalá, cadencioso e cheio de suspensões, que combinado com os seus instrumentos de plectro dá um ar muito mediterrâneo.
Mas a mim dá-me que isso cheira a roubo...
Prova a tocá-lo mais rápido e verás.
Mi - Ré - Dó - Si - Lá - Sol - Fá - Mi (exemplo típico)
Se queres começá-lo em Ré, pois seria:
Ré - Dó - Sib - Lá - Sol - Fá - Mib - Ré
Mas a música que sai no vídeo que deixaste começa em Fá, portanto não se corresponde com a partitura, e não é modo frígio, mas dórico:
Dó - Sib - Lá - Sol - Fá - Mib - Ré - Dó,
Começa em Fá porque é a nota diferencial dessa escala. A nota diferencial de uma escala modal é a nota central arredor da que gira toda a melodia. O mesmo comportamento melódico tem o chamado canto gregoriano posterior, ainda que com outros modos e ordenados de outra maneira.
Eu diria mais, não está indicado nenhum signo de tempo nem ritmo nem matizes rítmicos ou dinâmicos, já não digamos agógicos. Mas é que tal como está na parte da partitura que deixaste (pois lhe faltam vários compassos) isso é um claro 6/8, que tocado um pouco mais rápido dá uma ar celta IMPRESSIONANTE. Parece quase uma giga/jig, tocada num tin-whistle pareceria uma melodia dos Chieftains...
Essa interpretação do vídeo é mais bem, ou isso me parece, uma invenção! Ao não conhecer o contexto da peça por falta de documentação, de podermos comparar com outras, estes gregos criaram um canto assim, estilo alalá, cadencioso e cheio de suspensões, que combinado com os seus instrumentos de plectro dá um ar muito mediterrâneo.
Mas a mim dá-me que isso cheira a roubo...
Prova a tocá-lo mais rápido e verás.
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: TUDO MÚSICA
Tou a tocá-lo e retocá-lo (antes não vi o pdf, desculpa) e isso soa mais atlântico que as ondas do mar de Vigo...
Esse canto de Seikilos... seis quilos de maquilhagem, tem... Como invenção grega, tava bonito. Mas suspeito que a invenção tenha sido alemã...
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: TUDO MÚSICA
Cara Isabel, é muito interessante o que vens de escrever respeito do Hino de Seikilos.
Tudo o que sei – e é bem pouco – vou tratar de colocá-lo aqui.
Como bem sabes, na Grécia antiga, as formas de organizar os sons – e não apenas musicais – diferiam de Estado a Estado, organizando cada uma das regiões os sons naturais desde as antigas tradições culturais e senso estético.
Assim, aparece-nos o modo dórico (da antiga Dória), o modo frígio (da antiga Frígia), o modo lídio (da Lídia), o modo jónio ( da Jónia), o Modo eólio (da Eólia) - os gregos denominaram essa escala como hipodória – e, por fim, o mixolídio, que não era outra cousa que a mistura dos modos lídio e dórico, o que quer dizer, uma fusão do segundo tetracorde do modo lídio com o primeiro tetracorde do modo dórico.
Veja-se Platão, A República.
Assim temos quatro modos gregos antigos dos que se derivam quatro modos plagais por transposição do tetracorde superior.
Organizados segundo o nome grego seriam: Protus (com a nota inicial em Mi) e o modo autêntico o Dórico que deu no modo plagal o hipodórico (hipoprotus) com nota inicial em Lá; o Deuterus (com a nota inicial em Ré) – frígio - que deu em modo plagal o hipofrígio (em grego hipodeuterus) com nota inicial em Sol; o Tritus (nota inicial em Dó) – lídio - que deu no plagal o hipolídio (em grego hipotritus) com nota inicial em Fá e, por fim, o Tetrardus (nota inicial em Si) – mexolídio, que veu dar no plagal o Hipotetrardus com nota inicial em Mi.
Eis a denominação na Idade Média e actualmente:
Funcionamento do Hidraulos de Vitrúbio na página da História da Física
E não deixes de visitar esta página da Academia Austríaca das Ciências:
Tudo o que sei – e é bem pouco – vou tratar de colocá-lo aqui.
Como bem sabes, na Grécia antiga, as formas de organizar os sons – e não apenas musicais – diferiam de Estado a Estado, organizando cada uma das regiões os sons naturais desde as antigas tradições culturais e senso estético.
Assim, aparece-nos o modo dórico (da antiga Dória), o modo frígio (da antiga Frígia), o modo lídio (da Lídia), o modo jónio ( da Jónia), o Modo eólio (da Eólia) - os gregos denominaram essa escala como hipodória – e, por fim, o mixolídio, que não era outra cousa que a mistura dos modos lídio e dórico, o que quer dizer, uma fusão do segundo tetracorde do modo lídio com o primeiro tetracorde do modo dórico.
Veja-se Platão, A República.
Assim temos quatro modos gregos antigos dos que se derivam quatro modos plagais por transposição do tetracorde superior.
Organizados segundo o nome grego seriam: Protus (com a nota inicial em Mi) e o modo autêntico o Dórico que deu no modo plagal o hipodórico (hipoprotus) com nota inicial em Lá; o Deuterus (com a nota inicial em Ré) – frígio - que deu em modo plagal o hipofrígio (em grego hipodeuterus) com nota inicial em Sol; o Tritus (nota inicial em Dó) – lídio - que deu no plagal o hipolídio (em grego hipotritus) com nota inicial em Fá e, por fim, o Tetrardus (nota inicial em Si) – mexolídio, que veu dar no plagal o Hipotetrardus com nota inicial em Mi.
Eis a denominação na Idade Média e actualmente:
Quanto o que diz do Epitáfio de Seikilos, eis a recriação do professor a Universidade de Berlim, Christian Gizewski, em 1999.
http://agiw.fak1.tu-berlin.de/Auditorium/RhMusAnt/ASO/Seikilos/Seikilos.mov
É muito interessante esta nota na Bibliotheca Augustana:
http://www2.fh-augsburg.de/~Harsch/graeca/Chronologia/S_ante01/Seikilos/sei_lied.html
Não deixes de visitar esta página adicada à música greco-romana antiga.
http://agiw.fak1.tu-berlin.de/Auditorium/RhMusAnt/InhVerz.htm
Hidraulos (em grego antigo: ὕδωρ pronunciado: hýdōr) do século I antes de Cristo no Museu arqueológico de Dion, Grécia:
É muito interessante esta nota na Bibliotheca Augustana:
http://www2.fh-augsburg.de/~Harsch/graeca/Chronologia/S_ante01/Seikilos/sei_lied.html
Não deixes de visitar esta página adicada à música greco-romana antiga.
http://agiw.fak1.tu-berlin.de/Auditorium/RhMusAnt/InhVerz.htm
Hidraulos (em grego antigo: ὕδωρ pronunciado: hýdōr) do século I antes de Cristo no Museu arqueológico de Dion, Grécia:
Funcionamento do Hidraulos de Vitrúbio na página da História da Física
(Há tempo vi uma recriação do funcionamento do Hidraulos com o Hino de Seikilos, mas não consigo encontrar. Seguirei procurando).
E não deixes de visitar esta página da Academia Austríaca das Ciências:
com a música – segundo o acadêmico austríaco, Stefan Hagel – do Hino de Seikilos (Ver em: The Melodies > Seikilos Song.
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Re: TUDO MÚSICA
Muito interessantes todas as ligações que deixas, Joanlogo, mas, permite-me, não fazem mais que confirmar o que pensava.
A interpretação do midi ajusta-se bastante mais à partitura, só que não faz a repetição. Provavelmente a melodia era repetida múltiplas vezes cantando-se de cada vez várias estrofes.
Vejamos: melodia silábica (como as canções tradicionais atlânticas)
Modo dórico: típico em toda Europa. As atribuições das nações gregas às escalas ordenadas (que são sínteses de sínteses musicais) são de duvidosa confiança, por muito Platão que falasse, ou talvez por ser ele a destiná-las... Hoje chamam-se assim e por esses nomes as conhecemos, mas a relação delas com esses povos é de supor-se, no mínimo, superficial. A interpretação dessas escalas, uma vez canonizadas, nos âmbitos eclesiásticos é outro capítulo da história das escalas europeias. E para que metê-lo aqui?
Notação com figuras curtas, o que indica certo movimento melódico, a melodia não é lenta e cadenciosa como na interpretação primeira que puseste. Parece-se mais ao midi, que como é uma máquina, simplesmente "lê" o que está escrito (e falta-lhe a repetição).
Precisamente nesse midi vê-se, perdão, OUVE-SE, que os motivos melódicos indicam um 6/8 e não um 3/4 como aparece na interpretação da biblioteca Augustana. Isso sabe-se desde o início, pela forma rítmica dos motivos:
colcheia + semínima,
semínima com ponto
três colcheias
Essas são os três motivos melódico-rítmicos sobre os que está formada a melodia. Indicam um claro 6/8. Essas semicolcheias do final, na Augustana, são uma maneira de meter mais sarilho na cousa. Decerto que não se sujeitam à notação da pedra. Eles puseram lá um "ornamento" por aquilo de que a peça acabava (que não acaba!) um pouco estranhamente, nesse (neste caso) Ré antecipado por um Mi e um Fá, que não entram na escala frígia nem a tiros... porque não é frígio, mas dórico. E sendo dórico sim que entram e para além disso marcam que não é um final conclusivo e que a peça começa em anacruse e, portanto, por isto tudo pode afirmar-se que deve repetir-se indefinidamente, segundo o número de estrofes que se cantarem, como acontece nos cantos tradicionais europeus de toda a vida.
Mas podemos continuar a escrever sobre o assunto e nunca ficará a cousa clara, porque o verdadeiramente necessário é tocá-lo e ouvi-lo, experimentá-lo nas próprias mãos e corpo.
Isso de aplicar a teoria, que na música é condição sine qua non, é um elemento fundamental do comportamento humano que quando somos pequenos nos sai espontaneamente mas depois imos perdendo na sem-razão da adultez, lugar onde alguns separam teoria e prática e de onde, os que se adentram muito, já nunca retornam...
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: TUDO MÚSICA
E para além disso tudo, voltei a reparar na imagem da inscrição, que deixaste acima. E tudo coincide. E essas duas notas finais mais rápidas não existem lá. Repara. E mesmo há um signo final ] semelhante ao da repetição musical atual :]
O sistema de notação musical atual nada tem a ver com esse, já o sabemos, mas há certas cousas que ultrapassam os sistemas, ou estão em todos eles...
Isabel- Mensagens : 276
Data de inscrição : 25/12/2010
O Miserere mei, Deus de Gregorio Allegri
A obra que se escuita é uma mistura da transcrição feita por Felix Mendelssohn em 1831 e a do padre Pietro Alfieri de 1840. A obra original foi perdida.
A PARTITURA:
http://216.129.110.22/files/imglnks/usimg/3/3e/IMSLP08855-_SCORE__Allegri_-_Miserere_Mei_-ssatb_t_ssab-.pdf
LETRA:
Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam.
Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam.
Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
Quoniam iniquitatem meam ego cognosco: et peccatum meum contra me est semper.
Tibi soli peccavi, et malum coram te feci: ut iustificeris in sermonibus tuis, et vincas cum iudicaris.
Ecce enim in inquitatibus conceptus sum: et in peccatis concepit me mater mea.
Ecce enim veritatem dilexisti: incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi.
Asperges me, hyssopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor.
Auditui meo dabis gaudium et laetitiam: et exsultabunt ossa humiliata.
Averte faciem tuam a peccatis meis: et omnes iniquitates meas dele.
Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Ne proiicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me.
Docebo iniquos vias tuas: et impii ad te convertentur.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae: et exsultabit lingua mea iustitiam tuam. Domine, labia mea aperies: et os meum annuntiabit laudem tuam.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique: holocaustis non delectaberis.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus: cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion: ut aedificentur muri Ierusalem.
Tunc acceptabis sacrificium iustitiae, oblationes, et holocausta: tunc imponent super altare tuum vitulos.
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Re: TUDO MÚSICA
Deolinda - Parva que sou
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Morcego- Mensagens : 48
Data de inscrição : 25/12/2010
Re: TUDO MÚSICA
Excelente, caro Morcego. Mesmo é isso o que se passa neste “civilizado” mundo ocidental... Mas, a gente não é parva e reage... Como está a luitar o valente povo árabe.
Viva o povo árabe em revolução!
Viva o povo árabe em revolução!
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Re: TUDO MÚSICA
Venha mais uma...
paulo- Mensagens : 117
Data de inscrição : 01/02/2011
Localização : sonhando com Dália
Re: TUDO MÚSICA
SIM, SOU MAIS JOVEM AGORA...
paulo- Mensagens : 117
Data de inscrição : 01/02/2011
Localização : sonhando com Dália
Re: TUDO MÚSICA
Pois, isso...Viva o Povo Árabe e a Revolução!
Obrigado e bem-vindo, Paulo.
Obrigado e bem-vindo, Paulo.
Morcego- Mensagens : 48
Data de inscrição : 25/12/2010
Carmen- Mensagens : 28
Data de inscrição : 27/12/2010
Sayed Darwish El Helwa Di سيد درويش الحلوه دي
Com a convicção de o povo egípcio vencer, esta canção de Sayed Darwish, talvez o maior compositor de música árabe do século XX e pai da música árabe egípcia moderna.
Sayed Darwish (سيد درويش), ( nasceu em Alexandria em 17 de março de 1892 e morreu em Alexandria em 10 de setembro de 1923)
سيد درويش
Sayed Darwish (سيد درويش), ( nasceu em Alexandria em 17 de março de 1892 e morreu em Alexandria em 10 de setembro de 1923)
سيد درويش
Joanlogo- Mensagens : 177
Data de inscrição : 26/12/2010
Idade : 69
Página 3 de 6 • 1, 2, 3, 4, 5, 6
A Nossa Língua :: Geral :: Arte & Cultura :: Música
Página 3 de 6
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos